Paixão por carro está acabando ou virei um velho saudosista?

As gerações mais novas estão perdendo a conexão com os carros, que estão sendo tratados apenas como um 'gadget'

homem cuidando de carro antigo
Aquele cuidado extra com o carro... (Foto: Shutterstock)
Por Felipe Boutros
Publicado em 16/07/2023 às 11h03

Vamos falar paixão por carros? Estive na semana passada na Garagem VW, um espaço onde a marca alemã expõe parte do seu acervo de carros históricos. Infelizmente, hoje, o acesso é restrito a convidados – jornalistas e clubes de entusiastas, por exemplo. Mas há estudos para começar visitas guiadas.

Como é empolgante ver tantos carros importantes juntos em estado de 0 km. Parece que eles estão em uma concessionária: é possível viajar no tempo e se imaginar comprar um daqueles modelos. Até mesmo carros que foram criticados ou não foram exatamemente sucessos estão lá, como Logus, Pointer e o 1600 Sedan (o Zé do Caixão). E estava lá o que eu considero o carro mais bonito já feito no Brasil, o SP/1.

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Depois de todo o trabalho feito na produção de conteúdo que vocês verão em breve lá no YouTube, eu e o meu amigo Marlos Ney Vidal, do portal Autos Segredos, fomos tietar os carros. Andando pelo salão, vi o excelente Emilio Camanzi (do Carros com Camanzi) admirando os carros, sorrindo sozinho. É o sentimento que o carro antigo desperta.

garagem vw volkswagen sp1 1971
VW SP/1: o carro mais bonito do Brasil (na minha opinião)

Carro novo X carro antigo

Muitas vezes, o supercarro, o carro caro, ele desperta curiosidade: as pessoas olham e apontam, mas, ao mesmo tempo, são vistos como antipáticos. “Olha o cara que quer aparecer!”, muitos dizem. É da cultura do brasileiro fazer piada com o que ele não tem acesso, muitas vezes. Quer um exemplo do dia a dia? O copo Stanley. Um produto legal, de qualidade, menosprezado por muitos como “frescurinha”. Agora, já tem diversos similares e falsificações. Enfim…

Mas o carro antigo, muitas vezes com valor inestimável, é recebido com sorrisos e pedidos de fotos. Se for algum carro antigo nacional, certamente a pessoa tem alguma memória afetiva: aprendeu a dirigir em um modelo como aquele, viajou nas férias durate a infância… O carro antigo é visto, muitas vezes como um membro da família.

E o triste (ou apenas curioso) é que as novas gerações estão perdendo este vínculo com os carros – que viraram meras ferramentes ou gadgets que devem ser trocados assim que começam a dar defeito ou lançam um upgrade.

Esse texto virou um amontado de clichês? Virei um daqueles velhos saudosistas “no meu tempo era melhor”? Acho que ainda não… Ainda não.

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1 Comentário
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Gustavo Porto 16 de julho de 2023

Uma coisa que ninguém me faz pensar o contrário é o quanto os motores e caixa de marchas apesar de menos eficientes duravam bem mais que hoje…
Em 2005 tive um escort que coloquei gnv no dia que comprei. Em 2016 vendi para trocar por um “menos velho” que já abriu caixa de marcha uma vez, comprei fazendo motor e já está queimando óleo novamente.
Enquanto isso a pessoa que me comprou o escort revendeu e quem comprou afirma que até hoje não fez nem motor nem embreagem.

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