Câmara concorda em investir na produção de baterias de lítio

O Brasil ainda não produz carros elétricos, mas possui grandes reservas do mineral essencial para as baterias de alta voltagem

fabrica de baterias da audi na belgica
Anfavea avalia que os veículos leves elétricos representarão 65% do total produzido no País em 2035 (Foto: Audi | Divulgação)
Por AutoPapo
Com Agência Câmara de Notícias
Publicado em 11/05/2023 às 09h02

Parlamentares, representantes de empresas e especialistas reunidos por duas comissões da Câmara dos Deputados defenderam nesta quarta-feira (10) a adoção de estímulos governamentais para a fabricação no Brasil das baterias de lítio destinadas a veículos elétricos particulares ou de transporte público.

O deputado Jilmar Tatto (PT-SP) disse que a medida é necessária para uma transição energética rumo à redução do consumo de combustíveis fósseis. Ele já apresentou proposta (PL 1743/23) para incentivar o aumento da frota de ônibus elétricos nas grandes cidades.

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“Eu acho que o Brasil está no caminho certo, mas é preciso acelerar, ou então a transição energética vai demorar muito”, afirmou Jilmar Tatto. “É importante, principalmente em uma cidade como São Paulo, contar com os ônibus elétricos, e as baterias de lítio são fundamentais para isso”, reforçou o parlamentar, que atualmente é secretário de Comunicação Social da Câmara.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil conta hoje com 8,7% das reservas mundiais de lítio, mas só processa 1,7% da demanda mundial. “O País já domina a tecnologia para ampliar essa escala”, disse no debate o diretor da Companhia Brasileira de Lítio, Vinicius Alvarenga.

No cenário com estímulo ao consumo e regras similares às atuais da Europa, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) avalia que os veículos leves elétricos representarão 65% do total produzido no País em 2035. Veículos pesados, como ônibus e caminhões, poderão chegar a 32%.

Para a Anfavea, os veículos elétricos exigirão investimentos em infraestrutura – pelo menos R$ 1,4 bilhão só em pontos de carregamento – e em outras áreas. O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) apontou ainda o estímulo à mão de obra qualificada.

O debate na Câmara analisou as possibilidades de exploração do lítio no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) destinada aos municípios onde estão as jazidas, bem como as eventuais políticas públicas para incentivo ao aproveitamento daquele minério.

“O lítio e outros minérios raros são objeto de interesse estratégico de inúmeros países devido ao uso deles como insumo para a transição energética”, afirmou o deputado Paulo Guedes (PT-MG), que sugeriu e comandou audiência pública conjunta das Comissões de Finanças e Tributação; e de Minas e Energia.

“A demanda por lítio nos próximos anos vai aumentar 40 vezes”, destacou Paulo Guedes. “Então, nós precisamos agregar valor: é importante explorar o lítio, mas também produzir aqui as baterias para veículos elétricos”, reforçou o deputado.

Participaram ainda da audiência nesta quarta-feira os deputados Leonardo Monteiro (PT-MG) e Zé Silva (Solidariedade-MG); lideranças políticas do Vale do Jequitinhonha; e representantes do Ministério das Minas e Energia; da Agência Nacional de Mineração (ANM); e do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem).

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3 Comentários
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Morwen Daebrethil 2 de novembro de 2023

Espero que nao estejam querendo apenas focar no mercado interno. As politicas industriais no brasil falham pq sao displicentes com o mercado externo.

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Rodolfo 11 de maio de 2023

Na minha opinião todo fabricante de carro elétrico deveria ser obrigado a reciclar os jogos de bateria de carros elétrico sem autonomia (perda de capacidade de carga). Por exemplo, vendeu 100.000 carros no ano, deve reciclar 100.000 jogos de bateria de carros elétricos.

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Santiago 11 de maio de 2023

Concordo plenamente.
A montadora que quiser lucrar com esse esse tipo de veículo, que colabore pra limpar a bagunça que vem depois.

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