Petrobras não é única responsável pelos preços dos combustíveis, diz executivo

Presidente da petroleira diz que não tem o monopólio do setor: ele aponta pandemia e tributos entre os fatores responsáveis

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Presidente da Petrobras cita contexto internacional (Foto: Shutterstock)
Por AutoPapo
Com Agência Brasil
Publicado em 24/11/2021 às 16h04

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse ontem (23) que a Petrobras não tem o monopólio no setor de combustíveis no Brasil desde 1997 e que, por isso, não é correto responsabilizar unicamente a estatal pelo aumento dos preços.

“Boa parte da sociedade está presa à Petrobras de ontem e não à de hoje. A afirmação de que a Petrobras é um monopólio não está correta. Ela compete livremente com outros atores do mercado“, disse durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

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Convidado para esclarecer as altas nos valores cobrados pelo diesel e a gasolina aos senadores, Silva e Luna disse que a estatal responde por apenas uma fração dos preços do combustível no Brasil. Ele lembrou aos senadores que empresas importadoras têm participação no mercado e na formação de preços. Entre exemplos de grandes importadoras de diesel e gasolina, ele citou Vibra, Ipiranga, Raízen e a Atem.

“A Petrobras acompanha preços de mercado, resultado do equilíbrio entre oferta e demanda. A Petrobras reajusta os preços dos combustíveis observando os mercados externo e interno, competição entre produtores e importadores e a variação do preço no mercado mundial, observando se trata de fenômeno conjuntural ou estrutural”, argumentou.

Pandemia afetou preços dos combustíveis

Silva e Luna iniciou a exposição com um resumo do contexto internacional que afetou o preço do petróleo nos últimos dois anos. Ele lembrou que o preço do petróleo no mercado internacional, o PPI, preço de paridade de importação, não é a única variável que afeta os valores praticados pela empresa.

“A pandemia e o combate a ela nos colocaram em uma posição diferenciada. Tivemos como consequência um choque de demanda elevado, com uma oferta inferior à demanda. Como consequência, uma escalada muito grande do preço das commodities. (Além disso), uma crise hídrica e a desvalorização do real em relação ao dólar”, ressaltou.

Ao declarar que a Petrobras chegou a ficar, sob sua gestão, 92 dias sem reajustar o valor do gás de cozinha, 85 dias sem reajustar o diesel e 56 dias sem alterar o preço da gasolina, o presidente da estatal foi criticado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM).

“O salário do trabalhador brasileiro não é alterado a cada 90 dias, como o combustível é hoje quase diariamente. É uma brincadeira achar que se está fazendo um grande favor aos brasileiros”, disse o senador.

Capacidade

Questionado pelo presidente da CAE, senador Otto Alencar (PSD-BA), sobre notícias de que as refinarias estariam operando abaixo da capacidade máxima, Silva e Luna disse que a média de produção das atuais 13 refinarias instaladas no país está em torno de 90%.

Segundo o presidente da Petrobras, houve paradas programadas, por causa da Covid-19, que já foram concluídas. “Estamos vivendo hoje um momento de capacidade máxima, todas as refinarias funcionando”, garantiu.

Influência dos impostos nos preços dos combustíveis

O presidente da Petrobras criticou a criação de um imposto sobre a exportação de petróleo cru, em debate no Senado, para capitalizar um fundo de equalização de preços dos combustíveis. “Eventual taxa para a exportação de óleo pode trazer prejuízos para o mercado”, avaliou, acrescentando que “preços artificiais” fragilizam o mercado.

Ainda na visão de Silva e Luna, no momento em que a estatal tenta vender parte das suas refinarias, uma possível taxação às exportações de petróleo bruto pelo Brasil poderia gerar insegurança jurídica e afastar investidores do país.

Para ele, uma medida que poderia ser tomada no sentido de reduzir a volatilidade do preço dos derivados do petróleo no mercado interno, seria a criação de um fundo estabilizador com os dividendos da Petrobras, que este ano serão recorde.

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4 Comentários
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Airplane 25 de novembro de 2021

Petrobrás não é única responsável pelos preços dos combustíveis mas é a principal responsável !
O governo federal deveria direcionar seus lucros e dividendos, recebidos da sua participação na Petrobrás,
para um fundo equalizador/estabilizador dos preços da gasolina e diesel !

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Augusto Pimentel 15 de março de 2022

Dizem que os preços dos combustiveis no Brasil está entre os mais baixos do mundo o que é verdade, porém o que não se fala, é que lá fora os salários são muito mais altos. Hoje nos EEUU a gasolina custa U$ 1,05 dolar por litro e no Brasil R$ 7,70 comparando o salário americano com o do Brasil, a gasolina deles é comparativamente 5 vezes mais barata para o americano que que recebe em dolar do que para o Brasileiro que recebe em reais. Na verdade estamos sendo esfolados pelo preço dos combustiveis.

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cesar augusto de oliveira 24 de novembro de 2021

O salario “gordão” do general-presidente continua atrelado ao dólar ?. Já estou de saco cheio de general. Aliás, esse povo está aposentado ou reserva, ou etc, não tem que ficar chamando de general, é só para ganhar moral.

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Mister Gasosa 24 de novembro de 2021

Privatizar é tão bom né? Antes a gasolina tinha preço estável, privatizou… nas estradas paulistas em especial a SP-070 tem pedágio demais, eu pego toda ela e é uma grana, privatizar é bom?
Daqui a pouco vão querer privatizar as faculdades e hospitais… quero ver até quanto o povo vai aguentar pagar esses sucessivos aumentos da gasolina… sempre tem uma desculpa ou culpa para o aumente de preço. Quando todos os carros forem elétricos a bola da vez será a conta da energia elétrica que será reajustada de acordo com o preço internacional.
Por isso não quero ter filho… viver nesse país está cada dia mais caro.

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