Exclusivo: Mazda descarta retorno ao Brasil

Impostos elevados e instabilidade do país foram os motivos alegados pelo principal executivo da fabricante nos EUA em entrevista especial para o AutoPapo

07 Kai Emotinal 1
A Mazda teve seus modelos MX3, MX5 e 626 importados de 1990 até 2000 (Foto: Mazda | Divulgação)
Por Boris Feldman
Publicado em 26/10/2017 às 08h55
Atualizado em 13/04/2022 às 15h48

O presidente e CEO da Mazda na América do Norte, Masahiro Moro, descartou o retorno da operação do japonesa no Brasil. O executivo afirmou, em entrevista exclusiva ao AutoPapo, que a fabricante chegou a estudar o retorno, mas desistiu depois de considerar diversas possibilidades.  “Primeiro, pelos altos impostos cobrados pelo governo brasileiro. Segundo, pelas dificuldades para estabelecermos uma fábrica no país”, detalhou Moro.

O executivo explicou que os planos da Mazda para a América, no momento, não incluem o Brasil. “Estamos operando uma fábrica no México e uma parceria com a Toyota para estabelecer uma fábrica nos Estados Unidos. Estes são nossos planos atuais para a América Latina”, enfatizou Moro.

A japonesa Mazda nunca acertou seus passos no mercado brasileiro. É uma das mais tradicionais fabricantes japonesas e marcou presença no Brasil apenas por 10 anos: começou mal pois sua importadora foi a Mesbla, uma empresa gigante no varejo e na distribuição de automóveis, que faliu em 1999.

mazda
Linha completa dos veículos da Mazda vendidos nos Estados Unidos

A Mazda teve seus modelos MX3, MX5 e 626 importados de 1990 até 2000. Nesta época, quem tinha seu controle acionário no Japão (34% das ações) era a Ford, que decidiu acabar com a marca no nosso mercado.

Dois grandes conglomerados financeiros japoneses tentaram assumir a Mazda no Brasil: a Sumitomo (grupo Mitsui) e a Marubeni, que importou veículos Nissan para o nosso mercado, antes de a própria fábrica instalar uma filial aqui.

Em 2010 a Sumitomo tentou novamente trazer a marca para o Brasil, mas acabou se associando com a Mazda para construir uma fábrica no México, inaugurada em 2014.

Recentemente quem anunciou o retorno ao mercado brasileiro foi outra asiática, a sul-coreana Ssangyong.  A marca será representada no país pela Venko Motors, do Grupo JLJ. O contrato é válido por 10 anos, com possíveis renovações de cinco em cinco anos. Quatro modelos da fabricante serão vendidos no Brasil: Actyon Sports, Korando, Tivoli e XLV. Todos chegam, segundo a marca, no primeiro trimestre do ano que vem e serão comercializados em duas versões.

Porém, pesa na decisão de outras fabricantes o momento de retração do mercado brasileiro de automóveis. O país chegou a ser o quarto maior mercado do mundo, mas caiu, em 2015, para sétimo e fechou o ano passado na nona colocação.

Linha da Mazda

A gama de produtos da Mazda comercializada nos EUA é extensa.  O compacto Mazda 3, em duas versões de carroceria. O sedã Mazda 6 e três SUVs: CX-3, CX5 e CX-9. Há ainda o MX-5 Miata e MX-5 Miata RF, ambos com a pegada esportiva.

No Salão de Tókio, que abre as portas para  o público no próximo sábado (28) e vai até 5 de novembro, a fábrica fundada em Hiroshima revelou o conceito Kai (foto abaixo), que antecipa as formas do futuro Mazda 3.  O lançamento da versão de produção é estimado para 2019.

Histórico da Mazda no Brasil

A marca japonesa foi fundada em 1929 como fábrica de máquinas e ferramentas e em 1967 começou a produzir automóveis. Entre 1979 e e 2015 a Ford teve grande participação acionária na empresa. No Brasil, comercializou os modelos MX-3, MX-5, 626 e o Protege entre os anos 1990 e 2000.

Há 50 anos,  em 1967, a  Mazda começou a usar o o motor que se tornaria  um dos ícones da marca: o rotativo Wankel. Um motor a combustão interna, mas no lugar dos pistões para comprimir o combustível e gerar a explosão, o líquido é injetado em uma câmara irregular ovalada e um compressor rotativo em forma triangular é responsável pelas etapas de admissão, compressão, explosão e exaustão.

O motor foi desenvolvido pela NSU,  na Alemanha, na década de 50. Foi usado também pela Citroën. Mas quem popularizou o uso foi a Mazda, que insistiu na tecnologia até 2012, quando o RX-8 saiu de linha.

Vira e mexe surge o rumor de que o motor pode voltar a ser usado, pois apesar de não usá-lo mais em veículos de produção o desenvolvimento segue sendo trabalhado pelos engenheiros da fábrica de Hiroshima. Pode ser que volte até como híbrido, como já disseram alguns executivos da marca.

Newsletter
Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

TikTok TikTok YouTube YouTube Facebook Facebook X X Instagram Instagram

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, procure o AutoPapo nas principais plataformas de podcasts:

Spotify Spotify Google PodCast Google PodCasts Deezer Deezer Apple PodCast Apple PodCasts Amazon Music Amazon Music
SOBRE
3 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Comentários com palavrões e ofensas não serão publicados. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Avatar
Gustavo Vieira 24 de janeiro de 2023

Como sempre uma das velhas ”grandes” metendo o podre no mercado brasileiro, embaçar é só pra variar.

Avatar
Alcides ferreira de souza 5 de janeiro de 2019

Pena não retorna seria um sedam muito forte pra competir com o corolla sentra e civic,eu sem duvida compraria o mazda 6.

Avatar
Jackson 7 de outubro de 2018

Vou falar uma coisas eu atualmente moro na europa e esse mazda e um dos carros mais bonitos que eu ja vi, e essa linha suv cx3 e uma coisa de louco, se for comprar preco e requinte esse e o melhor, nao iria ter suv no Brasil para ganhar desse nao *

EDITADO

Avatar
Deixe um comentário