Você conhece os 7 principais problemas do carro elétrico?

Boris Feldman elenca quais são os principais problemas que o comprador de carro elétrico enfrenta ao escolher um automóvel a bateria

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Recarga, desvalorização, infraestrutura são alguns dos problemas que o consumidor de carro elétrico enfrenta (Foto: Shutterstock)
Por Boris Feldman
Publicado em 24/03/2024 às 15h03
Atualizado em 24/03/2024 às 15h57

O lado conservador do homem sempre reage diante de novidades. Quando surgiram os carros com motor a combustão, no final do século 19, o imperador alemão da época, Kaiser Wilhelm, segundo disse que eles não substituiriam o cavalo. Olha só. Hoje a discussão está centrada no carro elétrico, no lugar do combustão. Primeiramente, discute se até o lado ambiental da questão, pois não é verdade que o elétrico contribui para valer na descarbonização do planeta.

Ele dá mesmo essa impressão ao rodar quietinho e sem fumaça no trânsito urbano. Mas e o se CO2 emitido para produzir as baterias e o próprio carro, que é enorme. E o pior, ao recarregar na parede, muitos países do primeiro mundo geram energia elétrica a partir do que? Carvão, diesel e gás. Que hipocrisia! Quais são os problemas para o motorista de automóvel? A bateria? Não apenas.

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Primeiro: ainda é muito caro e custa de 30 a 40% mais que o carro convencional. Hoje, no Brasil, os compactos elétricos tiveram seus preços reduzidos para cerca de  R$ 100 mil a R$ 150 mil. Mas SUVs e sedãs médios começam para lá de R$ 250.000.

Segundo: ter apenas o elétrico em casa. Tem que ser o segundo ou terceiro na garagem, pois no caso de uma viagem é quase certo um perrengue na estrada, mesmo que o motorista tenha programados pontos de recarga.

Isso porque ele chega no primeiro posto com tomada, pode ter uma fila esperando e cada carro fica pelo menos uns 30 minutos, ou  mais. O seu mapa indica que o motorista tem um outro eletro posto a 30, 40 quilômetros a frente. Vamos lá, Chegou lá. Bingo! Ninguém na fila porque a tomada está quebrada.

Terceiro: depois de Elon Musk passaram a pipocar várias fábricas de elétricos pelo mundo, os chineses se destacaram com a melhor tecnologia no assunto. Mas até no Brasil já apareceram dois empresários, um brasileiro e outro argentino, carregados de boas intenções para fabricar os elétricos, mas descarregados de capital e tecnologia. Nem a Tesla, com todo seu potencial financeiro, escapou de dezenas de problemas operacionais. Aliás, a Hertz, maior locadora do mundo, colocou no mês passado de uma vez 20 mil de seus elétricos à venda, assumindo um gigantesco prejuízo financeiro.

Carro elétrico não é investimento é gasto

Quarto: aliás, automóvel não é investimento financeiro e perde valor no momento em que deixa o show ruim, quando perde aí 10 a 20% do valor. Essa regrinha não se aplica ao elétrico, que pode perder até 30 a 40% do valor inicial ou mais. Se for necessário uma nova bateria, ela pode custar o mesmo que o próprio carro. Nos principais mercados de usados do primeiro mundo elétrico se acumulam nos pátios por falta de interessados.

Quinto: é o probleminha de como recarregá-los? Complicadíssimo para quem mora em prédio de apartamento.

Sexto: a velha história da autonomia, do alcance. A quilometragem de rodagem é o maior problema desde que o elétrico foi inventado, no século 19, antes mesmo do motor a combustão. Nenhum problema no trânsito urbano, onde se roda poucos quilômetros por dia. Mas na rodovia é que o bicho pega, pois o valor declarado pelo fabricante é um conto da carochinha.

E, acredite se quiser, a autonomia chega a se reduzir a metade. Se tiver o ar condicionado ligado, se o pé do motorista for “pesado” e se a topografia (com muita subida), além da queda normal de capacidade da bateria, comprometem o alcance. Para piorar, em regiões de temperaturas muito elevadas ou muito baixas, a autonomia também é penalizada. Aí a situação é caótica.

Sétima: e a manutenção? A garantia da bateria pode chegar a oito anos, mas o elétrico tem suspensão, direção, freio, refrigeração e transmissão que podem se quebrar.

Moral da história, o carro elétrico tem seu lado positivo, mas muitos problemas que complicam a vida do motorista, como em qualquer transição no mundo. Mas se você estiver mesmo interessado em um carro a bateria só se for para rodar no transito urbano. Além disso é perrengue na certa.

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8 Comentários
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Eduardo Barros 25 de março de 2024

Carros elétricos são bons se comprados zero km com garantia do fabricante, para quem mora em casa térrea e tem uma tomada com carregador na garagem para recarregá-lo a noite e utilizá-lo durante o dia no trânsito urbano. Fora isso é só para passar perrengue mesmo.

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Getúlio Hoffmann de Oliveira 25 de março de 2024

Veja comprei um nissan leaf cem por cento elétrico a 4 anos atrás só fiz as revisões a bateria dele esta igual quando eu peguei ja fiz 58 mil quilômetros nele estava pensando em trocar por outro novo da qui a uns dois anos todas as pessoas que eu conheço que andam em elétricos so vejo coisas positivas tenho um amigo meu saiu do Rio Grande do Sul e foi a Brasília sei la que marca de carro que deu plobrema eu estou muito contente com o meu e sempre usei o ar condicionado a diferença e pouca agora vem com esse comentário ai …………

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Roberto 26 de março de 2024

Tenho um tesla 2020, pior bosta que fiz na vida. dificil achar pontos de carregamento, a bateria ja esta meio arriada, valor de revenda é zero, ninguem quer… fora que chego nos pontoa para carregar, ou estao sem servico ou tem uma leve fila…

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Marcos 25 de março de 2024

Acho que Boris Feldman está certíssimo. Basta parar e meditar um pouco para perceber os problemas. E são exatamente esse. Eu também já refletir sobre isso. Manutenção não tem, só na autorizada e quem já levou sabe qual a diferença em relação aos demais mecânicos externos. Bateria, custa muito caro e tem uma vida muito menor a da vida útil de um motor a combustão. Autonomia, confio na argumentação do Boris. Recarga meu amigo, pode até melhorar, mas é um problema, e o Boris ainda citou o caso de quem mora em prédios, que de fato complica. Digo isso, por que sou eletricista e o problema está realmente relacionado a alta carga de consumo já considerando os demais produtos elétricos existente nos aptos e mais os carros elétricos, que muitas vezes podem está puxando energia ao mesmo tempo. Isso demandaria mais fases, ou seja, cabeamentos em maiores números e em maiores quantidade. Imagina em um grande complexos de condomínios, rapaz que medo. Então, andar em um carrinho deste é bem gostoso, enquanto novo, por da pouco ou quase nada de manutenção. A questão são os problemas colaterais. Querendo ou não, os bom e velhos, à combustão, são independentes, abastecem rápido, autonomia a maioria tem, pois com apenas um tanque, se consegue andar altos kms e ainda pode carregar um galãozinho escondido, para uma possível emergência. Já pensou você, caro leitor, pegar uma transamazônica da vida com um elétrico ou uma estrada de chão de alta quilometragem, desértica e sua abençoada bateria arriar e te deixar na mão. Nem se alguém te der uma carona, você conseguirá tirar seu carro da inércia, pois não tem como buscar recarga. Já o a combustão, não tem esse problema, né. 2030, diz-se que a maioria das montadoras irão finalizar a produção de carros a combustão. Fico imaginando. Será que eles vão sanar todos os encalço? Espero que sim. Não sou um anti elétrico. Mas quem traz o problema, também deve trazer o provento. Só que conhecendo o nosso mercado mercenário, onde sempre caminhamos para o “quero só ganhar”, e qualidade de peças e produtos, estão cada vez mais aquém, fico lá com minhas dúvidas sobre a troca dos combustão por elétrico…

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Santiago 25 de março de 2024

Quanto à sobrecarga da rede elétrica, temos um exemplo aqui mesmo em São Paulo:
Há menos de dois anos o prefeito anunciou da noite para o dia, com grande estardalhaço eleitoreiro, que ele iniciaria a eletrificação de TODA a frota paulistana de ônibus, inclusive proibindo qualquer aquisição de ônibus a diesel (mesmo os Euro-6).
O resultado disso são centenas de ônibus elétricos zero-km parados e acumulando-se nos pátios, porquê só agora “descobriu-se” que a atual rede elétrica da cidade não suportaria milhares de ônibus recarregando as suas baterias durante a noite. Um problema que não se conseguirá resolver de um dia para o outro.
Imaginem então uma frota de milhões de automóveis recarregando as suas baterias nessa mesma rede elétrica.

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Álvaro 25 de março de 2024

Já li muita informação duvidosa/errada sobre carros elétricos em reportagens, mas tantos absurdos agrupados em um texto tão curto… primeira vez! Quem escreveu a matéria não se deu ao trabalho nem de abrir a tabela FIPE pra comentar sobre desvalorização dos carros, por exemplo.

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Adriano Oliveira 24 de março de 2024

Matéria tendenciosa. Boris Feldman é muito bom, mas nesse artigo, os argumentos são facilmente refutáveis. O que é fato é que as marcas “tradicionais” estão quase todas piradinhas com o tsunami de carros elétricos inundando o Brasil e todo o Mundo!

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Pedro 24 de março de 2024

Uaí.. Se existe tantos problemas, porque temer a entrada dos carros elétricos? Porquê aumentar os impostos? É tanto lobby que foi colocado como problema a manutenção da suspensão, até a minha bike tem manutenção da suspensão. O mercado quer, só os lobista e as velhas e atrasadas montadoras não!

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