TVR: sem fábrica e carros, marca está cada dia mais perto do fim

Lendária marca britânica não poderá operar em instalações no País de Gales e nova geração de esportivo empaca novamente

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Novo Griffith foi revelado há seis anos e até agora apenas um exemplar de exibição foi construído (Fotos: TVR | Divulgação)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 27/12/2023 às 09h03

A TVR, tradicional marca britânica de esportivos, vive um novo calvário. A fabricante, fundada há quase 80 anos em Surrey, na região metropolitana de Londres, tem passado de mão em mão nos últimos anos, mas ninguém consegue colocá-la nos trilhos.

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Há uma década sob controle do presidente do empresário Las Edgar, a TVR parecia que sairia de seu atoleiro, com uma nova instalação em Ebbw Valley, no condado de Blaenau Gwent, no País de Gales.

O prédio que serviria de fábrica para a construção da nova geração do Griffith, no entanto, teve sua licença de operação anulada. A decisão veio da câmara de vereadores local, que recebeu incontáveis manifestações de interesse de explorar comercialmente o prédio.

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Traseira do novo Griffith tem desenho que lembra o Toyota GR Supra

E como o Griffith foi apresentado há seis anos e até agora nada saiu do papel, os legisladores resolveram rolar a bola e liberar o imóvel para que seja aplicado em operações comerciais que gerem receita e arrecadação para a região.

Já a TVR alega que o atraso se deve a uma promessa do governo galês. Segundo a marca, o poder executivo da terra de Lady Di teria prometido a construção de um autódromo nos arredores de Ebby Valley, mas o projeto foi cancelado.

Assim, a TVR teria ficado desmotivada em tocar o projeto, pois seu superesportivo precisaria de um local adequado para seus dispostos e entusiastas clientes avaliarem o novo Griffith. Ou seja, depois de uma série de desculpas e lorotas, fato é que o futuro da TVR, que há décadas está na corda bamba, pode ser selado de vez.

Trajetória da TVR

A TVR começou suas operações como oficina, no final dos anos 1940. Já na década de 1950, seu fundador Trevor Wilkinson e seu parceiro Jack Pickard resolveram construir pequenos esportivos abertos para uso em pista.

Seus carros tiveram relativo sucesso no Reino Unido e foram levados para os Estados Unidos. No final dos anos 1950, a marca apresentou o cupê Grantura, que era chamado também de Jomar Coupe. Leve e bom de curva, o carrinho se deu bem nas pistas e atraiu o interesse de compradores de esportivos de série limitada.

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TVR Tamora foi o primeiro modelo de rua da marca (Foto: Creative Commons | Wikipedia)

O Grantura evoluiu para a primeira geração do Griffith. O conceito de engenharia era praticamente o mesmo, o que mudava eram os motores, cada vez maiores para entregar melhor performance.

O ápice da marca ocorreu nos anos 1990, quando a marca lançou em sequência uma geração totalmente atualizada do roadster Griffith, seguido do conversível Chimaera e do cupê Cerbera. Na época, eles figuraram como modelos britânicos exóticos e pegaram carona na injeção de recursos que a Ford tinha aplicado na Aston Martin e Jaguar.

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Geração do Griffith dos anos 1990 tinha estilo arredondado e poucos vincos, como era tendência na época

Os carros tinham estilo arrojado e intimidador e poderiam ser equipados com diferentes versões de blocos V8, sendo que as unidades que equipavam os conversíveis eram fornecidas pela Rover, com potências que variavam de 240 cv a 340 cv. Números consideráveis para carros com peso na faixa de 1.000 kg.

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Chiamera foi um dos modelos de maior sucesso da marca com 5 mil unidades fabricadas

Já o Cerbera foi equipado com motores V8 Speed Six e Speed Eight, desenvolvidos pela própria marca e podia render de 360 cv a 450 cv, dependendo do deslocamento e tipo de combustível utilizado. O trio ficou em linha até o início dos anos 2000 e acumulou quase 10 mil unidades produzidas, sendo que metade foi do Chimaera.

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Fechado, o Cerbera era um cupê nervoso que utilizava blocos V8 da própria casa com até 450 cv

Depois disso vieram Toscana, Tamora, T350, Sagaris e Typhon. Todos com baixas tiragens, incapazes de manter a operação. O Typhon teve apenas três unidades construídas em 2006. A marca foi reativada em 2013 e desde então apenas uma unidade conceitual do novo Griffith foi construída.

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