Inmetro: o que muda na autonomia de quem tem um elétrico?

Segundo o instituto, a autonomia declarada dos elétricos será reduzida em 30%, em relação ao teste de laboratório

renault kwid e tech verde frente parado
Kwid E-Tech é o carro menor consumo energético do país (Foto: Renault | Divulgação)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 01/02/2023 às 20h03
Atualizado em 01/02/2023 às 20h36

O Inmetro divulgou a atualização do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) para 2023. A nova tabela que indica os carros mais econômicos e beberrões do mercado terá 747 modelos.

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Desse total, 68 são elétricos e 48 são híbridos. E para que todos possam ser mensurados num mesmo “balaio”, o Inmetro considera o consumo em megajoule (MJ), que é uma unidade de gasto de energia que é equivalente para qualquer matriz de trabalho.

E dessa forma, o modelo mais eficiente do mercado brasileiro é o Renault Kwid E-Tech. O elétrico francês se faz valer de seu baixo peso (977 kg), para consumir menos energia para se deslocar.

De fato o carrinho é mais leve que um hatch compacto a combustão. E se compararmos com a maioria dos elétricos, ele pesa menos da metade dos modelos mais sofisticados.

Um terço

Mas a grande polêmica da nova metodologia do Inmetro é que a autonomia dos elétricos, declarada nos ensaios laboratoriais dos fabricantes, terá será reduzida (na etiqueta) em 30%.

Ou seja, se um carro tem autonomia declarada pelo fabricante de 300 km, na etiqueta do Inmetro virá 210 km. Mas isso não impede que o valor impresso na etiqueta não possa variar no uso cotidiano, pois condições topográficas, climáticas, peso, calibração dos pneus, tráfego e trajeto interferem na autonomia das baterias.

Carros elétricos recorde de vendas setor automotivo mundial
Elétricos não perderão autonomia, apenas terão valores declarados mais próximos da realidade (Foto: Shutterstock)

E é nisso que o Inmetro se apoiou. Isso porque os testes laboratoriais simulam condições perfeitas de rodagem, com cargas padronizadas. Na vida real, as interferências citadas acima geram valores distorcidos.

Na prática

O que muda para quem já tem um carro elétrico? Nada! Isso porque quem já está habituado com seu elétrico já sabe qual e sua autonomia média.

O motorista sabe quando e como estender um pouco a quilometragem. Utiliza modos de regeneração, soltando o carro nas descidas de ladeira e evitando acelerar muito. Já aprendeu a aproveitar a inércia e também evitar manter velocidades constante elevadas. E o proprietário de um elétrico também sabe que os valores declarados são muito difíceis de serem atingidos.

Ainda segundo o Inmetro, a metodologia adotada é a mesma definida pela Society of Automotive Engineers (SAE).

“Não há mudança no método de ensaio, mas sim uma novidade na apresentação da informação para o consumidor, que passa a ver, na tabela, a autonomia do veículo em distância percorrida, e não a conversão em km/l, como era feito anteriormente. Esse formato de apresentação dos dados acompanha a evolução do mercado de carros elétricos e vem sendo discutido com toda a indústria há alguns anos, tendo passado inclusive por processo de consulta pública em 2020”, explica o chefe da Divisão de Verificação e Estudos Técnicos (Divet), Hércules Souza.

Ou seja, lembra daqueles percentual que todo mundo sempre descontava, e aqui mesmo no AutoPapo sempre lembramos quando testamos um elétrico? Pois é, agora ele virá impresso na etiqueta grudada no para-brisas de seu novo elétrico.

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