EUA, Europa e Brasil: cenário confuso para elétricos

Queda na demanda desencadeou reclamações de fabricantes e governos anunciaram barreiras alfandegárias para estimular vendas de nacionais

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Regulações, barreiras, preço, mercado potencial ainda são alguns desafios da eletrificação (Foto: Nissan | Divulgação)
Por Fernando Calmon
Publicado em 25/02/2024 às 11h03

Embora os veículos elétricos a bateria (VEB) tenham alcançado 8% do mercado americano em 2023, permanecem informações de que a expansão continua, porém, o ritmo já é bem menor. Há sinais controversos sobre as estatísticas e algumas fontes apontam para estagnação nas vendas ou mesmo leve diminuição em 2024.

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De modo surpreendente, o governo dos EUA mudou de ideia e em breve anunciará uma revisão das metas, segundo a agência de notícias Reuters. A exigência inicial era de que 60% da produção em 2027 fosse de VEB e 67% até 2032 para cumprir regras de emissões mais rigorosas. O que se prevê é baixar o objetivo para 40% ou 50%, em 2030, a pedido da GM, Ford, Stellantis, Toyota e Volkswagen ao argumentarem sobre dificuldades à frente.

Está em curso uma redução generalizada de preço dos VEB, inclusive por parte da Tesla que lidera com folga esse mercado. Mas para ser sustentável deve-se esperar que o preço do lítio continue a cair. Também há grande procura por fontes de grafite para os anodos das baterias, depois de a China cortar suas exportações desse material, após os EUA trancarem as portas para elétricos chineses ao impor tarifas elevadas.

No Reino Unido há multas pesadas para fabricantes que não cumprirem exigências ainda mais restritas que as dos EUA, principalmente para os próximos dois anos. Mas a JLR (atual nome da Jaguar Land Rover) anunciou que lançará novos híbridos plugáveis (PHEV) para atender à recente forte demanda e atrasaria alguns modelos BEVs. A Volvo, ao contrário, afirma que em 2030 só produzirá BEVs, descartando a produção de PHEV até lá. Conseguirá?

Já é quase certo que veículos a combustão poderão continuar à venda na Alemanha, desde que usem gasolina sintética. Como peso do país (maior mercado do bloco) dentro da União Europeia é muito grande e a Itália já sinalizou apoio, não se descarta mudar a meta para 2035, que vai impor comercialização apenas de VEB daquele ano em diante. Prevê-se queda de 14% nas vendas de VEBs, em 2024, com o fim dos subsídios alemães.

No Brasil, o mês passado apontou súbito volume de vendas de elétricos, puxado pela BYD e especificamente o Dolphin. No entanto, a marca chinesa acelerou as importações no quarto trimestre de 2023 para se blindar do imposto de importação, reiniciado de forma escalonada em 1º de janeiro último. Sua maciça campanha publicitária pela TV nos últimos meses continua, em fevereiro, mantendo o clássico apelo “compre antes do aumento”. Só em abril o cenário aqui estará mais claro.

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2 Comentários
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Carlos Alberto Ranieri 26 de fevereiro de 2024

… só o tempo dirá …

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Tobias 25 de fevereiro de 2024

Oligopólio dos grupos de montadoras estão sentindo, pois não combinaram a eletrificação com chineses. Então complicou….kkkk

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