Right to Repair e omissão de fabricantes em repassar informações

Fabricantes negam repasse de dados técnicos necessários para manutenção às oficinas e autoridades fazem vista grossa

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Para dar manutenção em um carro moderno é necessário, além de alicate e chaves, um computador para fazer a leitura dos sistemas eletrônicos (Foto: Shutterstock)
Por Boris Feldman
Publicado em 08/06/2022 às 18h03
Atualizado em 08/06/2022 às 19h05

Eu já comentei aqui deste verdadeiro absurdo que as fábricas de automóveis fazem com as informações necessárias para o reparo do automóvel. E o que é pior, quanto mais sofisticado fica o automóvel, quanto mais eletrônica tem o automóvel, mais complicado o dono do carro ter direito à informação.

Agora é mais necessária essa informação, porque até 30 ou 40 anos atrás, você com um alicate, chave de fenda e um tubinho de Araldite poderia consertar qualquer coisa de qualquer carro.

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Hoje, sem computador, esquece! Tudo eletrônico. Tudo! E o pior, o computador não funciona sozinho. Se você não colocar as informações daquele seu automóvel, o amigo não consegue consertar, regular ou calibrar quase nada.

Tramoia das Fabricantes

E qual é a maracutaia das fábricas? Elas negam essas informações. Ou então fornecem cobrando para as oficinas. Depois que eu fiz esse comentário desse absurdo, que já tem até um movimento no primeiro mundo chamado Right to Repair, o direito de reparar, já está virando lei isso lá fora.

Eu conversei com o presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos (Sindirepa), Antonio Fiola. Sabe o que ele me disse? Que, preocupado com essa situação, já levou uma representação contra as montadoras ao Conselho de Administração da Defesa Econômica (Cade).

Sabe o que o Cade diz? Não disse nada. Negou ao Sindirepa esse direito que ele advoga para os associados. Por quê? Ah, porque ninguém pode com o lobby das montadoras, não é mesmo?

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3 Comentários
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Rui Fonseca Munhoz 9 de junho de 2022

Nesse ponto a Renault é um exemplo, fui fazer alinhamento de rodas na High Torque e para minha surpresa eles tem todas as informaçoes da Renault e conforme o atendente a Renault até cede os softwares de diagnósticos para oficinas privadas, no caso do meu alinhamento o Renault é um RS que tem especificações diferentes do Sandero normal, e a oficina tinha todos os dados la…… , também é bom ressaltar que meu RS com 55.000 Kms e muito “malho” além de nunca dar problemas estava com todo o alinhamento correto…..e isso mesmo depois de andar encima de zebrinhas nos tracking days, uma proeza que não tenho nem com meus outros 2 carros que são importados, caros, alemães e que nunca usei para tracking…..

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Marcelo 9 de junho de 2022

Concordo. Mas o único exemplo que tenho real é uma certa montadora, que por motivos éticos não vou revelar que é a Ford, coloca óleo 5w30 ou invés do 5w20, especificado no manual, e dizem ser a “mesma coisa”. Mesma coisa são dois ursos comendo chocolate numa caverna…

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Jose Oliveira 8 de junho de 2022

tambem concordo, sabemos de todo trabalho que a engenharia de desenvolvimento do fabricante tem para ajustar os parametros, tolerancias, etc…, poderiam pelo menos vender a preço justo, pelo menos para oficinas que estivessem credenciadas legalmente pelos órgãos de qualidade, talvez coloca-se uma linha de corte, liberando á partir do 1º ano de venda, mais é uma pena o que fazem com o mercado de reparação, acabam criando dificuldades para a própria marca no mercado de usados, isso reflete na venda dos modelos novos, exemplos não faltam.

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