Carros que fizeram hora extra: esses 5 deveriam ter saído de linha antes

O mercado automotivo está se movimentando constantemente, mas esses cinco modelos ficaram parados no tempo fazendo hora extra

volkswagen santana prata frente parado
O Santana foi tão esquecido que suas últimas fotos de divulgação foram feitas nos fundos da fábrica (Foto: Volkswagen | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 12/03/2023 às 09h02
Atualizado em 13/03/2023 às 14h13

Os fabricantes lançam carros novos já com um ciclo de vida planejado, com cerca de oito anos. Nesse meio tempo vêm atualizações e um face-lift. Mas esse plano pode ser alterado dependendo da aceitação do mercado, com alguns modelos fazendo hora extra.

O problema desses carros ficarem mais tempo no mercado é que o fabricante se acomoda, tornando mais difícil a atualização do produto. Trocar um carro com mais de 10 anos por algo totalmente novo pode causar estranheza ou até mesmo espantar o consumidor. Por outro lado, existe a dificuldade em preencher essa lacuna.

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Um exemplo disso é a Volkswagen Kombi. Ela era um projeto bastante datado e inseguro, porém não existia outro modelo tão capaz quanto pelo mesmo preço. Quando saiu de linha, não deixou um sucessor direto. As vans chinesas tentaram pegar esse segmento, mas não tinham a robustez da Kombi.

1. Hyundai Tucson

hyundai tucson 2012 prata frente parado
O Tucson ficou tanto tempo em produção que dividiu as lojas com outras duas gerações (Foto: Hyundai | Divulgação)

A Caoa conseguiu alavancar, no Brasil, um sucesso estrondoso para para a Hyundai nos anos 2000. O grande volume de publicidade e preços agressivos fizeram o I30, Azera, Elantra, Sonata e Tucson virarem figuras recorrente no trânsito das cidades brasileiras.

Na mesma época, o Ford EcoSport estava popularizando os SUVs no imaginário do brasileiro. O Doutor Caoa sempre quis produzir carros no Brasil e conseguiu realizar esse sonho com a fábrica de Anápolis (GO), que teve o Tucson como primeiro carro de passeio feito por lá.

A nacionalização em 2010 ajudou nas vendas do SUV, a ponto da Caoa optar por deixar ele em linha quando a segunda geração chegou. Para não existir confusão, o modelo novo veio em com o nome usado na Europa: IX35.

O Tucson fez hora extra sendo produzido até 2019. Para aumentar a confusão, em 2017 já vinha importada a terceira geração do modelo utilizando o mesmo nome e o IX35 era produzido no Brasil. Tivemos três gerações distintas desse SUV sendo vendidas aqui ao mesmo tempo.

2. Volkswagen Santana

volkswagen santana azul traseira gas natural
O Santana começou com apelo no luxo e saiu de linha como táxi (Foto: Volkswagen | Divulgação)

A primeira geração do Volkswagen Santana estreou no Brasil alinhada com a Europa. Com o preço caro da gasolina nos anos 80, ele se tornou uma opção de carro executivo para quem não queria lidar com os gastos maiores de um Chevrolet Opala.

A segunda geração foi criada no Brasil fazendo uma grande reformulação no estilo, mas sem mudar a plataforma. O carro estreou em 1991, logo após a abertura das importações. A chegada de concorrentes mais modernos fez o Santana envelhecer mais e evidenciou as deficiências da plataforma antiga de motor longitudinal.

Concorrentes modernos feitos no Brasil complicaram a vida do Santana, como o Chevrolet Vectra e o Honda Civic. Em 1999 o sedã da Volks ganhou mais uma reestilização, que não foi páreo para a competição. A solução foi simplificar o carro e focar nas vendas diretas nessa hora extra.

A Volkswagen só foi ter um sedã médio moderno com a chegada do Bora, que foi discreto no mercado. O Santana saiu de linha em 2006, com fama de ser táxi e viatura policial. Uma imagem bastante diferente do luxo dos CD e Executivo da primeira geração.

3. Chevrolet Corsa

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O Prima poderia ser o sucessor do Classic, mas nada derrubou o sedã do Corsa (Foto: Chevrolet | Divulgação)

Os primeiros carros 1.0 do Brasil eram modelos de origem antiga e bastante simples, como o Volkswagen Gol 1000 e o Fiat Uno Mille. A Chevrolet tentou emplacar o Chevette Júnior, mas as perdas mecânicas causadas pela tração traseira fizeram dele um dos piores 1.0 do país.

Mas o sofrimento durou pouco, a General Motors tinha na manga o moderno Corsa, que estreou causando rebuliço no mercado. Além do design atual, ele trazia injeção eletrônica em todas as versões e fez os concorrentes parecerem trogloditas.

Com a chegada da segunda geração em 2002 (na Europa era a terceira), o Corsinha original continuou com o nome Classic. A geração nova durou até 2012, mas o antigo fez hora extra indo até 2016.

O mais estranho é que o Corsa deveria ser substituído pelo Celta como carro de entrada, enquanto seu sedã poderia ser substituído pelo Prisma mais tarde. Mas a Chevrolet preferiu mantê-los todos em linha. A Chegada do Onix pôs um fim a essa salada e unificou a linha de compactos.

4. Mitsubishi ASX

mitsubishi outlander sport 2021 cinza frente
O ASX passou por quatro reestilizações e mudou de nome uma vez (Foto: Mitsubishi | Divulgação)

Os SUVs compactos estouraram na década de 2010, criando um segmento bastante competitivo. A Mitsubishi importou por um tempo o ASX até começar a produzi-lo no Brasil. Esse modelo foi lançado em 2011 e foi produzido por aqui até 2022, com o nome Outlander Sport após a quarta e última reestilização.

Ele não está apenas fazendo hora extra no Brasil como também no exterior. O Outlander Sport continua sendo produzido no Japão e exportado para vários mercados. Uma nova geração foi lançada na Europa, mas trata-se de um Renault Captur com mudanças discretas no visual.

5. Fiat Palio Weekend

fiat weekend attractive
É triste não existirem peruas novas no Brasil, mas a falta de uma sucessora à Palio Weekend ajudou a enterrar o segmento (Foto: Fiat | Divulgação)

Infelizmente não existem mais peruas produzidas no Brasil. A última foi a Fiat Palio Weekend, que foi um bom carro em seu tempo. A falta de uma sucessora e de concorrência fez com que esse carro continuasse fazendo hora extra até 2020.

Nos últimos anos a gama foi racionalizada em duas versões: a Attractive 1.4 e a Adventure 1.8. A primeira vendia bem como táxi enquanto a segunda era popular como viatura e em frotas públicas.

Hoje o sedã Cronos e, por incrível que pareça, o SUV Pulse atendem aos taxistas. Já os policiais tiveram que pular fora da Fiat, o verdadeiro sucessor fardado da Palio Weekend vem sendo o Renault Duster.

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1 Comentário
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Cadillata 12 de março de 2023

Tive um Corsa 1996 de 1,6-l que foi o máximo.
Depois comprei um Novo Corsa 2002 de1,8-l, que foi o mínimo.
A diferença entre os dois era gritante. Enquanto o primeiro era legal, gostoso de dirigir e se esquivava de problemas, o segundo foi tal e qual uma gaiota, horrível e de mecânica problemática.
Naquela época eu dizia que minha vida tinha ido do céu ao inferno e não é exagero.

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