[Vídeo] ICMS congelado: será que o preço da gasolina vai parar de subir?

"Na semana passada, na tentativa de parar esta bola de neve, o Confaz (...), decidiu congelar o ICMS, ou seja, manter fixo o seu valor por três meses"

veiculo carro posto combustivel abastecendo dono carteira consumo shutterstock 1109546957
Impostos federais e estaduais representam cerca de 38% do preço da gasolina (foto: Shutterstock)
Por Boris Feldman
Publicado em 02/11/2021 às 07h32

Por que o preço da gasolina sobe sem parar? Primeiro, porque seu valor é baseado nos preços do petróleo e do dólar. Quando sobe um deles, a gasolina a gasolina vai atrás; e o problema é que nenhum dos dois para de subir. Segundo, porque além do petróleo e dólar, têm também os impostos federais e estaduais, que representam nada menos que 38% de seu preço. E o estadual pesa mais que federal.

Assista ao vídeo e entenda porque o congelamento do ICMS é um tiro que pode sair pela culatra:

VEJA TAMBÉM:

O imposto estadual, o ICMS, traz uma perversidade embutida: é um percentual fixo, que não se altera. Mas o “x” da questão é ser calculado sobre o preço de venda ao consumidor, e não sobre seu custo na refinaria.

Então, se o preço sobe na bomba por causa do petróleo ou do dólar, um mês depois o ICMS sobe também, provocando um novo aumento da gasolina na bomba. Um mês depois, mesmo que o preço na refinaria esteja estável, o ICMS sobe de novo porque ele mesmo fez o preço de venda subir.

Então, é um imposto cobrado sobre o próprio imposto. Cria-se assim um perverso e interminável circulo vicioso que não deixa o preço da gasolina parar de subir.

Manobra congela o ICMS

Na semana passada, na tentativa de parar esta bola de neve, o Confaz (conselho de todos os secretários estaduais da fazenda) decidiu congelar o ICMS, ou seja, manter fixo o seu valor por três meses, de 1º de novembro de 2021 até 31 de janeiro de 2022.

Então, se o preço da gasolina se mantiver estável na refinaria, o da bomba também não se altera, pois o ICMS estará congelado, ou seja, nada de computar os aumentos anteriores que ele mesmo provocou. A rigor, o motorista poderia dormir em paz até o final de janeiro.

Mas, vamos imaginar, só imaginar, que, por qualquer motivo, haja uma redução do preço do petróleo ou do dólar. Neste caso, baixaria o preço da gasolina na refinaria e no posto. Mas o ICMS, maior parcela tributária na composição do custo, não se reduziria, por estar congelado durante três meses. Aí, o tiro do Confaz sai pela culatra.

Newsletter
Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

TikTok TikTok YouTube YouTube Facebook Facebook X X Instagram Instagram

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, procure o AutoPapo nas principais plataformas de podcasts:

Spotify Spotify Google PodCast Google PodCasts Deezer Deezer Apple PodCast Apple PodCasts Amazon Music Amazon Music
SOBRE
2 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Comentários com palavrões e ofensas não serão publicados. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Avatar
Polvo 9 de novembro de 2021

Porque o etanol (que é produzido aqui) sobe tanto? Como confiar nesse tipo de combustível, já que o preço dele oscila tanto quanto dos derivados de petróleo?

Avatar
Santiago 3 de novembro de 2021

A questão do ICMS é só uma parte da história. Tal medida pode sim ajudar, porém parcialmente.
O verdadeiro e grande problema é a precificação em dólar (uma exigência do mercado financeiro), desconsiderando-se que a maior parte dos nossos combustíveis é produzida aqui mesmo, a custos locais.
Nem a Argentina faz isso, mesmo ela produzindo menos petróleo e tendo uma cultura mais “dolarizada” do que nós.

Avatar
Deixe um comentário