GP interrompido: 5 vezes que a chuva atrapalhou os planos da Fórmula 1

A Fórmula 1 já teve uma série de GP que precisou ser interrompido por causa da chuva que assolava os autódromos; Relembre alguns deles

gp inglaterra 1975 interrompido chuva f1 1
Cerca de 13 carros bateram no mesmo local no GP da Inglaterra em 1975 (Foto: Reprodução)
Por Bernardo Castro
Publicado em 17/05/2023 às 13h02

O GP da Emília-Romanha, que estava previsto para acontecer neste fim de semana (entre os dias 19 e 21) em Ímola, não vai acontecer, já que sua realização foi interrompida em decorrência das fortes chuvas que assolam a região norte da Itália.

A região sofre com enchentes desde o início do mês, e foram intensificadas no início dessa semana. Por isso, a Fórmula 1 decidiu não levar adiante a corrida, e confirmou na manhã desta quarta-feira  (17), que a prova italiana não vai acontecer.

VEJA TAMBÉM:

Mas essa não é a primeira vez que a chuva atrapalha os planos da principal categoria do esporte a motor. Por isso, o AutoPapo relembrou outras cinco oportunidades em que um ‘dilúvio’ interrompeu os GPs de F1. Confira:

GP Inglaterra de 1975, a última vitória de Emerson Fittipaldi

gp inglaterra 1975 interrompido chuva f1

O GP da Inglaterra de 1975 começou com pista seca, mas na volta 50 a chuva que caiu alagou o circuito, e foi responsável por proporcionar uma das cenas mais caóticas da história da Fórmula 1.

Isso porque na curva Club – onde hoje são as curvas 17 e 18 -, a água ficou tão concentrada em um ponto, que se formou uma espécie de lagoa, e todos os carros que passavam por ali aquaplanavam e acabavam fora das pista.

A condição era tão traiçoeira, que na brita na área de escape se criou um amontoado de carros de pilotos que perderam o controle naquele trecho do circuito. Os fiscais responsáveis pelo resgate dos pilotos, inclusive, tinham dificuldades de exercer o seu trabalho, uma vez que não conseguiam chegar próximos da pista, já que a todo momento um competidor descontrolado chegada no local e batia nos outros que já estavam parados.

Em um período de cinco voltas, 13 carros se concentraram no mesmo ponto. Na volta 56 das 67 previstas, a corrida foi interrompida e dada como encerrada. Emerson Fittipaldi, que liderava, foi dado como vencedor, enquanto José Carlos Pace finalizou em segundo e completou uma dobradinha brasileira.

GP de Mônaco 1984 foi interrompido pela chuva

ayrton senna gp monaco 1984 manipulado getty image

Inúmeros fatores contribuíram para o GP de Mônaco de 1984 ficar marcado na memória dos fãs da Fórmula 1. Entre os principais, a forte chuva que caia no principal, e a performance notória de Senna com a Toleman

Aquela temporada foi dominada pela McLaren e Alain Prost e Niki Lauda foram os grandes protagonistas daquele ano. No GP de Mônaco, Lauda acabou abandonando a prova, e Prost teve caminho livre para vencer e ampliar a liderança no campeonato.

O francês, com problemas nos freios, tinha sua posição ameaçada pelo brasileiro que estava voando na chuva torrencial que caía em Mônaco. Prost chegou a sinalizar com as mãos pedindo o fim da prova, devido as condições inseguras na pista.

Quando Ayrton se aproximava de Prost a direção de prova encerrou a corrida de forma precoce, alegando condições inadequadas para correr.

GP Austrália 1991 também foi interrompido pela chuva

gp australia 1991 interrompido chuva f1

Naquela época o GP da Austrália era o responsável por fechar a temporada da Fórmula 1, e Ayrton Senna chegava à corrida já coroado tricampeão mundial.

O início do fim de semana tinha um tempo bom, e todos os treinos foram realizados em pista seca. No entanto, no domingo as coisas foram bem diferentes, e uma chuva forte caiu sobre o circuito de Adelaide e deixou a pista completamente alagada.

Horas antes do início do evento o tempo já estava fechado, e aconteceram algumas reuniões para decidir se o GP realmente seria levado adiante – o que acabou acontecendo.

A largada foi dada debaixo da chuva e, a partir daí, o caos tomou conta da pista, e imagens de pilotos rodando e batendo no muro se tornou algo corriqueiro. Na volta 13, Senna fez gestos para a direção de provas pedindo a interrupção da corrida. O pedido foi acatado no giro 16, com o acionamento da bandeira vermelha.

Os dirigentes chegaram a esperar um tempo para ver se tinha teria alguma condição da prova ser retomada, mas como as condições não melhoraram, a decisão mais sabia foi não retomar a corrida. Senna acabou se sagrando vencedor daquela corrida.

GP Malásia 2009

gp malasia chuva f1 2009

Depois do GP da Austrália de 1991, o primeiro GP de Fórmula 1 que foi interrompido pela chuva foi o da Malásia de 2009. A corrida começou em condições normais, embora as nuvens carregadas apontavam que a água poderia cair durante a corrida. E foi o que aconteceu.

As nuvens eram tão carregadas, que, embora a corrida estivesse programada para o fim da tarde, no autódromo já parecia estar escurecendo.

Na volta 20 os primeiros pingos começaram a cair. Alguns pilotos optaram para ir aos boxes para calçar os pneus intermediários, enquanto outros optaram pelos de chuva extrema. Os intermediários, o entanto, se mostraram mais rápidos, e na altura do giro 25 todos os pilotos fizeram a troca para o composto que se mostrava mais eficiente.

Porém, a chuva acabou ficando mais intensa, e ficou praticamente impossível manter o carro na pista. Para piorar, o combo de spray de água, chuva forte, nuvens carregadas, e pouco sol por causa do horário, prejudicaram de forma considerável a visibilidade dos pilotos.

A direção de provas achou prudente acionar o safety car, mas ainda assim alguns pilotos aquaplanaram e acabaram fora da corrida. Em consequência disso, a bandeira vermelha foi acionada e a corrida encerrada com apenas 31 voltas das 56 previstas. Jenson Button foi o vencedor daquele GP de Singapura interrompido pela chuva.

“GP” da Bélgica de Fórmula 1 de 2021

O “GP” foi colocado entre aspas porque, embora a direção de provas tenha distribuído metade dos pontos alegando que a corrida chegou a ser iniciada, na prática, foi apenas um desfile que recompensou os pilotos com pontos pelo desempenho mostrado na classificação no dia anterior.

A chuva deu as caras durante todo o fim de semana no circuito de Spa-Francorchamps. Ainda durante a classificação, durante o Q3, a direção de provas liberou os carros na pista em uma condição duvidosa, que acabou resultado no forte acidente de Lando Norris na subida Eau Rouge-Radillon.

Mas o papelão maior foi reservado para o domingo. No dia da corrida não existia nenhuma condição de ser dada a largada, porque o autódromo estava debaixo d’água. Por isso, a corrida iniciou atrás do safety-car, com os pilotos completando apenas duas voltas – embora apenas uma tenha sido contabilizada oficialmente pela Fórmula 1.

A organização de provas achou de bom tom considerar isso uma corrida e pontuou os pilotos pelo feito – embora tenham recebido apenas metade dos pontos, por não terem completado mais de 75% da prova.

Com isso, o “GP” da Bélgica se tornou a menor ‘corrida’ de Fórmula 1 da história, com apenas 7,004 km percorridos. Max Verstappen, que anotou a pole, foi considerado o vencedor, enquanto Geroge Russell – que fez uma classificação incrível com a Williams – ficou em segundo e Lewis Hamilton fechou o pódio.

Newsletter
Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

TikTok TikTok YouTube YouTube Facebook Facebook X X Instagram Instagram

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, procure o AutoPapo nas principais plataformas de podcasts:

Spotify Spotify YouTube PodCasts YouTube PodCasts Deezer Deezer Apple PodCast Apple PodCasts Amazon Music Amazon Music
0 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Comentários com palavrões e ofensas não serão publicados. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Avatar
Deixe um comentário