Estados Unidos registra mais uma morte causada pelo airbag da Takata

Motorista de Honda Accord foi mais um dos milhares que ignoram os chamados de recall, apesar de eles serem totalmente gratuitos

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O Brasil já teve dois casos de acidentes fatais com o airbag da Takata (Foto: Reprodução)
Por Bernardo Castro
Publicado em 12/12/2022 às 16h32

Mesmo depois de 10 anos após o início do recall que envolveu mais de 100 milhões de airbags da marca Takata, muitas pessoas ainda não fizeram o reparo do componente e seguem sofrendo consequências fatais quando a bolsa do veículo se infla após um acidente.

Nos Estados Unidos, a Administração Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA) confirmou que um motorista que dirigia um Honda Accord 2002 morreu após a ativação do item que deveria servir para aumentar a segurança. O óbito aconteceu em fevereiro, mas as investigações só terminaram em dezembro. A Honda já confirmou 17 mortes relacionadas aos airbags da Takata desde que o problema foi descoberto.

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Os modelos mais antigos que não atenderam ao recall são os que mais apresentam perigo. Apesar dos inúmeros esforços por parte das montadoras de tentarem convencer os proprietários dos veículos a fazerem o reparo – que é totalmente gratuito – muitos preferem ignorar o chamado. A Honda, inclusive, confirmou que emitiu mais de 300 tentativas de contato com o dono desse Accord, mas o carro nunca foi levado para fazer essa manutenção.

Em escala global, foram registradas mais de 30 mortes, além de inúmeras pessoas feridas por causa da bolsa de ar. De acordo com a NHTSA ainda existem mais de 30 milhões de veículos que precisam de passar pela manutenção do dispositivo.

O problema nos airbags da Takata

O defeito nos airbags está em um componente chamado deflagrador. A peça é um recipiente de metal que contém um químico gerador de gás. O deflagrador é responsável pela expansão imediata da bolsa de ar que amortece o impacto contra os ocupantes em acidentes.

A falha ocorre apenas em caso de colisão, quando o airbag é ativado. Então, o deflagrador defeituoso explode, rompendo a bolsa de tecido e lançando estilhaços de metal, em alta velocidade, contra os ocupantes do carro.

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O gerador de gás que a Takata usa é o nitrato de amônio, uma substância sólida e explosiva. É necessário o uso de um propelente no sistema, pois o deflagrador deve ser capaz de inflar a bolsa em microssegundos para proteger os ocupantes do impacto.

O químico, no entanto, deve ter uma ação controlada e não destrutiva. O problema é que o nitrato de amônio é considerado um material instável.

De acordo com as investigações realizadas pela NHTSA, a substância sofreu uma deterioração que alterou suas propriedades, tornando-a excessivamente explosiva.

Segundo os resultados divulgados pela organização, o que levou à alteração foram altas taxas de umidade e/ou grandes variações de temperatura. Ou seja, condições naturais do ambiente de diversas regiões, inclusive do Brasil.

Porém, a degradação ocorre apenas com o tempo, o que transforma os airbags afetados embombas-relógio. Não apresentam perigo no momento, mas podem explodir no futuro.

A maioria dos episódios fatais ocorreram em modelos Honda Civic e Accord fabricados entre 2001 e 2005.

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