Audi expande fábrica de motores para dar início ao projeto na Fórmula 1

Mesmo faltando quatro anos para a chegada do novo regulamento da F1, Audi já está preparando as estruturas para desenvolver o seu propulsor

audi formula 1
Divisão da F1 vai contar com mais de 300 funcionários até 2022 (Foto: Audi | Divulgação)
Por Bernardo Castro
Publicado em 07/12/2022 às 11h04

A Audi confirmou que vai estar no grid da Fórmula 1 a partir de 2026, quando entra em vigor o novo regulamento técnico de motores, e já está preparando a sua estrutura para participar da principal categoria do esporte a motor.

Para isso, ela está expandindo a sua fábrica de motores em 3 mil m² com novo edifício em Neuburg, na Alemanha. O prédio, nomeado F7.2, será construído no sudoeste do complexo de edifícios da Audi em uma área que ainda não era utilizada. Esse novo local será uma espécie de anexo do edifício F7, sendo conectado a ele através de uma ponte fechada.

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O local terá bancadas de testes da unidade motriz e dos motores, além de salas técnicas, oficina mecânica e postos de trabalho para 60 funcionários. O fim das obras de ampliação estão previstas para o primeiro trimestre de 2024, mas algumas operações já começam em março do ano que vem.

Além da infraestrutura a equipe da Audi que trabalha em Neuburg está ampliando. Atualmente já foram contratados cerca de 220 funcionários, e o planejamento é que o número de colaboradores ultrapasse os 300 até meados de 2023. Adam Baker, diretor administrativo da Audi Formula Racing GmbH, que foi fundada para o projeto, falou dos desafios desse novo trabalho.

Desenvolver uma motorização na Alemanha para o campeonato de corrida mais exigente do mundo é um grande desafio. Já temos uma grande equipe em nossas instalações em Neuburg que está crescendo o tempo todo.”

A eletricidade e o aquecimento na fábrica da Audi já é neutro em termos de CO2. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) concedeu à praça o premio de conservação amiental e sustentabilidade com o selo de aprovação ambiental de três estrelas. A médio prazo, os alemães pretendem gerar a energia de Neuburg para o projeto da F1 de forma independente e regenerativa.

Regulamento de motores que chamou a atenção da Audi

A FIA divulgou em agosto o regulamento técnico de motores que entrará em vigor na categoria a partir de 2026. As alterações chegam com o objetivo de tornar o certame mais atrativo para as montadoras tanto do ponto de vista ambiental como financeiro.

A Audi e a Porsche foram as fabricantes que mais se interessaram no novo formato e confirmaram a presença no grid de 2026 quando a F1 deu sinal verde para as novas diretrizes.

A principal mudança aplicada – que inclusive era uma das grandes vontades das marcas que estão sob o guarda-chuva da Volkswagen – está relacionada a parte elétrica do motor híbrido.

Agora, o complexo e caro MGU-H, peça responsável por recuperar energia através do sistema de escape em conjunto com o turbo, será descartado. O componente fazia o turbo girar de forma quase que instantânea quando o piloto acelerava. Com a sua saída o turbolag, tempo que o turbo demora para entrar em ação à medida que o carro acelera, deve voltar à categoria.

Com a saída do MGU-H o MGU-K terá ainda mais protagonismo nesse novo regulamento. Hoje, ele é responsável pelo abastecimento das baterias do sistema elétrico dos motores híbridos da Fórmula 1 através da recuperação de energia cinética dissipadas nas freadas.

Agora, sua capacidade de recuperar a energia será incrementada de forma considerável, já que a energia liberada pelo sistema elétrico será quase o triplo. A estimativa é que os motores da Fórmula 1 mantenham uma potência acima dos 1000 cv.

Combustível sintético vai abastecer os propulsores

A maior categoria do automobilismo quer se tornar mais sustentável sem precisar se tornar totalmente elétrica. Para isso, ela pretende abandonar os combustíveis fósseis e vai abastecer os seus bólidos com uma mistura 100% sustentável.

Dessa forma, a divisão receberá combustíveis sintéticos que, apesar de queimar carbono, ele é retirado de bioderivados como plantas, lixo urbano, e da própria atmosfera.

Com isso se forma um ciclo, já que o dióxido de carbono liberado pelos carros na atmosfera será o mesmo que foi utilizado anteriormente para a produção do combustível.

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