Project CARS e o ferro-velho dos jogos de corrida antigos

Remoção de "Project CARS" das lojas virtuais pegou muita gente de surpresa, mas é um prática comum da indústria de jogos

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Games de corrida como Project CARS necessitam de licenças de fabricantes para poder serem comercializados (Slightly Mad Studios)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 28/08/2022 às 12h03

Esta semana a Slightly Mad Studios anunciou a remoção de “Project CARS” e “Project CARS 2” do mercado. Segundo a produtora, as licenças de carros e pistas utilizadas nos jogos irão expirar. Quem tem o game não tem o que se preocupar, pois os títulos continuarão acessíveis, inclusive para multiplayer.

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Mas a remoção dos títulos é um banho de água fria para quem gosta de jogos de corrida. Mas não se trata de uma prática incomum. Games como “Project CARS”, “Forza” e “Gran Turismo” necessitam de licenças para reproduzir carros e autódromos.

Geralmente os acordos de uso tinham durabilidade aproximada com a “vida útil” do console ou sistema operacional. Bastava parar de prensar CDs ou fabricar cartuchos. Hoje o cenário é outro.

A grande maioria dos jogos são vendidos em formato digital e fabricantes mantém duas gerações convivendo por muito mais tempo. E de repente, o game some da praça. Lembro de quando baixei a demo de “The Simpsons Arcade Game”, para PS3, lá em 2012.

O game custava apenas R$ 20, na PSN, mas não quis gastar essa grana. Pouco depois, resolvi comprar o jogo completo e…. paaahhh! Tinha sido removido do catálogo, pois a licença tinha expirado.

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Ostentar um cartucho original de “Top Gear” pode custar uma pequena fortuna (Foto: Reprodução | Nintendo)

Há alguns anos comprei uma edição original de “Top Gear” para meu Super Nintendo. Comprei de um sujeito que tinha uma irmã nos Estados Unidos. Ele comprava no eBay e entregava na casa dela, que depois despachava para o Brasil. Não foi barato, mas valeu a pena.

Não é só Project CARS

Assim, a saída de “Project CARS” chateia, pois trata-se de um game espetacular. “PC2” também é muito legal, mas faz parte do jogo, com o perdão do trocadilho.

Muitos outros games já desapareceram e não podem mais ser encontrados, somente em mídias físicas. Mesmo assim, muito difíceis de encontrar, e quando se acha um jogo antigo bacana, ele custa uma fortuna.

Há um bom tempo venho garimpando uma edição de “Forza Horizon 2”, para meu veterano Xbox 360. Na Xbox Live, é possível fazer o download da versão Demo. Mas o game não está mais disponível para compra. No Mercado Livre, o game original (usado) varia entre R$ 200 e 250.

Uma cópia original de “Need For Speed: Underground 2” (lacrada) para PS2 pode custar até R$ 1 mil. Ou seja, quem não apostou num console atual, mas tem um veterano, e quer jogar um game de corrida precisa pagar o preço da raridade.

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Edição de PS2, lacrada, de “NFS: Underground 2” pode custar até R$ 1 mil (Foto: Reprodução | EA)

Ou então se entregar à pirataria, onde é possível encontrar discos gravados em fundo de quintal por R$ 10. E não se pode cobrar dos estúdios e distribuidoras. Afinal, a renovação de licença é processo burocrático e caro. E na maioria das vezes não compensa o investimento, pois o retorno será pequeno.

Como qualquer produto de consumo, quanto mais antigo e difícil de ser encontrado, mais caro será seu valor. A gente vê isso no mercado de automóveis. Há 20 anos era possível comprar um Fusca por uma ninharia. Hoje o simpático VW é vendido a peso de ouro.

Ou seja, pense duas vezes antes de se desfazer daquele seu game antigo, pois uma hora vai bater a saudade e ela poderá custar caro.

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