Jovens brasileiros ainda têm interesse por carro

Pesquisa realizada em 11 capitais brasileiras aponta que mais novos usam mais bicicleta e, entre eles, há menos motoristas habilitados

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Por AutoPapo
Publicado em 13/11/2018 às 11h21

Em painel realizado na abertura Salão do Automóvel 2018 – evento que acontece até do dia 18 – a Spry apresentou seu novo estudo, que detalha as preferências do brasileiro em mobilidade urbana. Desenvolvida em parceria com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a pesquisa revela que os jovens pretendem ser habilitados e ainda têm interesse por carro tanto quanto as outras gerações, contrariando assim uma das grandes impressões do mercado.

“É muito comum vermos análises sobre a transformação da indústria automobilística, principalmente sobre o desejo de possuir ou apenas utilizar um automóvel. Contudo, sentíamos falta de ver estas afirmações calcadas em números que mostrem a realidade dos fatos. A pesquisa tem este objetivo: apresentar dados sobre a relação das pessoas com a mobilidade, inclusive para direcionar algumas ações da indústria”, afirmou o presidente da Anfavea, Antonio Megale.

A pesquisa foi realizada durante três semanas de agosto em 11 capitais brasileiras: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP).

Foram entrevistadas 1.789 pessoas, segmentadas pelas gerações Baby Boomers (acima de 56 anos), X (de 36 a 55 anos), Y (de 26 a 35 anos) e Z (até 25 anos).

Interesse por carro ainda existe nos jovens brasileiros
Jovens brasileiros ainda têm interesse por carro (Foto: Divulgação)

Interesse por carro

Dentre alguns dos principais resultados, a pesquisa mostrou que 49% dos Baby Boomers e 50% da geração X afirmam ter carro. Este número cai para 39% na Y e 23% na Z. Entretanto, quando os que não tinham carros foram perguntados sobre o desejo de comprar um nos próximos cinco anos, 70% da geração Z, até 25 anos, e 69% tanto na geração X quanto na Y afirmaram que desejam adquirir um modelo.

No caso da CNH, apenas 35% da geração até 25 anos estão habilitados, mas do que não estão, 91% disseram que pretendem se habilitar. Nas pessoas entre 26 a 35 anos, 52% possuem CNH e 80% dos que não têm pretendem tirar. Entre os indivíduos acima de 56 anos e os que estão entre 36 e 55 anos, 58% estão habilitados e daqueles que não estão, 24% e 59%, respectivamente, pretendem tirar.

Faixa etária | % com CNH

Até 25 anos | 35%

26 a 35 anos | 52%

36 a 55 anos | 58%

acima de 56 anos | 58%

“Isto mostra que o desejo de ter um veículo e também de ter a carteira de habilitação permanecem mesmo nas gerações mais novas. Ao juntar estes dados com outros sobre utilização e frequência de uso, fica claro que uma oferta variada de opções de transporte de qualidade é benéfica para a qualidade de vida da sociedade, mas que cada tipo tem seu papel e atende às necessidades dos consumidores de formas diferentes”, afirma Megale.

Mais novos utilizam mais bicicleta

A pesquisa mostra ainda que algumas mudanças de fato começam na geração Y (de 26 a 35 anos) e se potencializam na geração Z (até 25 anos). Quanto à utilização dos diferentes tipos de transporte, por exemplo, 36% dos respondentes das gerações dos Baby Boomers (acima de 56 anos) e da X (de 36 a 55 anos) dizem andar a pé, porém esse número sobe para 49% na X e 67% na Z.

Faixa etária % dos que andam a pé
Até 25 anos 67%
26 a 35 anos 49%
36 a 55 anos 36%
acima de 56 anos 36%

O mesmo acontece com o uso de bicicletas: 9% dos Baby Boomers e da X utilizam esse modal, mas o número sobe para 14% na Y e 18% na Z. A tendência se confirma também nos aplicativos de transporte, quando 29% dos Baby Boomers disseram utilizar esta modalidade, 30% da geração X, 39% da Y e 49% da Z.

Faixa etária % de uso de bicicleta % de uso de app de transporte
Até 25 anos   18% 49%
26 a 35 anos 14% 39%
36 a 55 anos 9% 30%
acima de 56 anos 9% 29%

Carro ainda é meio de transporte principal

Quando perguntados qual dos diferentes tipos era o preferido, todas as gerações apontaram o carro como o principal: 38% dos Baby Boomers, 42% da geração X, 41% da Y e 40% da Z – quem prefere carro aponta o conforto e a praticidade como principal atributo. O ônibus, que nas gerações dos Baby Boomers e X era de 15%, cai para 9% nas mais novas, o que pode demonstrar necessidade de modernização das linhas.

Outro destaque é com relação à frequência de uso destes tipos de transporte. A pesquisa aponta que aplicativos de transporte se apresentam como alternativa e não substituição de outros modais, mesmo nas gerações mais novas. Apenas 9% do total de respondentes utilizam apps de transporte todos os dias. Mesmo na geração Z, a mais conectada de todas, 93% já utilizaram aplicativos, mas apenas 13% usam mais de 3 vezes de semana.

Interesse por carro continuará

No futuro, a pesquisa aponta que o interesse por carro irá continuar: 70% da geração entre 26 e 35 anos (Y) e 66% da geração até 25 anos (Z) acreditam que o carro será o principal meio de transporte no futuro.

Do total de respondentes, 34% acreditam que apps de transporte e carona compartilhada representam o papel do carro no futuro e 32% avaliam que o carro como conhecemos continuará sendo o principal meio de transporte. Apenas 3% acreditam que o carro vira item de museu.

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