Fenatran 2017 abre espaço para os clássicos

Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas, que aconteceu em São Paulo, exibe veículos que fazem lembrar tempos idos

Scania L71 3
Por Bárbara Angelo
Publicado em 19/10/2017 às 09h33
Atualizado em 03/10/2019 às 16h15

O Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas (Fenatran) exibe, a cada dois anos, as últimas novidades em caminhões, vans, furgões e outros comerciais. No entanto, expositores não abrem mão do clássico e apresentam alguns modelos que fazem lembrar tempos idos. Scania, Volvo e Mercedes-Benz levaram um pedaço da história para o evento, que acaba amanhã (20). A reportagem deste AutoPapo ficou maravilhada com os antigos. Por isso, resolvemos separar alguns exemplares que nos deixaram boquiabertos.

Volvo exibe clássico Série 2, de 1928

A Volvo exibiu, em seu estande, um Série 2 de 1928. A fabricante sueca iniciou a produção de automóveis em 1927. Um ano depois lançava também seu primeiro caminhão. O Série 1 era totalmente projetado pela Volvo e dividia a linha de produção com os automóveis.  ao contrário destes, o caminhão foi um sucesso de vendas, logo exigindo a reposição do estoque de 500 unidades.

Assim, seis meses mais tarde, o Série 2 saía da linha de montagem em Gothenburg. O segundo modelo produzido pela Volvo era mais largo que o antecessor, para que as rodas se encaixassem nas trilhas deixadas na terra por carroças. Essas eram as estradas do país na época. A distância entre as rodas é de 1,46 m ante 1,3 m do Série 1, que tinha o mesmo entre-eixos dos automóveis produzidos na fábrica.

O motor, no entanto, permaneceu o mesmo devido ao curto período para reabastecimento do estoque. Era um quatro cilindros com 28 cv de potência e capacidade de carga de 1,5 tonelada. A transmissão era de três marchas e a velocidade máxima, sem carga, de 45 km/h. No Série 2, a velocidade máxima era ainda menor, pois a Volvo preferiu investir em dirigibilidade.

A unidade exposta tem rodas de madeira, originais do modelo, e cabine de acabamento frugal. O isolamento no habitáculo, oferecido pelos vidros, era fundamental para os habitantes da região gélida. O aquecimento era feito apenas com o calor do motor, que passava para a cabine através de uma folha de metal. Nas portas, o logotipo de uma empresa de Malmö, importante cidade sueca.

Scania completa 60 anos no Brasil

A Scania começou suas operações em 1891, na cidade de Södertälje, em uma parceria com a Vabis. Em 1900, foi fundada a primeira fábrica, em Malmö, e em 1911 as duas empresas se fundiram para formar a Scania-Vabis. A fabricante chegou ao Brasil em 1957 e completa este ano seis décadas de atuação no país. Para celebrar a data, recheou seu estande na Fenatran com diversos modelos icônicos comercializados por aqui.

O L71 foi um dos primeiros caminhões da Scania a aparecerem no Brasil, ainda no ano de sua chegada. O clássico veio importado e contava com um motor D642 de 9,3 litros, seis cilindros e 150 cv de potência. A capacidade máxima de tração era de 35 toneladas. A cor alaranjada da carroceria era padrão da marca à época. Mais tarde viria o L76, lançado em 1963, com motor D11 de 198 cv.

Já em 1973, a fabricante lançou o L110S, com um D11 superalimentado que entregava 289 cv de potência. Este foi o terceiro modelo da era dos “Jacarés”, apelido para as carrocerias com o compartimento do motor protuberante. Um ano depois, em 1974, foi lançado o LK140, equipado com motor V8 que gerava 350 cv.

A nova cabine era sobreposta ao compartimento do motor, criando uma figura “achatada”, especialmente se comparada aos Jacarés. Estes, no entanto, permaneceram em produção – como o 111S de 1979. Os clássicos “bicudos” estão expostos na Fenatran com o visual característico de várias fases. O T112HW de 1991, já com os ângulos retos que se tornaram um clássico da década, por exemplo.

Mercedes-Benz celebra L-1111 com versão retrô do Actros

A Mercedes-Benz é outra fabricante a saudar o passado na Fenatran, com a exibição de um L-1111 de 1964, ano de lançamento. O caminhão se distinguiu por sua cabine semi-avançada de ângulos arredondados. Sua linha continuou em produção até a década de 1970. O motor tinha 110 cv de potência. O modelo era oferecido com diferentes opções de distância entre eixos: 3,6 m, 4,2 m e 4,8 m.

De acordo com a marca, o L-1111 – e seu irmão mais potente, o L-1113 – tiveram 240 mil unidades comercializadas no Brasil, sendo um dos caminhões mais populares da história do país. Para homenagear o clássico, a Mercedes-Benz lança o Actros Série Especial. A edição limitada do extrapesado ganhou pintura em verde “retrô”, incluindo a grade dianteira com detalhes em branco. O chassi tem a cor vermelha, característica dos modelos mais antigos da Mercedes-Benz.

A cabine também recebeu tratamento “vintage”, com estofamento xadrez nos bancos, cobertura em couro no painel, tapetes e revestimentos das portas em bege, e volante com aplicação de couro perfurado em preto e bege. As cortinas do tipo blackout são verdes no lado externo, cor que também aparece no fundo do painel de instrumentos. Um adesivo da Série Especial aparece nas portas, entre outros detalhes. O Actros Série Especial será oferecido em 21 unidades, sendo 15 cavalos 6×4 e seis na configuração 6×2.

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