Vale a pena comprar um carro muito rodado? Confira onde tomar cuidado

Com o envelhecimento da frota e os preços altos dos carros novos, está cada vez mais difícil de fugir e um usado muito rodado

painel de instrumentos fiat palio fire velocimetro hodometro marcando 345622 km
O número que você vê no painel só conta uma parte da história do carro (Foto: Eduardo Rodrigues | AutoPapo)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 08/12/2022 às 12h02

Atualmente, a venda de carros populares novos no varejo está baixíssima devido a inflação alta dos últimos anos. Com isso, uma parcela grande da população tem como alternativa comprar um carro usado — muitas vezes com quilometragem alta.

E está cada vez mais difícil achar aquele carro usado de 10 anos com menos de 100 mil km no hodômetro. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), hoje a idade média da frota brasileira é a maior desde 1995: 10 anos e 3 meses.

VEJA TAMBÉM:

O brasileiro em geral costuma colocar a quilometragem do carro como prioridade na hora de avaliar um usado, comportamento que atrai vendedores picaretas que adulteram o hodometro dos carros. Mas comprar um carro muito rodado pode valer a pena se tomar alguns cuidados.

Mais importante que a quilometragem é como o carro rodou

Traseira Onix Joy atualizado
Rodar apenas em trânsito urbano exige mais do veículo (Foto: Chevrolet | Divulgação)

O número exposto no painel do carro só conta uma parte de sua história. O que realmente vai definir se o carro usado é uma boa comprar ou uma bomba relógio prestes a sugar o seu dinheiro é como essa quilometragem foi feita.

Vamos usar uma situação hipotética para explicar isso. Um carro com 150 mil km, com maior parte sendo em rodovias, está com a mecânica menos desgastada que um veículo idêntico que rodou apenas 70 mil km em tráfego urbano pesado e/ou trajetos curtos.

No uso urbano você cobre menores distâncias, mas o anda-e-para do trânsito gera mais esforço no motor, no câmbio e no freio. O carro muito rodado que só pegou estrada ficou mais tempo em velocidades constantes, sem grandes variações de rotação no motor.

Outro fator agravante do uso urbano são os trajetos curtos. O motor possui sua faixa de temperatura ideal de trabalho, quando é exigido estando frio há um maior desgaste das peças móveis. Se o motorista rodar sempre de poucos em poucos quilômetros, o motor estará mais sujeito a dar problemas.

A manutenção também influencia

Como a quilometragem foi obtida é um item a saber enquanto estuda a compra de um carro usado muito rodado. Outro fator é pedir o histórico de manutenção para o dono anterior, ou conferir se as revisões estão carimbadas no manual — pelo menos dentro do período da garantia.

Se o carro mais rodado foi bem cuidado, isso pode ser um bom sinal. Porém é importante que nas quilometragens mais altas o veículo pode demandar serviços que não fazem parte das primeiras revisões. Itens como líquido de arrefecimento, óleo do câmbio pastilhas do freio traseiro.

Cuidado com o hodômetro adulterado!

Muitos desavisados acabam levando um carro usado “pouco rodado” por um preço convidativo, mas na realidade comprou um veículo de alta quilometragem que teve o hodômetro adulterado. Esse golpe pode ser facilmente desmascarado se o comprador for atendo a alguns detalhes.

Partes do interior que têm mais contato com o motorista podem indicar a quilometragem. Os pedais, volante, forração dos bancos e painel de porta, alavanca de câmbio e até mesmo a alavanca de seta podem denunciar a quilometragem.

Se você não possui muita noção de como esses itens gastam, pode usar um carro de procedência conhecida para comparar. É importante lembrar que alguns carros possuem volantes que esfarelam cedo, uma pesquisa rápida na internet pode confirmar se o modelo sofre disso.

O que nunca mente é a ECU do motor. A quilometragem no painel pode ser adulterada, mas esses picaretas não conseguem mudar o dado que fica na central elétrica. Se conseguir levar o usado para um mecânico avaliar, a quilometragem real pode ser checada com um scanner.

O Boris tem mais algumas dicas para avaliar o usado, confira:

Newsletter
Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

TikTok TikTok YouTube YouTube Facebook Facebook X X Instagram Instagram

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, procure o AutoPapo nas principais plataformas de podcasts:

Spotify Spotify Google PodCast Google PodCasts Deezer Deezer Apple PodCast Apple PodCasts Amazon Music Amazon Music
3 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Comentários com palavrões e ofensas não serão publicados. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Avatar
Rosalvo 9 de dezembro de 2022

Olá, bom dia. Apenas para dar um exemplo. Eu tenho um Cobalt LTZ 2012, ou seja, 10 anos de uso. Está com 44.000 km rodando em área urbana e rodovia apenas. Já pensei em trocar, mas desisti. Inversamente da reportagem, não darão o devido valor.

Avatar
HAF 26 de dezembro de 2022

Então esse seu carro não roda amigo, você paga ipva para deixar na garagem… ou comprou com hodômetro adulterado e não descobriu ainda… Você roda em estrada e roda menos de 10km por dia? Abraço

Avatar
Jo 8 de dezembro de 2022

Estando com manutenção rigorosamente em dia, a km não importa. Mas encontrar nestas condições é bem difícil.

Avatar
Deixe um comentário