Como identificar os carros chineses: listamos os defeitos e características

Cada mercado possui suas preferências e conseguimos reparar isso nos pequenos detalhes dos carros, hoje em dia já é possível ver qual é o padrão da China

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Cada país projeta os carros de um jeito, já estamos sacando qual é a da China (Foto: BYD | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 17/09/2023 às 09h02

Hoje os carros chineses estão consolidados no Brasil e durante 2023 tivemos grandes lançamentos de marcas vindas de lá. Agora que temos um contato maior com esses veículos e ele já saíram da fase de serem cópias, já podemos notar algumas características e defeitos típicos deles.

Quem possui contato com carros de diferentes nacionalidades já consegue deduzir o país de origem do projeto por detalhes: os comandos satélites e soluções fora do comum dos franceses, a falta de mimos dos japoneses, a ergonomia dos suecos, a engenharia sempre apurada dos alemães, os exageros dos norte-americanos, etc.

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Se você está com um carro chinês em sua lista de compras e tem curiosidade de saber com o que terá que lidar no dia-a-dia, ou as raivas que irá passar, essa lista será útil. Confira:

1. Tecnologia em excesso — nem sempre útil

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Videogame, karaokê, aplicativos… chineses gostam, mas brasileiro mal usa (Foto: BYD | Divulgação)

A estreia do BYD Dolphin foi uma revolução em nosso mercado. Ele trazia porte maior, mais autonomia e o principal: o interior era recheado de equipamentos e funcionalidades da grande central multimídia. Na ficha técnica, isso é um grande atrativo quando se compara com outro carro do mesmo preço.

Porém ao olhar com calma, podemos notar que muitos desses itens são supérfluos e serão pouco usados. Um exemplo é o karaokê integrado, que mostra a letra da música na tela. Isso é uma exigência do público chinês, que gosta de cantar no carro dessa forma. A ponto de atrapalhar as vendas da BMW na China.

Outro item que os carros chineses costumam trazer é a iluminação interna colorida. A quantidade de anúncios no AliExpress de fitas de LED para carros seria um sinal?

O lado positivo disso, é que encontramos alguns itens úteis em uma faixa de preço onde são raros. As câmeras com visão de 360° do Caoa Chery Arrizo 6 Pro, o banco do motorista com regulagem elétrica do Tiggo 5X Sport e o pacote ADAS do GWM Ora 03 são alguns exemplos.

2. Um latifúndio no banco traseiro

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Eles querem saber é de espaço para as pernas no banco traseiro, as vezes em detrimento do porta-malas (Foto: Ford | Divulgação)

Os chineses não estão entre as pessoas mais entusiastas por carros. Muitos contratam chofer e andam sempre no banco traseiro. Por isso, são comuns as versões alongadas de sedãs.

E não precisa ser um modelo de alto luxo, como um Mercedes-Benz Classe S. Carros como o Toyota Corolla, Audi A4, BMW Série 3 e o Volkswagen Santana possuem versões mais longas exclusivas para a China.

Nos projetos chineses, os carros já nascem com essa preocupação. O Caoa Chery Arrizo 6, por exemplo, possui um banco traseiro digno de limusine. O Chevrolet Onix atual está entre os mais espaçosos do segmento.

Em SUV isso ocorre também, como no Ford Territory e na linha Tiggo da Chery. Muitas vezes esse espaço para as pernas do passageiro vem em detrimento do porta-malas, que não é uma prioridade dos chineses como é dos brasileiros.

3. Problemas de diagramação

Sabemos que muitos vão considerar esse item como frescura, mas é algo que sempre chama a nossa atenção. Vamos começar pela profusão de emblemas na traseira dos carros.

A BYD faz questão de colocar o seu slogan “Build Your Dreams” por extenso na traseira. Em um canto vai o nome do modelo, o tipo de motorização e, no caso dos esportivos, o tempo da aceleração de zero a 100 km/h.

Os europeus tem um gosto bem diferente desse. Os carros da BYD vendidos por lá possuem menos emblemas e o novo Seal chegou lá sem o slogan.

Mas quem exagera nos emblemas é a Caoa Chery. Em alguns modelos podemos encontrar quatro fontes diferentes na tampa do porta-malas. Fora as identificações do modelo, está a logo da representante brasileira da marca em uma fonte própria.

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Essa fonte foi feita para os caracteres chineses, quando usada para o alfabeto latino fica com espaçamento irregular e serifada (Foto: Eduardo Rodrigues | AutoPapo)

Por dentro encontramos os problemas de diagramação nas centrais multimídia. Algumas marcas apenas traduzem o que está escrito, porém a fontes usadas na escrita chinesa possuem espaçamento diferente que o usado pelo nosso alfabeto latino.

Na foto acima, podemos notar esse problema em um Chery. Além do espaçamento estranho, a fonte é serifada, o que não é recomendado para esse uso.

Quem tomou esse cuidado na hora de adaptar o carro para o Brasil foi a GWM. Toda a interface foi traduzida e as fontes são próprias para o nosso alfabeto.

4. Dinâmica esquisita

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O pessoal na China quer saber de conforto; se quiser esportividade, procure em outro lugar (Foto: BYD | Divulgação)

O chinês começou a comprar carro nos últimos anos e priorizam mais os equipamentos tecnológicos. A popularização das caixas automáticas e da eletrificação demonstra que os carros chineses não são usados de forma esportiva.

Ao volante deles notamos que o foco é sempre o conforto. Existem exceções, como os Chevrolet Onix e Tracker que tiveram a suspensão acertada no Brasil.

Porém os carros de marca chinesa em geral, estão longe de ter uma condução prazerosa. Os modelos da BYD são os que mais pecam, alguns de seus SUVs grandes devem em estabilidade direcional mesmo em retas.

Mais uma vez, a marca que notamos mais capricho na hora de adaptar o carro para os mercados internacionais foi a GWM. A linha Haval mantém o foco no conforto, porém transmite solidez e segurança nas curvas.

5. Grades gigantes

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Marcas de todo o mundo entrou na moda da grade gigante para agradar ao mercado chinês (Foto: BMW | Divulgação)

A moda recente de ter uma grade enorme e marcante na dianteira dos carros não é bem um efeito global e sim uma preferência dos consumidores chineses. A BMW está trocando sua grade pequena, porém icônica, por uma grande devido a preferência asiática.

Na China, as grades grandes são vistas como símbolo de status. Além do tamanho, os elementos usados nela são trabalhados para chamar a atenção e dar visual tridimensional.

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3 Comentários
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Marcelo Farias 22 de setembro de 2023

Se o problema é grade, uma RAm faria um sucesso enorme por lá. Mas não é só carro chinês que tem coisas fundamentais como o multimídia. rsrs. Quase todos os carros de luxo tem o controle de volume no volante, muito útil, já que você não precisa esticar o braço…

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Luiz Oliveira 18 de setembro de 2023

nunca vou querer um carro chinês !! pessoas só compram por causa do preço barato !!!!

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Alex Aleixo 17 de setembro de 2023

Uma reportagem tendenciosa, onde não exemplifica nenhum “problema” … só menciona gosto pessoal.

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