Audi vai deixar o Brasil? Fabricante ameaça governo por dívida milionária
Para investir na planta de São José dos Pinhais (PR) e continuar produzindo no país, marca exige o recebimento das concessões prometidas pelo InovarAuto
Após lançar dois modelos (e-Tron Sportback e Q7), Audi ameaça deixar o Brasil (Foto: Audi | Divulgação)
A Audi voltou a produzir automóveis no Brasil em 2015, quando investiu R$ 500 milhões na fábrica de São José dos Pinhais (PR). Na época, o regime automotivo previa o retorno de parte do investimento – que não foi pago até hoje. Para pressionar o governo a quitar a dívida milionária, a marca ameaça deixar o país.
“Assinamos um compromisso de pagar para receber de volta. E, até agora, não temos uma decisão”, disse o presidente da Audi do Brasil, Johannes Roscheck. “É difícil convencer a matriz a investir novamente em um mercado que não tem compromisso.”
Audi, Mercedes, BMW e Jaguar Land Rover decidiram voltar a produzir veículos no Brasil em razão das determinações tributárias impostas pelo programa InovarAuto, que previa que empresas que importassem carros pagassem 30 pontos percentuais extras de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Juntas, as quatro fabricantes investiram R$ 1,6 bilhão no país.
Segundo Antonio Calcagnotto, diretor de relações institucionais da fabricante, o retorno esperado pelas 3 marcas alemãs (BMW e Mercedes-Benz, além da própria Audi), é de R$ 289 milhões. O valor devido especificamente à Audi não foi revelado para a imprensa.
O executivo afirmou ainda que a manutenção da produção depende de uma resposta do governo. “Se tivermos uma sinalização de que esse dinheiro irá voltar, mesmo que seja em 10 anos, seria uma visão para dar para a matriz e serviria como fator de decisão da continuidade”, argumentou.
Para que a Audi continue a produção no Brasil, será necessário fazer mais investimentos na planta de São José dos Pinhais. Isso porque o A3, que era produzido no Paraná, deixará de ser fabricado e os demais modelos da linha utilizam uma plataforma mais moderna.
Audi acabou de lançar, no Brasil, os modelos e-Tron Sportback e Q7 2021
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Luiz Paulo
11 de janeiro de 2021
Hoje (11/01), foi a vez da FORD deixar o país, adora se somam Mercedes-Benz e Audi. Com isso, lá se vão milhares de empregos diretos e indiretos. Estamos a paços largos a caminho do buraco. E lendo os comentários, o mais engraçado foi falarem que já vão tarde essas empresas estrangeiras… O Brasil não tem nenhuma indústria automobilística realmente nacional, todas são estrangeiras, se todas forem embora vamos andar de carroça, pois será o único veículo produzido aqui.
O QUE O NOSSO BRASIL NECESSITA , MESMO, É DE SAÚDE, SEGURANÇA PÚBLICA E GERAR EMPREGO/TRABALHO; CARROS DE LUXO E COM 200/300, ETC, CAVALOS´SÃO PARA QUEM PODE E QUER APARECER PARA OS QUE O CERCAM. GOSTARIA MESMO É SABER SE OS COMPRADORES DESTAS PEÇAS(AUTOMÓVEIS), SE TIVEREM EMPREGADOS , QUANTO PAGAM PARA OS MESMOS; SE SALÁRIOS DIGNOS OU DE FOME!
SE DEIXAREM O PAÍS MESMO JÁ VÃO TARDE E VÃO LOGO…
AUDI, BMW, MERCEDEZ, LAND ROVER, PEUGEOT E CITROEN… EMPRESAS MERCENÁRIAS, EXTRANGEIRAS, QUE TEM COMO OBJETIVO APENAS EXPLORAR O PAÍS PARA BENEFÍCIOS PRÓPRIOS… É UMA VERGONHA TAMBÉM ESSE GOVERNO PACTUAR COM ESSE TIPO DE EMPRESA.
O PRESIDENTE DA AUDI DISSE: “Assinamos um compromisso de pagar para receber de volta. E, até agora, não temos uma decisão”…
ORAS, A DECISÃO É VOLTAR DE ONDE VIERAM!!!
UM PAÍS DESGRAÇADO DE TRIBUTOS E IMPOSTOS, SUS PRECÁRIO, EDUCAÇÃO RALÉ, POLICIAMENTO INEFICAZ, E TANTAS OUTRAS MAZELAS, AINDA VÃO CONTRIBUIR COM EMPRESAS QUE PRODUZEM VEÍCULOS DE ALTO CUSTO, VOLTADOS PARA UM NICHO DE MERCADO ONDE NÃO BENEFICIAM A MAIOR PARTE DA POPULAÇÃO EM NADA… QUE GOVERNABILIDADE PORCA E ARDILOSA…
Carros com preços absurdos e ainda por cima financiados com recursos públicos.
O dinheiro para saúde, educação, ciência e tecnologia, meio ambiente está faltando e ainda tem de dar benefícios fiscais para empresas multibilionárias. Uma vergonha.
Tem de acabar com está mamata dos benefícios fiscais, para carros de luxo é financiar brinquedos para milionários.
É um ciclo amigo. O governo investe mas tem retorno em empregos que geram impostos. No final compensa pro governo pois uma montadora gera empregos diretos indiretos.
Exatamente André! Se essas benesses tributárias fossem destinadas às empresas de pequeno e médio porte, gerariam igualmente empregos e o lucro no negócio seria reinvestido no próprio país, o que não acontece com empresas estrangeiras. Não sou contra o ingresso de empresas estrangeiras no país, mas não subsidiadas com dinheiro público. Qualquer micro, pequeno e médio empresário acaba fechando seu negócio pois a matéria tributária é tão complexa e sufocante que qualquer deslize, ainda que involuntário, torna-se impagável.