Acidentes da Boeing e carros autônomos: chefão da Daimler vê relação

Dieter Zetsche, que também comanda a Mercedes-Benz, disse que acidentes espetaculares comprometem a confiança do público em sistemas autônomos

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Por AutoPapo
Publicado em 04/04/2019 às 17h00

Dois acidentes da Boeing, fabricante de aviões, marcaram a história recente. Um deles caiu na Etiópia, no dia 10 de março, tirando 157 vidas. O outro ocorreu em outubro do ano passado, na Indonésia, fazendo 189 vítimas.

Dieter Zetsche, que também comanda a Mercedes-Benz, disse que acidentes da Boeing comprometem a confiança do público em sistemas autônomos.

Ambos eram o mesmo modelo de aeronave: um Boeing 737 Max. O modelo foi proibido de voar por autoridades de todo o mundo, enquanto investigações apontam para o que pode ser o defeito de fabricação.

Descobriu-se que o 737 Max é equipado com um sistema autônomo que controla a inclinação do avião, seu ângulo de ataque. O recurso interfere diretamente no comando do veículo, de forma automática. E erros cometidos por esse sistema são apontados como a causa dos acidentes da Boeing.

Segundo as investigações, os sensores que comandavam o recurso lhe enviaram uma leitura errônea. Assim, o sistema autônomo jogou o avião para baixo, achando que estava mantendo-o em equilíbrio. E não havia nada que os pilotos pudessem fazer para desativar a tecnologia – ou pelo menos nada que houvessem aprendido em seu treinamento.

Agora, os acidentes da Boeing estão sendo comparados aos carros autônomos por Dieter Zetsche, chefão da Daimler e da Mercedes-Benz, em entrevista ao Automotive News Europe. Segundo o CEO, o fator psicológico de ambos é suficiente para comprometer a confiança do público.

Dieter Zetsche, que também comanda a Mercedes-Benz, disse que acidentes da Boeing comprometem a confiança do público em sistemas autônomos.
Dieter Zetsche, chefão da Daimler e da Mercedes-Benz, em frente a um Classe A camuflado. (Mercedes-Benz | Divulgação)

Em sua fala, Zetsche se referiu às consequências que a Boeing vem enfrentando desde os acidentes. “O que é muito importante é a dimensão psicológica. Se você olhar para o que está acontecendo com a Boeing você pode imaginar o que acontece quando um sistema assim tem um acidente”, disse ele.

Por isso, o chefão da Daimler disse pensar que as tecnologias de autonomia deveriam ser introduzidas em estágios. Assim, ele acredita que seria mais fácil conquistar a aceitação do público.

“Mesmo que carros autônomos sejam 10 vezes mais seguros do que aqueles dirigidos por pessoas, basta um incidente espetacular para tornar a aceitação pública muito mais difícil”, considerou Zetsche.

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1 Comentário
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FABIO 6 de abril de 2019

Carro autônomo bem longe do Brasil. O que teria de gente largando a mão do volante, pra mandar WhatsApp! O mesmo ocorre com o carro elétrico (sem sistema regenerativo), só com recarga na tomada. No Brasil, é uma piada. Aliás, eu não vi nenhum site automobilístico comentar quanta química (poluente) é necessária pra fabricar uma bateria, bem como é feito seu descarte?

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