Cinco carros que saíram de linha e deixaram ‘viúvas’ no mercado

Hoje os donos desses carros ficaram sem opção se quiserem trocar o modelo amado por um novo e valorizam bem seus usados

volkswagen up high prata frente em movimento
O Up! foi criticado por alguns no lançamento, mas quem comprou se apaixonou (Foto: Volkswagen | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 04/02/2024 às 09h02

Existem carro que fazem sucesso acima do normal e criam uma legião de fãs. Isso se torna um problema para o fabricante na hora de aposentá-los, deixando esses compradores sem ter um substituto à altura.

Com isso, o público fica com duas alternativas: migra para outro modelo, ou insiste no carro que foi aposentado sem substituto. Eles rodam por mais anos, uma comunidade é criada para trocar experiências sobre manutenção, já que não existe um carro que sirva como substituto.

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Para relembrar os modelos que deixaram saudades — e viúvas —, listamos aqui cinco carros que não tiveram substituto a altura.

1. Volkswagen Up!

volkswagen up high prata frente parado
O subcompacto tinha interior bem aproveitado e tinha desempenho surpreendente na versão TSI (Foto: Volkswagen | Divulgação)

Quando a Volkswagen lançou o Up!, ela foi duramente criticada pelos consumidores: o carro era menor que o Gol, mais caro e ainda usava um motor de três cilindros. Quem deu atenção para os testes da imprensa e viu que o carrinho era um excelente urbano e econômico, apaixonou.

A chegada do Up! TSI em 2015, com um desempenho surpreendente e a mesma economia, deixou os fãs ainda mais apaixonados. Isso não fez o carro deslanchar, o público fiel não havia um volume significativo a ponto da VW manter o carro em produção.

Quando o Up! saiu de linha em 2021, ele ficou sem um substituto a altura. O Gol era maior, já o Polo com motor TSI era mais caro e trazia câmbio automático.

Hoje, o Up! é um carro valorizado no mercado de usados. Unidades em bom estado são vendidas com preços acima da tabela e o modelo TSI é sonho de todo jovem entusiasta atrás de um “projetinho”.

2. Honda Fit

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Fãs do Fit acham o HR-V muito grande e o City muito baixo (Foto: Honda | Divulgação)

Em 2003 a Honda decidiu expandir seus horizontes no Brasil produzindo o compacto Fit ao lado do médio Civic em sua fábrica de Sumaré (SP). O carrinho era caprichado, trazia bom acabamento, espaço interno que fazia inveja a algumas minivans da época, era robusto e seu motor era econômico.

As duas gerações seguintes foram reforçando esses pontos fortes e resolvendo os pontos fracos: ficaram mais confortáveis e mais equipados. Em 2021 o Fit saiu de linha às vésperas da nova geração do City.

Os motivos da quarta geração do Fit não ter vindo para o Brasil foram a sua construção mais refinada e a estreia de um City Hatch. Isso deixou os fãs do compacto sem opção.

O City Hatch trazia bom espaço para passageiros, mas tinha assento mais baixos (o que dificulta o acesso para pessoas mais velhas) e porta-malas menor. Já o HR-V, é maior, mais caro, porém a visibilidade é pior.

Enquanto isso, no mercado de usados, o Honda Fit é um dos carros que não caiu de preço após a estabilização do mercado. O que a falta de um substituto a altura não faz com um carro…

3. Fiat Mille

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A Fiat ainda faz carros compactos robustos e baratos, mas não com a competência do Mille (Foto: Fiat | Divulgação)

O Fiat Mille foi o verdadeiro sucessor do Fusca no Brasil. Ele era barato de comprar, barato de manter, trazia bom espaço interno para seu porte e uma robustez digna de caminhão.

Mas, por melhor que seja um carro, chega uma hora onde a legislação torna sua produção inviável. No caso do Mille, foi a obrigatoriedade dos airbags em 2014 que pôs fim em sua carreira.

Na época existia ainda a segunda geração do Uno, mantendo boa parte dos predicados, e o apertado Mobi. Esses carros da Fiat eram robustos, porém não eram tão valentes quanto o Uno.

O sucessor desse carro atualmente é o Mobi, porém seu espaço interno limitado o faz menos versátil que o antigo Mille. O mais próximo dessa fórmula é o Citroën C3, porém ele é um lançamento recente e sua robustez ainda não foi comprovada no uso extremo do público brasileiro.

4. Volkswagen Kombi

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Com o fim da Kombi, quem precisava levar passageiros teve que ir atrás de vans mais caras e quem leva carga teve que se contentar com modelos menos capazes (Foto: Volkswagen | Divulgação)

Ouro carro extremamente datado, porém competente em seu trabalho a ponto de não ter um carro como substituto é a Volkswagen Kombi. O furgão com projeto dos anos 60 era o único em sua faixa de preço capaz de carregar 1 tonelada ou 9 passageiros.

Modelos mais modernos, como o Fiat Doblo, Peugeot Partner e Renault Kangoo não levavam a mesma quantidade de peso. Já para passageiros, existiam vans grandes como o Fiat Ducato.

A Kombi saiu de linha em 2013 por força da lei, quando airbags e ABS passaram a ser obrigatórios. A Volkswagen não cogitou lançar um carro como substituto, como o furgão médio transporter ou o compacto Caddy.

Vanzinhas chinesas supriram parte da demanda, porém muitas marcas nem existem mais e os consumidores ficaram em apuros. No fim das contas, tiveram que se adaptar ao Fiat Fiorino ou manter a velha Kombi trabalhando por mais tempo.

5. Honda Civic

honda civic touring sedan
Os sedãs que sobraram no mercado não possuem o acerto mais esportivo do Civic (Foto: Honda | Divulgação)

O Toyota Corolla pode ser o líder dos sedãs médios, mas ele nunca despertou paixão dos entusiastas. Quem estava atrás de um carro médio e gostava de uma dinâmica mais apurada, ia atrás do Honda Civic.

Com o fim da produção nacional do sedã, seus fãs ficaram desamparados. A nova geração veio importada da Tailândia e com um sistema híbrido de alta eficiência, porém o preço fica longe do patamar antigo e do rival Corolla.

O médio vem como hatch na versão esportiva Type-R. Mas o preço também é alto e distante do que era cobrado no Si.

O Honda Civic também não teve um sucessor direto. Tanto o Corolla quanto o Nissan Sentra são carros que focam mais no conforto. Quem equilibrava bem a esportividade com a suavidade era o Chevrolet Cruze, mas esse também saiu de linha.

Bonus: Caminhões Ford

Antes de parar de fazer carros no Brasil, a Ford encerrou a sua divisão de caminhões. Na época ela fazia a linha Cargo, que estava com motores novos, e a dupla F-350 e F-4000.

Os caminhões da série F eram os únicos do segmento, traziam um aclamado motor Cummins e traziam opção de tração 4×4. Foram veículos muito usados no campos e não tiveram sucessor até a chegada do Kia Bongo 4×4.

Já a linha Cargo estava em expansão. Em 2018 ela havia lançado o 3031 8X2, com quatro eixos de fábrica e motor Cummins de 306 cv, ideal para transporte intermunicipal. Ela também oferecia caixa automatizada para os 3/4 e motores FPT nos cavalos-mecânicos.

Quando a fábrica de caminhões foi fechada, a gama do Cargo oferecia opções bem diversas e com potencial de crescer em vendas. O lançamento do novo cavalo mecânico F-Max na Turquia gerou um burburinho de sua vinda para o Brasil para brigar com os consagrados Volvo. Mas ficou apenas na esperança.

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1 Comentário
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Luciano Brandão 5 de fevereiro de 2024

Excelente

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