De volta, o Aston Martin DB5 do James Bond

Aston Martin se reergue dos riscos de desaparecimento dá-se a devaneios promocionais: anunciou produzirá 28 réplicas do DB5 do James Bond

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Por Roberto Nasser
Publicado em 24/08/2018 às 18h59

Fábrica inglesa de esportivos Aston Martin se reergue dos riscos de desaparecimento, e, com produtos novos e sociedade com a Mercedes-Benz, busca tempos mais tranquilos. Dá-se a devaneios promocionais: anunciou produzirá 28 réplicas do DB5 do James Bond

No caso, o Aston DB5 do James Bond apareceu em Goldfinger, 1964, onde deu tremenda panca numa das cenas, e ressurgiu em Skyfall transformado em peneira por rajadas de metralhadora.

Carro de aura, motivou a feitura de incontáveis réplicas em escala, e agora por acordo entre a Aston, a EON, detentora dos direitos da franchise James Bond, com consultoria de Chris Corbould, vencedor de Oscar por efeitos especiais, e a Aston’s Q, piada com o inventor das complicações mecânicas de James Bond, produzirão as réplicas.

Vinte e oito unidades, com mecânica replicando a original: seis cilindros em linha, 4.000 cm³ de deslocamento, três carburadores horizontais Weber, 270 cv capazes de levá-lo da imobilidade aos 100 km/h em 8 s e cravar velocidade final em torno de 250 km/h, como então.

Pintados na cor da época, a Silver Birch, com alguns implementos técnicos atuais, como os freios e direção. Diz a Aston, a réplica do DB5 do James Bond terá alguns dos acessórios de época, como o sistema rotativo de placas de licenciamento. Não se falou nas metralhadoras sob os para-choques frontais, o assento ejetável, a capacidade de lançar óleo da pista – isto parece piada com os carros ingleses e seus hábitos de Chevrolet seis cilindros em linha…

Entregas a partir de 2020, produção artesanal, com intensa mão de obra, especialmente para moldar a carroceria. Um exemplar do DB5 do James Bond será da EON para um museu do personagem; outro para a Aston; terceiro para ser vendido por sorteio ou leilão. Demais 25 vendidos a tentativamente selecionados colecionadores da marca, dedicados fãs do personagem, museus. Custarão US$ 3,5 milhões, o dobro do Aston mais caro atualmente.

Tás brincando?

Há pequeno, porém importante, detalhe não explicado no comunicado de imprensa: as réplicas dos Aston Martin DB5 do James Bond não poderão circular em vias públicas, apesar de seu dimensionamento funcional. Questão legal: como réplicas seguindo as especificações de época, não atendem às atuais exigências legais de emissões e segurança – os itens como resistência a impactos; portar freios com ABS, suspensão com adjutório controle de estabilidade (ESP)…

Usualmente, países com maior intimidade com veículos, tem legislação de incentivo a fabricantes de pequenas séries, às vezes dispensados de tais equipamentos atualizados. Mas não é o caso do DB5 do Jams Bond, pois a Aston Martin não é empresa pequena necessitando empurrão de concessões. Assim, quem o comprar, será para tê-lo como obra de arte tridimensional – e estática, como aconteceu com os Jaguar D.

Anúncio gerou inesperado impacto, e bem situados senhores criaram um problema: arguem a Aston Martin se possível comprar o carro com mecânica e itens de segurança atuais, para circular; ou como kit, para providenciar domesticamente tal agregação.

Imagem mais conhecida do DB5 do James Bond; com o ator Sean Connery, em Goldfinger

Roda-a-Roda

Futuro – Nos EUA Ford abandonou produzir sedãs, concentrando-se em SUVs e picapes. Destes, seu produto mais vendido, terá nove novidades até 2023. Globalmente, produtos crescerão de 20 para 23, no foco por mercados rentáveis.

Curiosidade – Detalhe interessante em época de globalização, marca informou reduzir média de vida dos modelos de 5,7 anos para 3,3 anos na próxima década.

Novo Gol – Herbert Diess, presidente mundial do grupo Volkswagen, esteve no Brasil semana passada e aclarou dúvidas quanto ao futuro do Gol como carro de entrada, primeiro degrau de preços para a marca.

Pequeno – Pacote de informações: substituição em 2021 ou 2022, marcando novo ciclo de investimentos. Até 2020, VW Brasil gasta parte dos R$ 7 bilhões alocados para as grandes mudanças de estrutura e produtos.

Bom – Será pequeno, barato – a grosso modo e conceitualmente, uma espécie de Kwid da Volkswagen. Será criado a partir do conhecimento de design, construção e engenharia brasileiras, para atender mercados em desenvolvimento, iniciando pela América Latina.

O que – Mercado em desenvolvimento? Os de piso áspero, desalinhado, esburacado – se aplicável o adjetivo, asfalto sáfaro. Temos invejável know-how.

Nós – Uma vez, na Califórnia, abasteci ao lado de um Fox – o nosso Voyage exportado aos EUA. Dono disse ser o melhor carro do mundo, com mais de um milhão de quilômetros sem maiores reparos. Acreditava fosse alemão – não havia plaqueta dizendo ser brasileiro…

De novo – Uma láurea técnica para o Brasil desenvolver produto mundial.

Política – Agenda do poderoso executivo incluiu sindicalistas para encontro e promessas de empregabilidade. A VW alemã tem diretor representando os metalúrgicos, e a paz social é fundamental nestes processos.

Negócio – A VW está bem na fita, pois importante garantir emprego na ex-Meca do automóvel. O movimento sindical, em nome de promover seus dirigentes, conseguiu expulsar a expansão das fábricas de automóveis instaladas no município para outros estados, reduzindo os empregos. Os dirigentes vão bem, obrigado. Os empregos, muito pelo contrário.

Novo Jimny – Suzuki japonesa está apresentando novo Jimny 4×4. Mantém o espírito de limpeza em linhas e equipamento; intocada a plataforma, incluindo distância entre eixos, mas tornou-o mais alto, largo e comprido. Na prática mantido simples, melhorando qualidade e funcionalidade.

Mudanças – São perceptíveis, as maiores, nos 20 anos de história do hábil jipinho, mantendo a filosofia da marca em conter pesos. Para melhor caracterizar, chamou-o Sierra. Pesando apenas 1.070 kg, o novo motor L4, 1,5 litro, 101 cv e 13,2 kgfm de torque muito melhorou as habilidades, incluindo velocidade média levemente aumentada. Transmissão mecânica de cinco velocidades ou automática de quatro.

Resultados – Motor mais leve, potente e econômico – com gasolina pura faz cerca de 19 km/l, chassis 50% mais resistente em torção, e grande implemento na qualidade da rolagem e nas sensações de condução. Projeto simples, porém de extremada competência.

Mercado – Demanda elevada. Pedidos feitos hoje somente serão atendidos em janeiro. Suzuki no Brasil informa tê-lo no meio do próximo ano, mas diz, curiosamente, manterá o modelo atual em produção.

Sierra, o novo Jimny, mais leve, mais forte, mais ágil
Sierra, o novo Jimny: mais leve, mais forte, mais ágil

Edição – Ford apresentou nos EUA série especial comemorativa de 50 anos do Mustang Cobra Jet, homenagem ao icônico modelo de 1968, campeão das corridas de arrancada. 68 unidades. 5,2 litros, V8, supercharger Whipple, potência não indicada, mas aposte nuns 700 cv. Nos EUA R$ 130 mil. Não virá ao Brasil.

Brinde – McLaren convidou 100 pessoas, tipo top PIB, e proprietários de Porsches, Ferrari, Maseratis, para brinde com vinho achampanhado Chandon em sua loja paulistana. Foi o Welcome Toast by Chandon. Mostrou três modelos da marca, 570S, 570GT e o novo 540C: R$ 1,9M; R$ 1,95M; R$ 2.070.

Negócio – Representação no Brasil, declinada por Nelson Piquet, acabou sendo aceita pela Eurobike – concessionária Porsche e BMW. Empresa inglesa paralela ao time de Fórmula 1, fabrica artesanalmente e com tecnologia de ponta os super esportivos. Hoje 3.300 unidades/ano, e quer chegar a 5.ooo u/a em 2023.

McLaren 540C, de menor preço, R$ 1,9 milhão.

Canto – Jaguar contratou cantora Dua Lipa, anglo-kosovar, para lançar SUVs da linha Pace – E-Pace. F-Pace e I-Pace. Show em Amsterdã, 3 de setembro, 18h. Quer ver? Clique aqui!

“Tapa” – Nissan frustrou consumidores sendo econômica na caracterização dos March e Versa como modelia 2019. As linhas pouco atrativas estão envelhecidas, e novidade se encerra em detalhe interno, a central multimídia Multi-App com CarPlay e Androit Auto. Pouco.

Pra cima – Mercado mundial de automóveis passou ao largo de crises latentes ou prometidas, tendo 3,6% mais vendas relativamente ao ano passado.

Mudança – Não ocidentais tomam lugar: China, Japão, India passaram mercados tradicionais. China pulou 4%: 12.234.244 unidades e abre vantagem sobre o ex-maior mundial, os EUA. Este, para alcançar o novo líder precisa crescer uns 50%. Japão, terceiro lugar, encolheu 2%, vendendo 2.691.064 veículos.

Aqui – Nos dados organizados pela Jato, consultoria mundial, Brasil cresceu 14% mas 9º, com 1.128.048. Governo Dilma foi âncora e marcha a ré econômica.

Cenário – Novo panorama, Índia ascendeu 16%, vendeu 1.982.442 unidades, o 4º Lugar, à frente de tradicionais Alemanha, Inglaterra, França e Itália.

Produto – SUVs e que-tais continuam o segmento de maior ascensão – pouco consumidos apenas no Japão – porém 15 milhões de unidades vendidas, 14% acima do exercício passado, é argumento para seguir o caminho.

Centenário – Ágil empresa gaúcha se espraia pelo mundo ao comemorar 100 anos. É a Iochpe – nome familiar – Maxion, agregado quando assumiu produzir os tratores Massey-Ferguson. Hoje, envolvida com a fabricação de 60 milhões de rodas em 31 fábricas em 14 países. Aqui tem quatro unidades, e a mais recente, em Limeira, SP inicia produzindo 800 mil unidades/ano.

No mundo – Grande salto de crescimento foi dado em sete anos. Em 2010, empresa faturava líquidos R$ 2,2 bilhões. Destes, 18% provenientes de vendas externas. Em 2017, faturou R$ 7,5 bilhões – 75,5% do exterior. Processo se dá adquirindo empresas nos mercados focados. Presidente e CEO Marcos Oliveira não é da família, mas engenheiro ex-Philco, e o último presidente da Ford a apresentar lucros.

Marcos Oliveira, CEO da Iochpe, crescimento no exterior

Tecnicidades – Experiência da Pirelli como fornecedora de pneus ao Campeonato Mundial de SuperBike, permeou para as motos de rua. Acaba de misturar compostos, três na dianteira e dois para a traseira, para atender a diferentes demandas: estabilidade, durabilidade, aderência em piso seco ou molhado e desempenho esportivo.

Diablo Rosso Corsa II – É o nome, e o numeral indica evolução da primeira série, lançada há oito anos. No período o intenso desenvolvimento da eletrônica permitiu enormes ganhos de torque, potência, e o Diablo II atende a tais ganhos. Seu slogan é bem descritivo: Aceite inclinações mais agressivas.

Peculiaridade explica ter uma medida dianteira e seis traseiras.

Novos Mercedes-AMG, utilitários muito esportivos

Você gosta de utilitários esportivos, ou de cupê; dirige com brio; aprecia tecnologia desenvolvida para garantir segurança e esportividade; e seu porquinho da poupança está repleto? És um dos caras buscado pela Mercedes-Benz. A marca alemã homologou dois novos produtos de sua associada, a AMG, especialista em performance. São o AMG GLC 63 4Matic+ e o Coupé, únicos de porte médio com motor V8 de 4 litros e biturbo. Potências variam de acordo com a versão. No SUV o motor exuda 476 cv; 510 no Coupé. Aceleração impactante: o SUV acelera de 0 a 100 Km/h em 4 segundos e o Coupé em dois décimos menos.

Mecanicamente, quase iguais: transmissão automática nas quatro rodas, nove marchas, embreagem por disco submerso; trocas extremamente rápidas, suspensão por molas pneumáticas, e o eixo traseiro privilegiado com recebimento de torque. Ms a Mercedes aplicou um epicurismo mecânico no Coupé, o deslizamento do diferencial comandado eletronicamente – na outra versão, meio mecânico. Desenvolvimento com responsabilidade para ser compatível com rendimento e segurança. Externamente marcam-se pela grade frontal AMG Panamerica, apresentado no modelo GT.

Há outros refinamentos proporcionais à transformação do modelo Mercedes em AMG, como a capacidade de regular o som da exaustão do motor; revestimento em material assemelhado a couro; quatro regulagens para a suspensão, motor e câmbio – de Comfort a Race, quando se otimizam todas as capacidades dos conjuntos; rodas em liga leve com 21”.

Preços: Mercedes-AMG GLC 63 4Matic+, R$ 513 mil; Coupé, R$ 588 mil.

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