Comediante famoso processa loja após comprar Porsche falso
Jerry Seinfeld foi acusado de vender um Porsche falso e repassou a culpa, demonstrando a dificuldade em se comprovar a autenticidade de carros clássicos
Jerry Seinfeld foi acusado de vender um Porsche falso e repassou a culpa, demonstrando a dificuldade em se comprovar a autenticidade de carros clássicos
Jerry Seinfeld, além de uma carreira cômica bem sucedida e que conquistou a televisão, também é um reconhecido colecionador de carros. Ele, inclusive, é considerado um especialista em Porsche, e calcula-se que chegou a ter 46 modelos da marca em determinado momento.
Por isso, é surpreendente a notícia de que o comediante está sendo processado por ter vendido um Porsche falso a outro colecionador em 2016. Naquele ano, ele leiloou 16 carros de sua coleção, angariando US$ 22 milhões com as vendas.
Um dos modelos era um Porsche 356 Speedster de 1958, anunciado como um de apenas 60 unidades. Contudo, no início deste mês, o comprador abriu um processo contra Jerry Seinfeld, alegando que o modelo era falsificado.
A empresa Fica Frio Ltd. entrou com uma ação afirmando que o veículo não era o que foi anunciado. Ela exige, no processo, a devolução do carro, restituição do dinheiro, e indenização pelos danos sofridos.
Jerry Seinfeld, através de seu advogado, afirma que ainda não obteve provas de que o Porsche é falso, mas que está disposto a fazer a coisa certa. E isso significa processar o vendedor de quem ele, por sua vez, adquiriu o veículo.
O Porsche 356 Speedster foi adquirido pelo comediante em 2013, da European Collectibles, por US$ 1.2 milhão. A ação foi protocolada de forma integrada ao processo que a Fica Frio move contra ele. O objetivo seria, como reportou o site Jalopnik, de “corrigir os registros e responsabilizar a European Collectibles”.
Até agora, entretanto, não há provas de que o Porsche seja realmente falso. O veículo está acompanhado de diversos certificados de autenticidade e outras documentações. Como passou por muitos donos e teve uma história longa nas pistas, pode ser difícil determinar o que realmente ocorreu em todos os seus anos de existência.
Contudo, a ação movida por Jerry Seinfeld afirma que a European Collectibles já vendeu veículos inautênticos antes. Somente o andamento das investigações – ou o desfecho do processo – irá determinar se, afinal, o Porsche é falso ou não.
O que Jerry Seinfeld está vivendo não é raridade entre os colecionadores de carros. Em 2010, a advogada americana Mercedes Brewer comprou um Bentley Speed Six de 1930 de uma revenda na Inglaterra por US$ 642.150. Pouco depois, ela descobriu que, de original, o veículo só tinha uma parte do chassi. Nem mesmo o motor que o equipava era original do modelo.
Em 2007, outro caso ocorreu durante o renomado evento de antigomobilismo francês Retromobile. O leilão, que faz parte da programação do show, desistiu de vender um Auto Unino Type D que já estava registrado no lote. O veículo em questão havia sido encontrado na União Soviética e totalmente reconstruído, o que levou a alegações de que seria falso.
Já em 2014, um anúncio quase cômico, de tão mentiroso, conseguiu enganar a mídia especializada internacional. Parecia que a Ferrari mais cara da história estava à venda na Alemanha. Um site de anúncios publicou a oferta de uma 250 GTO de 1962 por US$ 64 milhões. Contudo, não demorou para se descobrir que as fotos do anúncio eram de uma miniatura, e que o carro nem mesmo existia, como foi detalhado pelo FlatOut.
Também em 2014, a casa de leilões londrina Kensington foi investigada por autoridades alemãs sob a suspeita de ter vendido um esportivo italiano falso. O carro em questão era o protótipo Iso Grifo, um modelo raríssimo que teria sido vendido por £ 200.000. Diversos especialistas teriam avisado à casa que o veículo não era genuíno, ao ponto de seu número de chassi pertencer a um carro totalmente diferente. Mesmo assim, o leilão só foi interrompido quando as autoridades intervieram.
Especialistas explicam que, assim como está ocorrendo no caso de Jerry Seinfeld, provar a autenticidade de carros antigos pode ser difícil. Uma matéria do jornal The National explica que carros clássicos são um investimento mais lucrativo do que joias, arte, ou mesmo ouro. A razão é que seu valor aumenta muito em poucos anos, dando lucro a quem negocia nesta moeda.
Isso é uma das razões que leva ao surgimento das falsificações no meio. Se, por um lado, elas podem parecer quase impossíveis devido a um registro documentado de toda a história dos carros mais cobiçados, por outro, se não houver esse registro, nada pode ser provado.
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