EcoSport 2.0 Titanium: Ford quer a coroa do SUV de volta

Testamos o novo Ford EcoSport 2.0 Titanium, nesta versão, sem o maldito câmbio Powershift. SUV da Ford quer voltar a reinar no mercado

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A novidade do novo EcoSport de fato ficou para outro motor, o 1.5 de três cilindros (Foto: Ford | Divulgação)
Por Sérgio Melo
Publicado em 01/09/2017 às 09h23
Atualizado em 13/04/2022 às 16h01

Quem observa apenas as mudanças no design pode achar exagerado chamar o Ford EcoSport de “novo”. Ainda mais se o plano da montadora é retomar o posto que foi do veículo um dia, de líder do segmento. Para disputar o concorrido mercado dos utilitários esportivos é preciso mais do que tradição.

Na dianteira, as mudanças foram discretas. A grade ficou mais elevada e alcançou o capô. O para-choques foi redesenhado, passando uma sensação de robustez. Na traseira, também não mudou quase nada. As alterações no para-choques são imperceptíveis.

O defectível estepe segue na tampa do porta-malas, pronto para amassar o capô ou quebrar o farol do carro de trás nas encostadinhas tão corriqueiras enquanto estaciona.

Ford EcoSport 2.0 Titanium

A novidade do novo EcoSport de fato ficou para outro motor, o 1.5 de três cilindros. Na versão que testamos, a 2.0 Titanium, o interior, entretanto, é realmente novo. A parte central do painel ficou mais limpa, sem tantos botões e recortes das saídas de ar. A nova tela multimídia, de oito polegadas, confere modernidade ao conjunto. O painel de instrumentos agora é um conjunto único e agrupa todos os mostradores, com uma tela de LCD colorida.  Bem melhor que o anterior, que tinha um display monocromático em tom verde.

A versão testada do novo EcoSport, Titanium, é mais completa e luxuosa que as demais. O bonito e bem acabado interior em dois tons (nas demais versões é de apenas um) tem os assentos em couro cinza claro (quase branco), que se sujam com muita facilidade. Mas o material é tratado com impermeabilizante, o que ajuda na hora da limpeza, pois basta passar um paninho úmido.

O fôlego aumentou. No lugar do motor anterior, que rendia 147 cv de potência, passou a ser adotado o 2.0 flex, que já equipava o Focus e entrega potência de 176 cv e torque de 22,5 kgfm. Até sobra um pouco de potência, o que deixa o SUV esperto na cidade e permite ultrapassagens tranquilas na estrada.

Na transmissão, no lugar da malfadada Powershift, foi adotada a eficaz e confiável automática convencional de seis marchas, que dá conta do recado com mudanças rápidas (inclusive por meio de borboletas no volante). No entanto, é um pouco suave em certas situações em baixa velocidade, o que atrapalha um bocado. A mudança do câmbio, porém, era crucial. A anterior apresentava inúmeros problemas, como trepidações, aquecimento e desobediência crônica.

A suspensão está mais firme que a do modelo anterior, o que melhorou a estabilidade, mas deixou o veículo muito duro. O acerto não é adequado à realidade brasileira. Em pavimentação irregular o Ford EcoSport pula como um cabrito, a ponto de comprometer o conforto. Como o torque máximo acontece na elevada faixa das 4.500 rpm, é necessário esticar um pouco as marchas para uma condução mais ligeira, o que acaba acompanhado de ruído do motor acima do desejável no interior do veículo.

A nova grade do radiador, com controle ativo, ajusta automaticamente a passagem de ar que refrigera o motor. O objetivo declarado é manter a temperatura ideal de trabalho e melhorar a aerodinâmica. A adoção da grade é também um subterfúgio da Ford para cumprir as regras do Inovar-Auto, que exige a adoção de medidas para melhorar o consumo e em troca oferece redução de imposto.

Novo Ford EcoSport 2.0 Titanium

A grande novidade tecnológica é a central multimídia Sync, na terceira geração, com comandos de voz, GPS e conexão para celulares Android e iOS. No console central há duas entradas USB e uma 12V. Destaque ainda para o sistema de manutenção da velocidade de cruzeiro, ar-condicionado, chave presencial e teto solar. O ar-condicionado tem apenas uma zona na dianteira e não possui saída para os passageiros traseiros, que também não contam com entrada USB.

O interior é confortável para quatro adultos, incluindo bom espaço para os joelhos de todos. Como o assento traseiro é estreito, um terceiro ocupante fica apertado, mesmo que seja uma criança. Com 356 litros de capacidade de carga, o porta-malas está entre os menores do segmento (cerca de 20% a menos que o do principal concorrente). Imagina se o estepe ficasse dentro dele? Seria menor ainda.

Novo Ford EcoSport 2.0 Titanium

Outros destaques são: sistema de monitoramento da pressão dos pneus, chave presencial, sensores crepuscular e de chuva, banco traseiro rebatível bipartido, vinte porta trecos, apoio de braço no console central, som hifi Sony, vidros elétricos, desembaçador do vidro traseiro, porta-luvas climatizado, iluminação no porta-malas, faróis xenon com luz diurna em leds, e rodas 17” com pneus 205 perfil baixo.

Novo Ford EcoSport 2.0 Titanium

O QUE É?

SUV compacto com quatro portas.

ONDE É FEITO?

Brasil, Camaçari (BA)

QUANTO CUSTA?

O Ford Ecosport 2018 tem preços a partir de R$ 73.990,00, chegando aos R$ 93.990 na versão testada: Titanium 2.0 AT, a mais completa.

COM QUEM CONCORRE?

Os principais concorrentes são: Honda HR-V, Jeep Renegade e Nissan Kicks.

Concorrentes do Ford EcoSport 2.0 Titanium

COMO ANDA O NOVO ECOSPORT?

Motor 2.0 flex com 176 cv e 22,2 kgf.m de torque a 4.500 rpm. Velocidade máxima de 180 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos. Agilidade, respostas espertas, mudanças rápidas e firmeza nas curvas, apesar da maior altura da carroceria).  Esqueça o off road, pois não tem tração 4X4.

COMO BEBE?

Nota B/C na avaliação de consumo do Conpet. O Ecosport Titanium equipado com motor 2.0 é pior que seus principais concorrentes, a maioria avaliados como A/B. Os números são: cidade/estrada – 6,1 km/l /8,3 km/l com etanol e 8,8 km/l /12 km/l com gasolina.

SEGURANÇA:

Além dos itens citados acima oferece: chamada automática de socorro pelo sistema multimídia apelo celular, caso compatível com o sistema Sync e em área coberta pelo sistema, sete airbags (frontais e laterais dianteiros, de cortina e joelho esquerdo do motorista), sistema de monitoramento de pontos cegos dos retrovisores, sistema de alerta de tráfego cruzado, sistema eletrônico de controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas e câmera de ré.

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2 Comentários
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Adolfo Medeiros 1 de novembro de 2017

Excelente matéria. Parabéns!!

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mateus 27 de outubro de 2017

Oi Gente, estou fazendo uma visitinha por aqui.
Gostei bastante do site, vou ver se acompanho toda semana suas postagens
Gosto muito desse tipo de conteúdo um Abraço 🙂

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