Como fica o setor automotivo com acordo entre Mercosul e UE?

"O problema é o custo Brasil, porque o nosso carro paga custos que eles lá não pagam, como os encargos salariais, despesas portuárias, etc."

Falta de chips semicondutores prejudicou a produção de automóveis no Reino Unido
Por Boris Feldman
Publicado em 18/07/2019 às 18h01
Atualizado em 03/10/2019 às 19h20

Foi finalmente assinado, depois de 20 anos de idas e vindas, o famoso e histórico acordo entre Mercosul e União Europeia. Ou seja, facilitando o intercâmbio comercial entre esses blocos econômicos, o que é muito bom para os dois.

Porém, no caso da nossa indústria automobilística, é preciso tomar cuidado. Porque nós temos qualidade do nosso produto para exportar para lá; é só acertar as características dos nosso carros para ficarem adequados ao mercado europeu.

Mas o problema é o custo Brasil. Porque o nosso carro paga custos que eles lá não pagam, como: os encargos salariais, os custos enormes de despesas portuárias, nos portos onde atracam os navios, buraco na estrada, que encarece o transporte rodoviário, luz e água. Tudo aqui no Brasil é mais caro do que lá. Então nós temos 15 anos, que é o prazo para zerar os impostos de lá para cá e vice-versa.

Então, nesse período, ou o Brasil corta esses custos, ou vai ser uma festa para a indústria europeia no Brasil. E nós, literalmente, vamos ficar a ver navios, porque não vamos ter condição de competir com eles.

Tanto isso é verdade, que recentemente, assim que foi anunciado o acordo entre Mercosul e União Europeia, sabe o que disse o presidente da Fiat-Chrysler, da FCA,  na Argentina?

“Eu estou achando muito bom esse acordo, porque nós aqui na Argentina, ao invés de importarmos carros do Brasil, vamos importar os mesmos carros da Europa pagando menos, porque eles são mais baratos.”

Acordo Mercosul
Indústria automotiva – Foto | Shutterstock
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1 Comentário
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Fabio 19 de julho de 2019

Com todo o respeito Boris, mas eu já escrevi, quando o presidente da FCA deu a declaração.Volto a repetir, quem define o mercado é a matriz e o Governo. Traga os carros europeus, que não sabem quem é B.Covas, e eles quebrarão na primeira cova ou cratera de São Paulo. Escolhas erradas, como só fabricar SUV, pensando que aqui são os Estados Unidos, entre outras bobagens mercadologicas, fazem alguns concorrentes perderem mercado e outros ganharem com o tempo. O que precisa ser feito, é um forte apoio do Governo para que os fabricantes de auto peças sejam inseridos como fornecedores mundiais, já que não temos fabricantes nacionais de veículos.

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