SUV compacto não é compra racional!

A principal desculpa para quem compra um utilitário esportivo é que as rodas grandes ultrapassam melhor os buracos; mas e os derivados de carros compactos?

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Alguns SUVs compactos vendidos no Brasil (Fotomontagem: André Almeida)
Por Boris Feldman
Publicado em 12/07/2020 às 16h10

Tem tendências do mercado que eu acho até engraçado. Porque elas são inexplicáveis. Mas quem compra um carro por causa do emocional, explica – ou tenta explicar – a escolha racionalmente.

VEJA TAMBÉM:

Entre as décadas de 70 e 90, o Brasil era o único país no mundo que detestava carro quatro portas. As fábricas aqui tinham que adaptar os modelos que vinham de fora com projeto de quatro portas para ter só duas.

“Mas por que você não quer o carro quatro portas? Ah, porque é perigoso para o meu filho atrás.” Bobagem! Tem uma travinha que não deixa o filho abrir a porta. “Ah, porque parece táxi quatro portas…” E aí as respostas mais loucas.

Passou a tendência: hoje, praticamente só se faz carro quatro portas. Até os compactos menores que podiam ter duas, acabam com quatro portas! Pois hoje acontece mais ou menos isso o mesmo com o SUV, o utilitário esportivo. Eu não gosto, eu detesto aquilo! Alto, grande, difícil de manobrar, bebe muito, ocupa muito espaço, pneu é caríssimo. Mas está na moda, todo mundo agora quer SUV.

SUV para ruas esburacadas?

A principal desculpa para quem compra um utilitário esportivo é que as rodas grandes ultrapassam melhor os buracos aqui no Brasil. Outros dizem que por serem bem mais altos, aumentam a visibilidade e a segurança. Mas aí então eu faço a pergunta: e esses SUVs que estão surgindo agora derivados de carros compactos?

Por exemplo: a Volkswagen acaba de lançar o Nivus. Ele é uma graça de SUV, tem um jeitão de cupê. Ele está mais para automóvel do que para utilitário esportivo, não é mesmo? E aí eu pergunto: porque o pessoal está comprando esses utilitários do tipo do Nivus? Tem explicação lógica?

Ele não tem a roda maior, ele não passa ‘melhor’ pelos buracos porque ele é derivado do Polo. Ele é praticamente o hatch um pouquinho mais alto e com a carroceria diferente. Mas não! O pessoal continua comprando SUV mesmo que ele não tenha nenhuma justificativa para ‘ultrapassar melhor’ os nossos buracos.

Nem mesmo a distância do solo: ele pode ser 2 cm mais alto, mas não resolve nada! Como digamos os grandes SUVs, um Trailblazer, da GM, um Tiguan da Volkswagen, não é? Neste caso está justificado. Mas o utilitário esportivo derivado do compacto? Cadê a explicação lógica para isso? Não tem! É pura tendência, puro emocional!

montagem os 10 suvs compactos
Alguns SUVs compactos vendidos no Brasil
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21 Comentários
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Alice 2 de março de 2021

Em parte pode até ser emocional, mas 2 cm fazem muita diferença sim. Por causa da altura padrão do meu étios ele arrasta a frente toda vez que vou entrar numa subida ou descida íngreme. É por pouco, mas sei que um carro um pouto mais alto faz muita diferença, carro baixo aqui não passa nem em quebra molas direito.

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Pedro Paulo de Matos Araújo 14 de julho de 2020

Boris Feldman, antes de mais nada, é um prazer poder dizer algo a respeito da sua opinião em relação a tendência aqui no Brasil, pelos chamados”SUV”. O seu ponto de vista foi suscinto e certeiro, realmente parece um modismo esses carros chamados de SUV’S, pra início de conversa, estes carros não poderiam ter esse enquadramento, a julgar os modelos de SUV’S vendidos nos mercados mais exigentes, por lá, os SUV’S tem dimensões, potência, tração 4×4 além de outros itens que lhes conferem um jeito inconfundível. Aqui, no Brasil, conforme você bem citou Boris, os ditos SUV’S, são aproveitamentos de plataformas e de modelos que maioria das vezes,ou são compactos, ou fazem parte de uma gama.
Tomando-se como exemplo o vw Polo, este modelo serviu de base para o Nivus, um carro que utiliza a mesma plataforma e diversos outros componentes, inclusive o mesmo painel, o motor também é o mesmo, as portas são as mesmas. O resultado é que foi bom, o Nivus ficou bem resolvido, ponto pra os designers da montadora alemã, eles conseguiram com algumas mudanças no design, fazer com que o pólo perdesse aquele ar de gol, em outras palavras, o polo pejorativamente era confundido com o gol, uma comparação ruim pra quem o comprou, haja vista que o projeto do gol é bem antigo e cujas linhas já tão num passado distante.
A tendência do mercado deveria ser motivo de mais discussões como está que você, num breve mais tão satisfatório comentário trouxe a tona. Muito bem citado, o seu exemplo da aversão gratuita que os brasileiros tinham dos carros quatro portas, eu mesmo, tenho 57 anos e fui dragado por este sentimento quase sem nexo, me lembro que achava horríveis os carros de quatro portas, se me dessem um desses e eles coubessem numa lixeira, era pra lá que eles iriam. Hoje em dia, é tudo ao contrário, os carros de duas portas não entrariam na minha garagem, há da minha parte, um desdém com esses carros que outrora eram majestades.
Agora você quer vê tudo mudar, quando se trata de esportivos e superesportivos, digo Ferraris, Lamborghinis,Masseratis, Bugattis, Astons Martin, alfas Romeo, Corvettes, Mustangs, nesses casos, não houveram e dificilmente haverão mudanças desses carros, de duas pra quatro portas, pelo simples fato que tem haver com a proposta desses carros. Esses carros, estão ligados a altos desempenhos, a um poder de sedução, a status, a um design que até hoje não conseguiu inserir duas portas a mais neles, sem que eles perdessem a essência de esportivos ou superesportivos. Na minha opinião, esses carros são pra poucos, uma ínfima parcela da população é que conseguem comprá-los, os restantes dos reles mortais, eu incluso aí, só ficam no desejo e babando. Então, quando um endinheirado, compra um carro desse tipo, ele demonstra poder, isso lhe confere um status ímpar, pra onde que que vá, ele chega chegando, serão poucos ou quase ninguém a se igualar a ele, o carro será uma credencial de que o cara tem um poder incomensurável, pelo menos em tese.
Vejam que o conceito dessas super máquinas, tá intrinsecamente ligado aos superlativos: são feitos pra as mais altas performances, são caríssimos e portanto, a maioria das pessoas não os terá, mantê-los só com uma conta bancária de dar inveja, não foram feitos pra andarem em qualquer lugar, necessitam de vias de boas qualidades, isso só é possível em cidades desenvolvidas com vias bem pavimentadas, o que nos remete ao primeiro mundo.
Podemos concluir que esses carros, por levarem apenas duas pessoas,ou seja, só cabem duas pessoas alí, geralmente vão o casal, mais também, muitas das vezes, os donos andam sozinhos nesses carros, sejam de uma forma ou de outra, sozinhos ou acompanhados, essa restrição que o carro oferece, a de poucos lugares, isso também é algo que tem haver com poder, algo que deixa o seu dono, digamos assim icônico, é como se os holofotes fossem só para eles. Afinal, uma pessoa que consegue comprar um automóvel por mais de um milhão de dólares ou de euros, essa pessoa já demonstrou que tem condições de sobra, portanto se permite e a ela foi permitido chegar a um oásis inimaginável pra maioria das outras pessoas, então esse feliz proprietário pode materializar o seu poder com um dos principais símbolos que a humanidade passou a se acostumar: o automóvel…esse incrível e desejado produto que nos transporta e nos faz sonharmos com a liberdade…

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Antônio Sérgio de Carvalho 13 de julho de 2020

Tive vários hatches, sedans e adquiri um Renegade a diesel. sensação boa de dirigir um pouco mais elevado, conforto, potencia, torque alto e consumo de 12 km/l cidade e 16 na estrada. Penso que dificilmente volto aos outros segmentos.

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JORGE LUIZ 13 de julho de 2020

Essa matéria poderia ter o título: “VW Nivus um carro dos sonhos com o preço dos pesadelos e isso é infelizmente não tem não de SUV, sendo um crossover”.

Um carro muito bom! Porém caro! E não tem como ser um SUV com menos de 18 cm do solo e com uma altura menos de 1,5 m.

Na verdade o crossfox é mais SUV que o Nivus.

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Maru 13 de julho de 2020

Concordo com a Georgina …… se pode pagar, cada um compra o quer…. cada um que guarde a sua opinião prá si mesmo…… compramos sim, por modismo, por paixão, a vida é curta então não vamos passar vontade
E outra coisa ….. pergunte se alguém está preocupado com a opinião dos sabidões…… kkkkkkkk

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BRUNO ALVES VASCONCELOS 13 de julho de 2020

Me desculpe, mas discordo COMPLETAMENTE: SUVS são menores que os sedans relativos em comprimento, mais faceis de estacionar e costurar no transito pois tem amplas janelas, melhor visibilidade e arejamento interno com teto mais alto, sao sim melhores para passar em buracos desniveis quebra-molas etc, a matéria esta cheia de erros, desculpe.

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Leandro 13 de julho de 2020

Daqui uns anos no Brasil de fábrica só vai ter SUV. Primeiro pela preferência nacional e segundo por medo de comprar outro tipo e sair de linha. É uma pena, pois gosto tanto dos sedans.

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Richard 13 de julho de 2020

Concordo com o fator emocional desse tipo de compra. Mas tem outro fator importante. Não tem opção no mercado nacional. Não temos uma perua (SW). Basicamente a única minivan que temos é a da chevrolet. E é inviável para um motorista com mais de 1,80 e não aumenta o espaço para quem vem atras. Só é boa de porta-malas.

Os sedãs 2020, pioraram todos. Todos com pinta de carro popular. É inaceitável um CIVIC ou Corolla, ter encosto de cabeça traseiro costurado e fixo. E em um deles não ter saída de ar para trás. Isso no modelo top, custando mais R$120.000,00. Isso apenas para exemplificar.

A industria automobilística nacional, não pensa nos clientes.

O meu veiculo atual e uma minivan, C4 PICASSO. Excelente tecnologia e custo desempenho. Porem a CITROEN achou que brasileiro gosta de carro com furinho na lata(bumper) sem função. E de painel, que para feio e ridículo, falta muito (lembrando que gosto não se discute). A Citroen infelizmente perdeu um cliente de 4 gerações de um mesmo veiculo. (Fica meu desabafo)

Comecei a pensar na troca. Exclui os sedans, que não permitem um nível mínimo de conforto para um ocupante de 1,80 metros no banco traseiro.

Sobraram hatch e as SUV compactas (as grandes são de um custo beneficio péssimo, ai sim compra totalmente irracional na minha pobre opnião).

Para piorar, as tais SUV com itens que eu considero importantes, como sensores de estacionamento frente e tras, sensores de ponto cegos, lane assist, auxiliar de frenagem, 6 airbags (todos eles requisitos), simplesmente não existem. Pelo que consegui ver nos sites dos fabricantes, hoje o mais equipado é a tracker e quem sabe o tal do Nivus, ao qual, não consegui ver de forma adequada as configurações e itens, mas parece ser mais completa do que a irmã T-CROSS. Porem a tracker peca de forma absurda na sua motorização (lembra motor de carro de brinquedo).

No momento, cheguei a conclusão que vou aguardar dois ou três anos, para ver qual caminho que a industria nacional vai seguir. Pois com as opções de veiculos e as suas configurações, não dá. Comprar um carro dentro do que temos de opção e valores hoje, sim parece algo emocional.

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Fernando Tadeu silvs silva 12 de julho de 2020

sempre tive Hatch e comprei recentemente um Renegade…nossa, se eu soubesse que era assim tão bom esse carro ja tinha comprado antes… simplesmente maravilhoso, e paguei um preço ótimo nele…

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Nós três pelo mundo 12 de julho de 2020

Boris,
Discordo completamente com o senhor. Comprei um SUV única e exclusivamente porque não tem mais PERUASSSS!!
hahaha.
Brincadeiras a parte, tenho um Kicks. Realmente, neste 1 ano rodados, fomos com ele até o fim do mundo. Antes tínhamos um Livina e antes do Livina, a minha vida toda só tive Hatches. Hoje, a escolha por um SUV foi por ser maior que Hatches e Sedans. A vantagem do SUV é que posso tirar o tampão traseiro e acomodar melhor as malas. Além de ser o carro mais econômico que já tive, fazendo 15km/l na estrada e 9,5km/l na cidade.
Porém tenho saudades do espaço interno das Peruas e do Livina, mas estou perplexo com a autonomia do meu SUV que coloca muito 1.0 no chinelo.
Sempre ouvimos em família o senhor na rádio!

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Reinaldo04 12 de julho de 2020

Uma bobagem central foi dita na matéria: por ser derivado de um hatch, o SUV compacto teria o mesmo comportamento daquele. Se isso ocorre com relação ao NIVUS/Polo, não significa que é a regra pra todos. Digo isso porque saí de um Fiesta pra uma Ecosport, que é derivada do Hacth, mas tem sim maior altura do solo e ângulo de ataque bem maior. Onde eu passava com o Fiesta arrastando ou me preocupando pra não arrastar, com a Eco passo tranquilamente. Então, a crítica aos SUVs compactos pode apontar vários aspectos, mas este levantado pela matéria é sem cabimento.

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Assis 12 de julho de 2020

O Boris está certo. SUVs são compras emocionais. Bebem muito, andam menos, não têm boa estabilidade em curvas de alta, são difíceis de estacionar e caros de manter. Não se justificam racionalmente. Pior ainda são esses hatches elevados como o Nivus. A VW cobra muito caro pelo que oferece e fraudou consumidores do mundo todo com o dieselgate. No Brasil tem milhares de proprietários da Amarok que foram lesados por ela e entraram na Justiça. Se informem melhor antes de defender e de comprar cegamente os produtos dessa marca que não tem respeito pelos consumidores, pelo meio ambiente e pelas leis. Se o Brasil fosse um país sério a VW teria deixado nosso mercado há vários anos.

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Wesley 12 de julho de 2020

Comprei o Tracker 1.2 AT, tem tudo o que importa e não é caro (tendo em vista aos preços praticados atualmente).

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Wesley 12 de julho de 2020

Paguei R$ 90.000,00 e me deram a câmera de ré.

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Gerson 12 de julho de 2020

Qdo eu era criança só tinha Passat, Opala, Brasília, Chevette etc… Poucas opções. Atualmente há carros para todos os gostos. Fora o modismo, troquei meu sedan top por um suv por questões de saúde, por ser mais alto, me facilita o acesso e tem as coisas boas sim de enfrentar melhor buracos, valas, quebra molas, etc. Estou feliz com minha escolha que foi por gosto e necessidade. Agora, existe essa tal liberdade que nos faz livre para decidir frente a imensidão de modelos. E viva a diferença

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Luiz 12 de julho de 2020

Poderia lançar um polo sw . Ter uma perua no mercado seria mais útil que Suvs compactos.

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Nós três pelo mundo 12 de julho de 2020

Concordo plenamente!!!!!!!

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Fernando 12 de julho de 2020

Falou tudo. Povo compra pelo emcional. Paga muito mais caro por um carro que só parece grande por fora.
Aí você tem q ler comentarios de gente falando que agora só compra SUV hahahahah que SUV? O que menis tem a venda aqui é SUV. Estão pagando caro em carrinhos minusculos meio altinhos.

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Georgina 12 de julho de 2020

Cada um compra o quer, e não entendo tet que se justificar. Entrevista a Volkswagen e entenda o Nivus…
Não tem caráter informativo nenhum essa reportagem, não entendi mesmo…

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Leonardo 12 de julho de 2020

Esse “senhor” que escreveu a matéria, detesta a Volkswagen. Vive falando mal de todos os carros da marca e como tem o “poder da publicação” acha que consegue derrubar a marca com suas opiniões unilaterais.
Agora, a Volks lançou o Nivus que já é um sucesso e ele parece ter ficado ofendido. Ele passou da idade de se aposentar.

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Cleryston Maia 12 de julho de 2020

Eu jamais comprarei outro carro que não seja um SUV (de verdade) pelo resto da vida!

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