Carros elétricos do passado: veja 5 tentativas que ficaram sem pilha

Hoje esses carros estão se popularizando e a tecnologia os tornou mais viáveis, no passado houveram tentativas mais limitadas

fiat palio weekend eletrico verde traseira caregadno
Até o Brasil teve suas tentativas de fazer um elétrico (Foto: Fiat | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 19/11/2023 às 09h02

Os carros elétricos apareceram junto da invenção do automóvel, no século XIX. Eles eram muito usados como táxi ou oferecidos como opção para as mulheres, já que não necessitavam de girar uma pesada manivela na hora de dar a partida.

O que matou esses elétricos foi o Ford T, o responsável pela popularização dos carros. O primeiro modelo feito em larga escala trazia motor a gasolina e criou o padrão que foi seguidos nos anos seguintes.

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Apesar disso, os elétricos não foram abandonados. Essa propulsão ganhou seu uso em serviços específicos e periodicamente algum era apresentado como alternativa mais econômica aos combustíveis fósseis.

Atualmente vivemos em uma era onde o carro elétrico já é viável. Carros como o Nissan Leaf e o Mitsubishi i-Miev abriram o caminho, enquanto o Tesla Model S tornou a eletricidade desejável. Mas se você não conhece as tentativas anteriores, aqui vai uma prova.

1. Henney Kilowatt

catalogo antigo henney kilowatt
Parece um Dauphine. E é um, só que elétrico (Foto: Henney | Divulgação)

O primeiro carro elétrico produzido em série no mundo foi o Henney Kilowatt, feito entre 1959 e 1960 nos EUA. Ele era uma versão a bateria do Renault Dauphine, o mesmo que foi produzido no Brasil pela Willys-Overland.

Esse sedã elétrico trazia um motor elétrico de 7 cv e câmbio automático de três marchas. No modelo 1959 a autonomia era de apenas 64 km, na linha 60 subiu para 105 km. A velocidade máxima era de apenas 97 km/h.

Assim como os carros elétricos atuais, o Kilowatt já trazia um carregador embutido, precisando apenas plugar em uma tomada para recarregar. Foram produzidas 100 unidades do veículo, com apenas 47 delas sendo comercializadas.

2. Caminhões de leite britânicos

caminhao eletrico de leite inglaterra
A ideia era entregar o leite sem acordar as pessoas com o barulho de motor (Foto: Wikimedia)

Até hoje a figura do leiteiro é comum na Inglaterra. Esse profissional passa diariamente entregando leite fresco nas residências antes do amanhecer.

Esse trabalho era feito tradicionalmente por carroças tracionadas por cavalos, mas a força animal foi substituída já no início do século XX por carros elétricos. Eram mini caminhões criados especificamente para esse trabalho, com velocidade limitada.

A ideia de usar elétricos era para não incomodar as pessoas que estavam dormindo. Esses veículos foram tão populares que, de acordo com a associação britânica dos carros elétricos, haviam mais veículos elétricos no país que em todo o resto do mundo somado.

Hoje em dia ainda existem os caminhões de leite elétricos na Inglaterra, porém em quantidade menor. Os supermercados e aumento pela procura por produtos industrializados diminuiu a demanda pelo leite fresco.

3. Gurgel Itaipu

gurgel itaipu sendo apresentado a silvio santos
O brasileiro fez o elétrico como resposta ao Proalcool (Foto: Gurgel | Divulgação)

O visionário João Augusto do Amaral Gurgel era contra o etanol, ele achava que as terras do Brasil deveriam produzir alimentos. Por isso, ele criou o primeiro elétrico brasileiro, o microcarro Itaipu.

Ele tinha preço similar ao do Fusca e usava 10 baterias de 12 volts ligadas em série. A autonomia era limitada, menos de 100 km. Porém a velocidade máxima de 50 km/h demonstra que não era para ir longe.

O nome Itaipu também foi usado em furgões elétricos, que foram vendidos para frotas do governo e para empresas.

4. Peugeot 106 Electrique

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A Peugeot queria vender 100 mil unidades do carro elétrico, conseguiu emplacar apenas 6.400 (Foto: Peugeot | Divulgação)

Durante os anos 90 apareceram alguns experimentos em carros elétricos realizados por montadoras. Chevrolet S10, Ford Ranger e Toyota Rav4 são alguns carros que tiveram o tanque de gasolina substituído por baterias.

Porém um dos mais bem sucedidos — mas nem tanto — foi o Peugeot 106 Electrique. Esse modelo foi oferecido na Europa de 1995 a 2003, usando a mesma carroceria do charmoso compacto que foi importado para o Brasil.

O motor elétrico produzia 27 cv, porém não podia passar de 15 cv por longos períodos por riscos de danos. Era o suficiente para atingir 90 km/h, podendo rodar em trânsito urbana com mais competência que outros carros dessa lista. A autonomia de 100 km também era considerável.

A Peugeot previu uma produção total de 100 mil carros elétricos com o 106, com uma média anual de 15 a 20 mil unidades. Porém conseguiu vender apenas 6.400 unidades nesses 8 anos, com maior parte indo para o governo francês.

5. Fiat Palio Weekend elétrica

O 500e não foi o primeiro carro elétrico da Fiat no Brasil, a filial instalada em Betim (MG) já havia feito um localmente. Trata-se de uma conversão feita com a Palio Weekend, que foi feita para rodar dentro da usina hidrelétrica de Itaipu.

O elétrico trazia motor de 20 cv e 5,1 kgfm, capaz de acelerar a perua de zero a 60 km/h em 9 segundos. A máxima era de 100 km/h. A autonomia ficava em 120 km e as baterias carregam em 8 horas em uma tomada de 220 volts.

A Fiat fez 66 carros elétricos no Brasil, que também foram usados no Parque Nacional do Iguaçu e no arquipélago de Fernando de Noronha.

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