Citroën C3: brasileiro, indiano ou europeu, qual é o melhor?
O Citroën C3 nacional foi lançado com algumas diferenças para o irmão indiano e completamente diferente do europeu
O Citroën C3 nacional foi lançado com algumas diferenças para o irmão indiano e completamente diferente do europeu
A Citroën lançou o novo C3 no Brasil. Ao contrário das gerações anteriores, o compacto deixou de ser igual ao modelo Europeu e agora passar a ser uma versão criada no Brasil focada no mercado de hatches populares.
Essa geração nova foi projetada em conjunto com a Citroën da Índia, onde a marca tenta também aumentar sua participação. Porém, a engenharia brasileira da Stellantis deu seu toque para deixar o novo C3 nacional mais ao gosto daqui.
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Por isso hoje temos três Citroën C3 diferentes pelo mundo: o nacional, o indiano e o europeu. O modelo brasileiro e o indiano são feitos na plataforma CMP compartilham apenas o design externo e interno — com diferenças estruturais como ocorre com o nosso Renault Kwid quando comparado ao modelo da Índia. O europeu é um caso a parte e ainda usa a PF1, a mesma plataforma do C4 Cactus e da primeira geração do Peugeot 208.
Essa geração reposiciona o compacto no mercado, enquanto os anteriores eram compactos premium o novo desce para o segmento de populares.
Na Índia, o C3 compete com SUV compactos de baixo custo, como o Tata Punch, o Nissan Magnite, Renault Kiger e o Maruti Suzuki Ignis. Mesmo tendo esses concorrentes, a Citroën chama o carro de “hatchback with a twist” (hatch com “algo a mais” em uma tradução livre) e não de SUV.
Por aqui a competição acaba sendo contra versões topo de linha dos subcompactos Fiat Mobi e Renault Kwid, além das versões intermediárias e de entrada do Hyundai HB20, Chevrolet Onix e Renault Sandero. De certo modo ele sucede o Fiat Uno, se levar em conta toda a gama da Stellantis.
Na Índia não é possível comprar um Citroën C3 com limpador e desembaçador traseiro, retrovisores elétricos ou câmbio automático. Segundo avaliações locais, como a feita pela revista Autocar, os cortes de custos são bastante evidentes.
Os botões do vidro elétrico traseiro localizados no console central, forro de que acompanha as vigas de dão rigidez ao teto, a falta das alça para o passageiro dianteiro, banco traseiro inteiriço e o painel digital simple são alguns dos cortes de custo comuns entre o C3 brasileiro e indiano.
Apesar da simplificação em equipamentos, a imprensa indiana elogiou a qualidade dos materiais usados na cabine, espaço interno e porta-malas. O acerto de suspensão também foi elogiado pelo conforto, que filtra bem as imperfeições do asfalto indiano.
Por obrigação legal, o modelo brasileiro traz cinto de 3 pontos e apoio de cabeça para todos os ocupantes. Na Índia o passageiro central no banco traseiro precisa usar o cinto sub-abdominal e não tem proteção para a cabeça.
O C3 brasileiro ganhou equipamentos, porém sob o capô fica atrás do indiano. Aqui foram adotados os motores 1.0 Firefly de 75 cv aliado ao câmbio manual de 5 marchas e o 1.6 16v de 120 cv com caixa manual de 5 marchas ou automática de 6.
Na índia existem duas opções do 1.2 de três cilindros Pure Tech: a aspirada de 82 cv e a versão turbinada com 110 cv. O câmbio é sempre manual, de cinco marchas no aspirado e seis no turbo. Esses motores primam pela economia, com o turbo conseguindo desempenho similar a um 1.6 de aspiração natural.
A falta do câmbio automática foi sentida pela imprensa indiana. Outra crítica foi não trazer uma versão diesel. O peso do C3 lá é de 964 kg, enquanto aqui o compacto pesa a partir de 1.056 kg. Isso pode indicar possíveis reforços estruturais e o peso dos equipamentos extra.
O lançamento do novo C3 nessa terça (30) foi para Paraguai, Argentina e Uruguai. Nesse primeiro momento o carro será feito apenas na fábrica de Porto Real (RJ), de onde será exportado. No Uruguai e na Argentina ele não terá o 1.0 Firefly flex e sim 1.2 Puretech movido apenas a gasolina, produzindo 82 cv.
O Paraguai terá a mesma oferta de motores do Brasil, incluindo o sistema flex. No Uruguai e na Argentina o compacto de produção nacional usará o moto 1.6 movido apenas a gasolina, com 115 cv. Ele irá dividir as concessionárias uruguaias da marca com o modelo europeu, que iremos conhecer melhor adiante.
Se você prioriza equipamentos e itens de conveniência, o modelo brasileiro do C3 acaba sendo o melhor. Itens como ter apenas os dois airbags dianteiros e a central multimídia com conectividade sem fio são compartilhados entre os dois países.
Mas se você prefere trocar retrovisores elétricos e limpador traseiro por um motor turbo ou o 1.2 aspirado mais forte que o nosso 1.0; o modelo indiano pode parecer mais interessante.
Em mercados emergentes os carros compactos precisam fazer tudo: servir desde estudantes solteiros a família, passando até por frotas de empresas. Na Europa os hatches compactos têm seu foco no público urbano e que não costuma andar cheio de passageiros ou bagagens.
O Citroën C3 europeu segue essa fórmula, que aqui no Brasil é adotada pelo Peugeot 208. Enquanto seu irmão da marca do leão adota um estilo esportivo e interior ousado, o C3 traz aparência aventureira com um interior mais conservador.
O destaque fica por conta da segurança: O C3 europeu traz de série 6 airbags, luz traseira de neblina, limitador de velocidade e controle de estabilidade. Alerta de ponto cego e frenagem autônoma de emergência constam em versões mais equipadas. Sua nota no Euro NCap é de 4 estrelas.
As opções de motores do C3 europeu são as mesmas do C3 indiano, porém existe a opção do câmbio automático de 6 marchas para o 1.2 turbo. Existe também a oferta de motor 1.5 turbodiesel de 102 cv. Curiosamente ainda não existe uma versão híbrida do compacto como ocorre com seus rivais.
Por dentro o C3 europeu lembra o C4 Cactus: a central multimídia fica em posição mais baixa e engloba os comandos do ar-condicionado, as portas trazem acabamento texturizado com um puxador que lembra uma alça de mala antiga e os bancos usam padronagem criativa bem ao gosto francês.
O painel de instrumentos é analógico e traz conta-giros. No centro fica a tela do computador de bordo que aparenta ter o tamanho da tela que serve de painel para o C3 nacional. Outro item que o modelo europeu tem e deverá fazer falta por aqui é o banco traseiro bipartido.
Com a Citroën posicionando o C3 na base dos compactos brasileiros e buscando atrair pelo preço baixos, a marca abandona de vez o segmento de hatches premium que participava. O papel de marca francesa generalista mais sofisticada foi passada para a Peugeot.
Se você prefere ter um modelo urbano mais equipado e não precisa de espaço interno farto, a opção que irá atender melhor é o 208. O irmão de plataforma do C3 traz estilo mais esportivo, o chamativo painel que fica acima do volante e pacote de equipamentos mais recheado. Mas para isso você terá que abrir mão do espaço interno e do porta-malas mais generoso do C3.
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