Curvas inclinadas e efeito Max Verstappen: 5 curiosidade do GP da Holanda
Após 36 anos fora do calnedário, o país voltou a receber um Grande Prêmio de F1 no ano passado graças ao sucesso da estrela local
Após 36 anos fora do calnedário, o país voltou a receber um Grande Prêmio de F1 no ano passado graças ao sucesso da estrela local
Após um amplo domínio da Red Bull no circuito de Spa-Francorchamps, a Fórmula 1 chega a Zandvoort para o GP da Holanda, casa do atual campeão e líder do campeonato Max Verstappen.
No entanto, as características do circuito holandês são muito diferentes da pista belga e por isso a Red Bull não deve ser tão dominante assim – apesar de estar em uma ótima fase na temporada.
Então, como forma de entrar no clima do GP da Holanda, que retornou ao calendário no ano passado após 36 anos de hiato, o AutoPapo listou algumas curiosidades sobre a corrida que acontece em Zandvoort.
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Antes de romper com a Fórmula 1 e retomar as atividades em 2021, a pista localizado nos países baixos recebeu a F1 em 30 oportunidades, sendo a primeira delas nos primórdios da maior categoria do esporte a motor, em 1952.
Na primeira edição o vencedor foi Alberto Ascari, liderando uma trinca da Scuderia Ferrari. Curiosamente, Ascari conquistou seu primeiro título naquele ano.
Por falar em Ferrari, os italianos são os maiores vencedores do GP da Holanda e subiram ao lugar mais alto do pódio em oito oportunidades. Se a 9ª vitória chega esse ano é difícil cravar. O F1-75 é um bom carro e as características da pista o favorecem, porém, com a quantidade de trapalhada que o time de Maranello tem cometido esse ano é difícil esperar alguma coisa deles…
Jim Clark é o maior vencedor do circuito e conhecia Zandvoort como poucos. O bicampeão venceu por lá em quatro ocasiões: 1964, 1965, 1967 e 1968. Quanto aos números de brasileiros, Nelson Piquet foi o único a vencer por lá, em 1980.
Verstappen estreou na Fórmula 1 com 17 anos de idade e, apesar de alguns erros frequentes comuns para jovens inexperientes, o holandês mostrava muita velocidade e já despontava como um futuro campeão mundial.
Sempre sob o guarda-chuvas da Red Bull, Max deu demonstrações de seu talento quando conseguiu vencer corridas em anos que a Mercedes era extremamente dominante (como em 2019 e 2020 quando o time alemão nadava de braçada na Fórmula 1).
A popularidade do atual campeão mundial foi crescendo e, aos poucos, os autódromos europeus – principalmente o da Bélgica e da Áustria – foram tomados pelo “mar laranja”, torcida holandesa que fazia questão de ver as atuações do jovem prodígio de perto.
O sucesso foi tão grande que não teve como a F1 não olhar para a Holanda como um palco de GP. Então, a solução foi reformar o já conhecido autódromo de Zandvoort para que ele se adequasse às normas de segurança da FIA e estivesse apto a receber uma corrida da categoria.
As obras começaram em 2019 e o objetivo era que a pista voltasse ao calendário em 2020. No entanto, as medidas restritivas da pandemia de Covid-19 impediram a realização do evento, que só voltou a marcar presença no ano passado, com a vitória do piloto da casa.
Os desenhos das curvas ajudam a intensificar a identidade do autódromo palco do GP da Holanda. Uma das principais é a Arie Luyendyk, 14ª e última que dá acesso à reta principal e possui uma inclinação de nada menos do que 18º. A título de comparação, as inclinações no lendário circuito oval de Indianápolis são de ‘apenas’ 9º.
As inclinações nos trechos de Zandvoort não são, necessariamente, para o piloto mostrar sua perícia de pilotagem. Elas também ajudam a aumentar a competitividade e os pontos de ultrapassagem durante a corrida.
Com essa configuração na Arie Luyendyk a pista ganhou 340m de aceleração total que, somada à extensão de 678m da reta principal, resulta em um trecho de mais de 1km com o pé embaixo. Dessa forma o carro pode entrar com mais velocidade na reta, melhor local de ultrapassagem na pista.
Para o GP da Holanda de 2022 a Fórmula 1 está testando durante os Treinos Livres se a abertura da Asa Móvel no trecho é seguro. Caso isso se confirme, a velocidade final ficará ainda maior e as brigas na freada da curva 1 (Tarzan) ficarão mais interessantes.
A curva 3 também possui uma inclinação e os carros chegam nela para a freada a aproximadamente 270 km/h. No entanto, a diferença na ondulação nesse ponto não é para aumentar a possibilidade de ultrapassagens – visto que ela é ‘colada’ nas curvas 4 e 5’ – mas traz um desafio a mais para os pilotos e equipes.
Os circuitos ao redor do mundo costumam ter curvas que recebem nomes por diferentes motivos – seja por um acontecimento especial, homenagem a uma pessoa importante, ou simplesmente para criar uma maior conexão entre público e pista.
Para o autódromo palco do GP da Holanda não poderia ser diferente e duas de suas principais curvas receberam apelidos curiosos.
A começar pela curva 1, chamada de Tarzan, que apesar da semelhança no nome não tem nenhuma relação com o personagem da ficção criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs.
Na verdade, a origem do nome é um mistério e existem duas versões que explicam a escolha. A mais popular diz que quando a pista foi feita em 1948, um homem apelidado de Tarzan só concordou em ceder uma parte do seu terreno caso o trecho fosse batizado com seu apelido. O outro lado da história diz que a origem é de uma máquina que foi utilizada para fazer o autódromo.
As curvas inclinadas 3 (Hugenholtz) e 14 (Luyendyk) são em homenagem a personalidades que tiveram uma importância para o automobilismo holandês. A primeira é em alusão a John Hugenholtz, antigo diretor do circuito, enquanto a última é uma reverência a ao piloto Arie Luyendyk, vencedor das 500 milhas de Indianápolis em duas oportunidades.
Apesar de possuir algumas características interessantes, Zandvoort não é uma pista que proporciona um grande número de ultrapassagens.
Os pilotos já disseram que gostam dela devido ao aspecto mais ‘raíz’ com os muros muito próximo à pista e áreas de escape com brita que punem o competidor que comete erros.
Para quem joga no vídeo-game o circuito também é bem legal. Somado à essência raíz, ela traz um misto de curvas de alta e baixa velocidade que vão tanto para a esquerda quanto para a direita, o que torna tudo um pouco mais desafiador.
Lando Norris, piloto da McLaren, chegou a comparar as inclinações e as diferentes tomadas de curvas com uma Montanha Russa.
Esses atributos tornam o GP da Holanda interessante para quem está na ação, mas o mesmo não pode ser dito para os que assitem. Afinal, além das características que por si só já dificultam as ultrapassagens, a pista é muito estreita e há quem a compare com um kartódromo. Por isso, colocar um carro lado a lado é bastante complicado e as corridas acabam se tornando monótonas.
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