Acordo entre União Europeia e Mercosul irá reduzir impostos de carros importados da Europa

A proposta é de redução de 50% dos impostos de importação para os carros europeus, que será reduzido até zero em cerca de 15 anos

gama de carros de passeio da mercedes benz e smart
Fabricantes de carros de luxo europeus como a Mercedes-Benz serão bastante beneficiados com o acordo (Foto: Daimler-Benz | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 21/07/2021 às 14h45
Atualizado em 21/07/2021 às 16h08

Os acordos comerciais afetam bastante na oferta de carros no Brasil. O acordo de livre comércio com o México fez que a Ford trocasse o Mondeo europeu pelo Fusion americano e também ajudou a Nissan aumentar suas vendas oferecendo o Sentra pelo preço dos sedãs nacionais.

Um acordo entre o Mercosul e a União Europeia foi negociado em 2019 prevendo a redução dos impostos de importação dos carros europeus em 50%, podendo chegar a 100% no futuro. Essa taxação mais branda será válida no dia 1º de janeiro seguinte à assinatura oficial do acordo.

VEJA TAMBÉM:

O Itamaraty revelou mais detalhes sobre como será esse acordo, mostrando quais tipos de produtos terão incentivos fiscais e a dinâmica desses benefícios.

O que cada lado leva com o acordo comercial

Atualmente carros importados vindos de países que não possuem acordos comerciais com o Brasil são taxados em 35% de seu valor. Com esse novo acordo a taxação será de 17,5%. Após sete anos o valor de importação será gradativamente reduzido até chegar a zero.

gama de carros da peugeot na europa em movimento
O acordo pode ajudar marcas como a Peugeot a aumentar sua participação no mercado com seus importados (Foto: Peugeot | Divulgação)

Porém existem algumas regras para a venda de carros importados da União Europeia com o desconto na taxa de importação: foi estipulada uma cota de 50.000 unidades anuais para o Mercosul com essa taxação reduzida, sendo 32.000 unidades destinadas ao Brasil. As outras regras são:

  • Apenas carros europeus com motor à combustão fazem parte do acordo;
  • Carros à gasolina com capacidade para levar até seis passageiros;
  • Veículos com motor diesel precisam ter deslocamento maior que 2,5 litros e não possuem limite de ocupantes;

Os carros que não atendem a esses requisitos terão seus impostos reduzidos gradativamente e atingirão a isenção total junto dos carros que os atende. Já a cota anual de carros com desconto no imposto de importação será eliminada no oitavo ano do acordo.

Fora os carros, maquinários, produtos químicos e farmacêuticos vindos da Europa também receberão incentivos similares no Brasil.

O Brasil exportará commodities em troca dos carros

O papel do Brasil nesse acordo não envolve a indústria automotiva. O nosso café solúvel estará livre e tarifações na União Europeia quatro anos após a assinatura do acordo. Hoje a tarifa para o café solúvel brasileiro por lá é de 9%, valor considerado alto.

audi q7 2021 tfsi s line black foto laurie andrade autopapo
SUV europeus com motor diesel, como o Audi Q7, estão entre os beneficiados pelo acordo (Foto: Laurie Andrade | AutoPapo)

No acordo também conta que em dez anos 91% das tarifas sobre produtos do Mercosul exportados para a Europa sejam retiradas. Além do café o Brasil exporta suco de laranja, frutas, peixes, crustáceos e óleos vegetais. Já a carne, o açúcar, o etanol, o mel, o milho e o arroz brasileiros passarão a ter acesso preferencial na União Europeia.

Esses produtos brasileiros terão uma cota de importação com impostos menores, que serão reduzidos até chegar a zero, igual acontecerá com os carros europeus no Brasil.

O que falta para a aprovação do acordo?

Tudo que foi citado faz parte do que já foi negociado sobre o acordo, para estar em vigência falta a assinatura de ambas as partes. Porém o Brasil vem dificultando o andamento desse acordo devido a trapalhadas diplomáticas por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Há também uma preocupação dos europeus com o descaso ambiental no Brasil, causado pelo aumento do desmatamento na Amazônia e a falta de ações do governo. A União Europeia considera uma imagem negativa fazer acordo com países sem preocupação ambiental.

O Ministro do Meio Ambiente Francês, François de Rugy, já se pronunciou que o acordo só será assinado caso o Brasil respeite os seus compromissos. Por ora a responsabilidade sobre esse acordo entre o Mercosul e a União Europeia foi colocada sobre o governo brasileiro e suas atitudes.

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22 Comentários
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Angelo 27 de julho de 2021

Senhores, importante antes de mais nada, todas as grandes europeias tem fábrica no Brasil, vai “facilitar” a vida da Audi e Mercedez, produtos não acessíveis a todos! E irá derrubar barreiras protecionista europeia, quanto aos nossos comodites! Detalhe,quem está fazendo trabalhada, é o governo Francês, inclusive a França está destruindo sua parte da Floresta Amazônica e ninguém fala nada no mundo (Guiana Francesa)

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Solanisch 27 de julho de 2021

Desde quando a europa se preocupa com o brasil? Eles só querem tirar as nossas riquezas ! Sou totalmente contra esse acordo

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RODRIGO SIQUEIRA 27 de julho de 2021

Meu Deus! Que acordo péssimo para o Brasil!
Os carros importados continuarão sendo somente para ricos e o alimento vai encarecer ainda mais para o povo brasileiro, devido a maior exportação.

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FABIO 27 de julho de 2021

No Brasil é assim, toda ideia de um político é uma ideia estúpida, vamos questionar tudo, cadê os carros elétricos nesse acordo? Brasil é um país de mariquinhas mesmo, vamos trocar os alimentos por carros que daqui a 10 anos não terão valor nenhum. O mundo pensando nos carros elétricos e o brasileiro querendo pilotar uma BMW a gasolina que custa 6,20 o litro, brasileiro não tá conseguindo comprar um Honda Civic usado, e quando consegui compra um 2015 morri de pagar o boleto caro.
Esse acordo é sensacional, eles vão consumir nossos alimentos mas baratos e quando a safra não de conta de manter o fornecimento interno para o nosso país, nos aqui vamos pagar mas caro no arroz, café, soja, açúcar, mel, carne e etc…vamos ter uma inflação alta nos alimentos, mas o pobre vai tá de BMW que comprou de 150 mil, 180 mil pedindo açúcar café ao vizinho.
Brasil vai virar deposito de sucata

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Leandro Galiazzi 22 de julho de 2021

Depois de 500 anos, a América do Sul ainda continua trocando o que tem de mais precioso, por porcarias da Europa.

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Cristian Scheel 22 de julho de 2021

Reduzir a taxação para carros vindos da Europa a combustão ( diesel e gasolina) ? que piada é essa ? e os carros elétricos ? a Europa lentamente esta deixando de produzir carros a combustão ( veja Volvo por exemplo). O Brasil esta indo na “contra mão” do mundo ( EUA, Europa, China, etc…) que estão implantando cada vez maiores incentivos para carros elétricos para em breve acabar com os carros a combustão e aqui no Brasil , absolutamente nada é feito !!! uma vergonha !!!
Logo perderemos várias outras industrias automobilistas aqui no Brasil ( além da Ford) e as industrias de auto peças “vão para o espaço” também … Enquanto as montadoras estão anunciando o fim da fabricação dos carros a combustão la fora ( veja a VOLVO como exemplo) , o Brasil continua na época das cavernas, incentivando os carros a álcool, gasolina, diesel puramente por questões econômicas ( impostos) , não ligando a mínima para as questões ambientais e de eficiência energética como os países desenvolvidos. Grande burrice! pois a conta pela falta de incentivo aos carros elétricos vai chegar la na frente !

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Ruben Riskowsky 22 de julho de 2021

Carros elétricos no Brasil ainda e um sonho distante são muito caros e olha que os carros de hoje também são caros vai ser p uma elite e coisa p mais uns 20 anos e válido esse acordo pois aumenta a concorrência e oferta depois pensamos no elétrico um carro bom aqui tipo City custa mais de $80000 !!!

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Osmane Damianse 23 de julho de 2021

Porque os carros eletricos foram excluidos do acordo? Se vc só aceita e não tem questionamentos é porque não tem preocupação com dinheiro e nem com o seu futuro!!!

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Ney Verdandi 22 de julho de 2021

Porque não pagam os créditos do Brasil em relação às emissões e ficam na base das falácias do aquecimento global? temos que vender produtos com valor agregado que movimenta toda uma cadeia produtiva. Daqui a nove anos, o Brasil entrará totalmente na era da eletrificação automotiva; que fiquem na Europa as futuras sucatas poluidoras, que só apresentam defeitos com o nosso combustível e que não geram emprego por aqui.

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João 21 de julho de 2021

Esse AutoPapo é ruim! Só serve pra iniciantes no automobilismo! Matérias fracas e com conteúdo óbvios.
Coitado do Jeremy que coloca o nome dele nesse engodo!
Não vou mais ler.

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HAF 21 de julho de 2021

Vai ler ISTO É? Ou.. quadro Rodas? Realmente o mundo vai sofrer muto nesse futuro sombrio desta nova geração z e alfa cheia de mi mi mi… abraço

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João 21 de julho de 2021

Haf?? Isso é nome? Vc dve ser o Boris, o senhorzinho que reclama de td.

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Renato 21 de julho de 2021

O acordo ainda não foi assinado por causa do presidente francês, ele usa a questão do “desmatamento” como desculpa para proteger o setor agrícola do seu país. Infelizment, ainda encontramos “jornalistas” que apoiam esse tipo de narrativa infantil aqui no Brasil. Enquanto isso, nós continuamos pagando mais caro por carros europeus e perdendo vendas de produtos agropecuários na Europa.

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Edinho 27 de julho de 2021

Renato, isso que vc disse é a realidade, pois moro na França e eles não se preocupam com o meio ambiente em geral, preocupam somente com o Brasil por causa das riquezas. Jornalistas falastrão só sabem criticar o governo, porque não mostram as obras executadas pelo atual governo? Esses jornalistas são da canhota, querem ver o Brasil afundar. A raiva dessa gente esquerdopatas, são as tetas que secaram, por isso agem assim. Governos anteriores destruíram o Brasil. Simples assim, eles pensam somente neles, o povo que se lasque.

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Sergio 8 de agosto de 2021

A questão é simples a França tem uma agricultura que não consegue competir sem subsídios e barreiras aos competidores então busca argumentos alternativos para impedir este acordo.
A França diz que o motivo de sua oposição é a Amazônia mas a verdade todo não militante sabe que é por causa do lobby agrícola deles.
Isto não começou no governo do Bolsonaro ou do Macron, a oposição francesa a diminuição de tarifas aos nossos produtos agrícolas já existe a décadas.

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Denis 21 de julho de 2021

Um acordo sem futuro só para o Mercosul, porque para os Europeus está ótimo trocar carros prestes a sair de linha (combustão) por frutas, peixes, crustáceos e óleos vegetais, carne, o açúcar, o etanol, o mel, o milho e o arroz. Riqueza Brasileira a troco de produtos que em breve ninguém mais vai querer.

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Sir.Alves 21 de julho de 2021

Que venham os excelentes e seguros veículos produzidos por lá, ainda que a combustão, pra tirar das nossas ruas essas carroças de circulação… ainda vale a pena.

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Antônio Lúcio da Silva 24 de julho de 2021

Parabéns! Carros são bens duráveis (15 anos). Ao final teremos veículos adquiridos por 300.000,00 valendo 30.000.

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Osmane 21 de julho de 2021

Se o acordo não tem abertura para carros elétricos, é um acordo sem futuro!!!

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OSMANE DAMIANSE ALMEIDA 21 de julho de 2021

Os carros a combustão encalhados na Europa virão ser desovados aqui!!! E 32 000 carros vai ficar entre Porches, Audi, Mercedes, BMW, e outra coisa em 15 anos a Europa estará livre dos carros a combustão, reforçando a tese da desova, enfim carros mais populares de marcas tradicionais nem pensar. Ou seja esse acordo foi feito entre a Europa e os ricos no Brasil. Meros mortais continuarão sendo assaltados pelos tributos no Brasil.

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Sir.Alves 21 de julho de 2021

MARAVILHA! Peruas Mercedes AMG? Nuss, Skodas, AUDI, BMW…. só assim pra tirar das nossas ruas essas lesmas SUV com motor de mosquito turbinado…

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Osmane Damianse 21 de julho de 2021

Se a classe média não tem nem dinheiro pra comprar pra comprar o corolla, ai a perua AMG vai dominar as ruas dos condomínios de luxo. Kkkk

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