Fiat Mobi ou Renault Kwid: qual é o melhor ‘carro mais barato do Brasil’?

Na briga dos carros abaixo de R$ 60 mil, eles empatam no preço, mas se diferenciam em outros pontos;veja onde cada modelo se sai melhor

Mobi e Kwid se figuram como os carros mais baratos do Brasil
Os dois modelos são uma escolha racional (Fotomontagem: Ernani Abrahão | AutoPapo)
Por Fernando Miragaya
Especial para o AutoPapo
Publicado em 03/07/2023 às 09h18

Os carros mais baratos do Brasil finalmente ficaram abaixo dos R$ 60 mil. Tudo bem que temporariamente, mas isso evidenciou a dupla Renault Kwid e Fiat Mobi. Os dois subcompactos travam uma briga particular na base do mercado e são opções para quem quer um carro racional para usar na cidade, sem machucar muito o bolso.

Mas qual dos dois é melhor? O que um oferece a mais que o outro? Neste comparativo virtual e pontual, vamos mostrar como se comportam Renault Kwid e Fiat Mobi em cada um de cinco quesitos.

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Desempenho e consumo

Não é o forte destes dois subcompactos. Como dito, são carros pensados para serem racionais no uso urbano. Com motor mais leve, moderno e eficiente, o Kwid leva vantagem sobre o Mobi em diferentes aspectos de performance.

As acelerações do 1.0 SCe de 71/68 cv do Renault são mais espertas. Segundo dados das marcas, o Kwid precisa de 13,2 segundos para o 0 a 100 km/h, enquanto o Mobi, apesar da potência maior (74/71 cv), leva mais de 14 segundos para fazer o mesmo.

Em subidas, os dois carecem de força e é aquela sofrência para subir qualquer ladeira. No mais, o motorzinho três-cilindros da Renault vibra mais, enquanto o velho 1.0 Fire quatro canecos da Fiat tem rodar áspero e beberrão.

Confira as médias de consumo de cada um, de acordo com a tabela 2023 do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (em km/l):

Renault Kwid 1.0 SCe

  • Consumo etanol cidade: 10,8
  • Consumo etanol estrada: 11,0
  • Consumo gasolina cidade: 15,3
  • Consumo gasolina estrada: 15,7

Fiat Mobi 1.0 Fire

  • Consumo etanol cidade: 9,6
  • Consumo etanol estrada: 10,4
  • Consumo gasolina cidade: 13,5
  • Consumo gasolina estrada: 15,0

Comportamento dinâmico

Os dois são carros com plataformas simplificadas e daqueles chamados projetos de baixo custo. Isso se reflete em um comportamento que aparenta fragilidade no rodar. Tal percepção fica evidente principalmente na estrada.

Feito sobre a plataforma CMF-A e fruto de um projeto indiano, o Kwid até melhorou um pouco na linha 2023 lançada no ano passado. Ganhou reforços estruturais e mais equipamentos de segurança, mas continua com a dinâmica ruim, especialmente em curvas, além de freios esponjosos – o sistema de frenagem já passou por dois recalls.

O Mobi é produzido sobre a plataforma 327, a mesma da segunda geração do Uno – descontinuado em 2021. Não que seja o suprassumo da dinâmica e estabilidade, mas passa a sensação de ser um carro mais “na mão”, com frenagens mais equilibradas e carroceria que torce menos nas curvas.

De qualquer forma, andar rápido e sair pegando estrada com o pé fundo não é a proposta dos dois subcompactos mais baratos do país. Tanto Kwid como Mobi são são carros para andar pianinho na cidade.

Conforto e espaço

São os menores carros a combustão do mercado, então não existe milagre. Kwid e Mobi têm espaço diminuto, suficiente para quatro pessoas adultas e sem sobras.

Na fita métrica o Renault leva pequena vantagem. São 3,65 metros de comprimento, 19 cm a mais que o Fiat, e 2,42 m de entre-eixos, 12 cm a mais. O que configura um pouco mais de espaço para as pernas dos ocupantes de trás.

A posição de dirigir do Kwid é ruim, enquanto no Mobi a ergonomia é melhor. No porta-malas, o modelo da marca francesa tem capacidade de 290 litros, contra 200 do carro da montadora italiana.

Porém, na capacidade o Fiat carrega um pouco mais. São 400 kg de carga útil no Mobi, ante 375 kg no Kwid.

Custo-benefício

Com as medidas anunciadas pelo governo, Kwid e Mobi começam no mesmo preço de R$ 58.990. Desde a versão Zen, o Renault se sobressai em equipamentos devido aos controles de estabilidade, tração e subidas de série (opcionais no Mobi Like, por R$ 700), além dos airbags laterais dianteiros a mais e luzes de condução diurna.

Com exceção destes itens, a lista de equipamentos de ambos é enxuta e condizente com o segmento em que os carros estão inseridos. Ar-condicionado, direção assistida e vidros dianteiros e travas elétricos são de série no Kwid mais barato e no Mobi desde a Like.

Mais detalhes a favor do Kwid, que tem direção elétrica, enquanto a assistência do Mobi é hidráulica. O Renault também tem faróis com refletores duplos, luzes de neblina e som simples com Bluetooth e tomada USB na Zen mais barata.

A vida fica um pouco melhor nas versões intermediárias. O Kwid Intense, com o bônus, agora custa R$ 64.590 e ganha retrovisores elétricos e multimídia com câmera de ré e conexão com Android Auto e Apple CarPlay.

O multimídia (sem câmera) também é de série no Mobi Trekking, a segunda versão e a topo de linha do subcompacto, que passou a custar R$ 65.290. Esta agrega ainda banco do motorista com ajuste de altura – inexistente no concorrente da Renault.

Já o aventureiro do Kwid é o Outsider, que parte dos R$ 67.990 e agrega o visual “jipeiro”, além de rodas diamantadas aro 14”

Manutenção

Nas revisões com preço fixo, o Kwid tem um plano mais em conta, em especial o de 60 mil km. Confira os valores apurados em junho de 2023.

Renault Kwid

  • 10.000 km: R$ 454,33
  • 20.000 km: R$ 517,62
  • 30.000 km: R$ 517,62
  • 40.000 km: R$ 867,47
  • 50.000 km: R$ 580,91
  • 60.000 km: R$ 862,49

Fiat Mobi

  • 10.000 km: R$ 496
  • 20.000 km: R$ 664
  • 30.000 km: R$ 1.008
  • 40.000 km: R$ 876
  • 50.000 km: R$ 676
  • 60.000 km: R$ 2.108
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29 Comentários
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sergio 23 de agosto de 2023

Eu tenho os dois para trabalho aliás para alguns aqui que andam de fiat 147 e arrotam Ferrari, esses dois são de entrada ou seja os mais baratos e simples agora se quer andar de algo melhor é só dobrar o valor. A minha opinião é que o Mobi a pesar de ser um carro muito pequeno a motorização e a suspensão é do antigo Uno o que trás pouca manutenção e bom conforto. Com relação ao Kwid achei que seria um mini Sandero que por sinal é excelente mas não,o carro é uma bomba, desconfortável, barulhento, frágil, ruim de dirigir e só da problemas ou seja o Mobi é muito mas muito melhor. Quem compra Kwid ou foi enganado pelo vendedor ou é masoquista kkkkk

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Reynaldo 7 de julho de 2023

O melhor ou o menos pior. São dois carros que nunca compraria na minha vida.

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Sérgio Goes 12 de julho de 2023

É mesmo… então, por que leu a matéria?

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Sérgio Goes 12 de julho de 2023

Será mesmo? Então, por que leu a matéria?

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Reynaldo 12 de julho de 2023

Bom, que eu saiba o site é livre e aberto a comentarios, agora se quer saber o motivo é só para ver quem é fã boy que viria aqui criticar meu comentário. Antes que fale que é pobre que não tem condições de comprar um pneu, lhe digo que o julgamento de quem responde assim é nivelar os outros pela própria régua.

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jose 7 de julho de 2023

Resumindo, duas jostas.

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Rodolfo 5 de julho de 2023

Essa roda do Renault Kwid com apenas 3 parafusos de fixação é feio demais!

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Ricardo 4 de julho de 2023

Assim como a indústria automobilística no Brasil merece um “Reset”, as cabeças dos comentaristas também dele carece. Fazer análise sem considerar o contexto histórico do país só reforça o quão longe estamos de sermos uma sociedade desenvolvida.

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Wagner 4 de julho de 2023

so louco pra dar U$$12.000 dolares

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Paulo 4 de julho de 2023

Comparativo de duas porcarias que nem deveriam existir. Somente no Brasil aceitam este tipo de carro pelo preço vendido. São carros que servem para locadoras, que precisam de carros baratos para os grupos de entrada, e frotistas. Para uso particular, mil vezes melhor comprar um bom carro usado por este valor.

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Rafael 4 de julho de 2023

No duelo de lixos de carroças, o que mais impressiona é como o lixo da Fiat conseguiu fazer um lixo muito pior que o lixo da Renault. Parabéns aos envolvidos!

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João Batista cardoso 5 de julho de 2023

A maioria dos que difamam são uns pobres que não dão conta de pagar nem o pneu de estepe do carro popular

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Rafael 5 de julho de 2023

Kkkkkkk…. vai se tratar o demente

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Sérgio Goes 12 de julho de 2023

Verdade. Aqui está cheio de pobre que come o ‘ovo que a galinha chorou’, mas arrota salmão.

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Rodolfo 4 de julho de 2023

Eu sou engenheiro mecânico e tenho como pré-requisito as seguintes exigências para um carro:
1. Aceleração de 0 a 100 km/h em 10 segundos ou menos;
2. Sincronismo do motor por corrente de comando;
3. Motor 4 cilindros, pois vibra menos o volante em marcha-lenta e em algumas rotações ressonantes, ou motor 3 cilindros balanceado por eixos contra-balanço.
4. Seja lindo;
5. Confortável;
6. Boa estabilidade;
7. Vidros elétrico nas 4 portas e porta-malas elétrico;
8. câmera de ré.

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Gustavo 4 de julho de 2023

Os melhores carros que a Fiat fez já se foram embora, Uno e Palio foram carros extremamente eficientes, baixo custo e que não deixavam ninguém na mão. Leis é uma piada se comparado ao Uno. Os motores Fiasa e o Fire eram resistentes e confiáveis. Mas a moda dos Suvs deixaram todos estes e outros para traz, infelizmente.

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Santiago 4 de julho de 2023

Esse que é o problema: A nossa referência de preços continua imoralmente distorcida.
Mini haches subcompactos vendidos a preços que deveriam ser de sedans compactos.
Hatches compactos vendidos a preços que deveriam ser de sedans médios.
Hatches médios e mini crossovers vendidos a preços de SUVs e utilitários.
Não adianta, os veículos NÃO VALEM os preços cobrados hoje em dia.

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BatRoger 4 de julho de 2023

Duas horrorosas opções. Compre um semi novo de modelo melhor, pelo amor de Deus. Isso é uma afronta ao consumidor. Precisamos urgente de uma explosão nuclear no mercado de carros do Brasil. Vamos resetar tudo e trazer coisas modernas, seguras e… mais baratas. Se desse tanto prejuizo, as montadoras já teriam ido embora. O consumidor brasileiro precisa parar de comprar esses carros de pacote se sucrilhos só para dizer que tem carro zero.

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Charles 4 de julho de 2023

Existem Vários Vídeos de colisões traseiros em ambos que com pequenas batidas traseiras toda a estrutura do carro e comprometida deixando os totalmente tortos e sem condições de reparo, veículos totalmente descartáveis, mas na minha humilde opinião e conhecimento técnico o menos pior e o kwid.

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Sérgio Goes 12 de julho de 2023

Que comentário é esse? Até parece que carros muito mais caros que Mobi e Kwid têm latarias resistentes.

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Charles 12 de julho de 2023

Outros não dão PT com colisão até de bicicleta neles, vc e dono de algum desses 2 ?

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Rafael 4 de julho de 2023

Se fosse nos EUA umas carroças dessas nem existiriam, mas como estamos no Brasil, aceitam qualquer porcaria.

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Roberto Mello 4 de julho de 2023

Tenhobum kwid 2020. Não é verdade que o freio é ruim. É até exagerado pera o peso do carro.

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Andre Rocha 4 de julho de 2023

Guiei um 0km Kwid que a locadora da minha empresa adquiriu. Peguei o veículo com 200km rodados… precisei brecar forte pra evitar uma colisão… o pedal literalmente encostou no assoalho e o veículo não parou como deveria. Estava a 60km/h. Realmente uma verdadeira esponja o freio!

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Alisson 4 de julho de 2023

Depois dessa análise vou continuar com meu Uninho. Me leva para todos lado, baixa manutenção, pau para toda obra.

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Marcos Gurgel 4 de julho de 2023

Concordo 100% com o Old Boy. Esses carros são, como se diria no filme velozes e furiosos, carros de caixa de Sucrilhos. Não tem mala, apertados, descartáveis.

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Old Boy Rur@r 3 de julho de 2023

Deus me livre e guarde de qualquer um dos dois. Em minha humilde análise ambos são péssimos em tudo.
Prefiro um usado de marca melhor como Toyota Etios ou Honda Fit por exemplo – são carros que já saíram de linha mas tem muito mais qualidade do que essas merrecas de carros Fiat e Renault.
É só ter paciência de garimpar pra achar um desses conservado,

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Eddie 3 de julho de 2023

Boris, eu diria diferentemente, qual o menos ruim dos dois? A briga é feia, difícil de responder, ambos os carros são uma afronta ao mercado.

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wilmar 3 de julho de 2023

Em minha opinião, a comparação deveria ter o titulo, ” O lixo dos lixos”, pois é até uma sacanagem dar 60 mil nestas imundíces,
Mil vezes comprar um usado cono , o ix, gol e etc do que comprar esses lixos. Fiz um teste uma vez no kwind e parece uma batedeira, grana que pagaria nesse lixo comprei um voyage 1.0 com mais espaço e conforto e o melhor é muito mais carro.
Minha dica, fujam desses lixos, ou case com eles, pois na hora de vender ninguem quer.

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