5 montadoras que tiveram projetos fracassados na Fórmula 1

Essas marcas mostraram que o caminho até a glória na Fórmula 1 pode ser árduo, e investimento bilionário não é sinônimo de sucesso

Jaguar foi uma das montadoras que falhou em sua empreitada na Fórmula 1
Jaguar foi uma das montadoras que falhou em sua empreitada na Fórmula 1 (Foto: Reprodução)
Por Bernardo Castro
Publicado em 10/04/2022 às 11h32

A Porsche e a Audi são duas montadoras que estão muito próximas de entrar na Fórmula 1 como fornecedoras de motores a partir de 2026. No último dia 07, o conselho de supervisão do Grupo Volkswagen deu luz verde para que as marcas sigam em frente com o projeto, que está em fase final de avaliação.

Sempre que uma montadora mostra interesse em se integrar à Fórmula 1 muitas expectativas são geradas. Afinal, essas entidades costumam ter um aporte financeiro elevado, o que é muito importante para o desenvolvimento de um carro ou de uma unidade de potência (como possivelmente será o caso com Audi e Porsche).

Porém, esses rios de dinheiro nem sempre se convertem em resultados satisfatórios, e a história está aí como prova. Pensando nisso, o AutoPapo listou algumas fabricantes que tentaram se aventurar no mundo da Fórmula 1, mas fracassaram ao longo do caminho.

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Montadoras que tiveram projetos falhos na Fórmula 1

É verdade que dezenas e dezenas tentaram essa façanha e falharam de forma cruel. No entanto, separamos os acontecimentos mais recentes e, posteriormente, podemos fazer uma parte dois e acrescentar alguns nomes na lista.

Observação: apesar de estar mostrando um desempenho pífio na principal categoria do esporte a motor, a Aston Martin não está nessa lista pois sua passagem pela categoria ainda não terminou.

Honda

Honda Fórmula 1 2007
Honda Fórmula 1 2007

A marca nipônica tem uma história de idas e vindas e altos e baixos em suas passagens pela categoria. A fabricante foi uma grande fornecedora de motores entre 1983 e 1992 – quando decidiu abandonar o projeto – e acumulou seis Mundiais de Construtores e outros cinco de Pilotos. Ademais, foi fundamental para ajudar Red Bull e Max Verstappen conquistarem o Campeonato Mundial de Pilotos em 2021.

No entanto, seu período mais nebuloso foi quando não se contentou em ser apenas uma fornecedora de motores e tentou estabelecer uma equipe própria. De volta à F1 em 2000 cedendo unidades de potência para a BAR, o início da trajetória foi bom. O laço entre as duas partes estava se fortalecendo e, mesmo sem ainda ter conseguido uma vitória, se figurou como segundo colocado no Mundial de Construtores na temporada de 2004.

Contudo, em 2005 a BAR começou a enfrentar muitos problemas operacionais, que abriram uma brecha para a Honda assumir as operações como equipe oficial a partir de 2006. Jenson Button e Rubens Barrichello foram os pilotos titulares durante a empreitada que durou três temporadas.

Mesmo com uma vitória de Button na Hungria em 2006, a Honda não repetiu os bons resultados de 2004 da BAR e montadora foi despencando de posição no grid da Fórmula 1. Em 2006 o time foi o 4º colocado, em 2007 6º e em 2008 9º.

Ao final do último ano a Honda não podia mais continuar com o projeto e vendeu suas operações por um valor simbólico para Ross Brawn, que assumiu as atividades com o nome de Brawn GP e foi campeão logo no ano seguinte.

Toyota

A Toyota foi mais uma das montadoras que fracassou na Fórmula 1 e abandonou o projeto no fim de 2009
A Toyota foi mais uma das montadoras que fracassou na Fórmula 1 e abandonou o projeto no fim de 2009

Continuando entre os japoneses, outra marca que não foi nada bem foi a Toyota. A montadora tinha o interesse de desenvolver um projeto para entrar na Fórmula 1 a partir de 2002, e parecia estar muito bem preparada para isso.

Tanto que em 2001 o time nipônico desenvolveu o protótipo TF101. O modelo foi utilizado apenas em testes para acumular informações que seriam úteis no desenvovimento do bólido de 2002. Ao todo, foram realizados testes em 11 circuitos diferentes para buscar melhor entendimento da categoria.

Porém, o projeto foi um verdadeiro fracasso, e muito disso se deve por falhas administrativas. Estima-se que a Toyota gastava cerca de US$ 500 milhões por ano (R$ 2,3 bilhões na cotação atual), e mesmo assim, os resultados não apareciam.

Um exemplo dessa falha eram seus pilotos: Jarno Trulli e Ralf Schumacher que, apesar de não serem de todo ruim, recebiam salários altíssimos, como se tivessem no mesmo nível de campeões mundiais, o que não era verdade. Além disso, deixar Mike Gascoyne tantos anos como responsável pela direção técnica, foi outro tiro no pé.

Ao longo da jornada a Toyota investiu US$ 4 bilhões para disputar 139 GPs e conseguir apenas 13 pódios e 3 pole-positions. A operação se tornou inviável e a montadora deixou a categoria no fim de 2009.

Jaguar

Jaguar conquistou apenas dois pódios ao longo de sua trajetória na Fórmula 1
Jaguar conquistou apenas dois pódios ao longo de sua trajetória na Fórmula 1

Quando Jac Nasser assumiu a liderança do grupo Ford, o dirigente tinha o desejo de marcar presença na principal categoria do automobilismo e, por isso, tornou-se parceiro e fornecedor de motores para a equipe Stewart em 1997. Durante a temporada 1999 o grupo americano comprou de vez a escuderia que antes pertencia ao tricampeão mundial Jackie Stewart e, para a temporada de 2000, o time foi rebatizado de Jaguar – na época, a marca inglesa estava sob o guarda-chuvas da Ford.

Movimentos interessantes foram feitos pela Jaguar a fim de tentar se tornar uma potência. Para dar início ao projeto, os ingleses contrataram nomes importantes, como o diretor técnico Gary Anderson e o vice-campeão do ano anterior Eddie Irvine.

Outra sacada que pareceu boa na época – mas depois se mostrou um fracasso – foi montar o carro para a temporada de 2000 baseado no modelo de 1999 da Stewart. Afinal, o Stewart SF-3 era um monoposto bem feito que conquistou uma vitória, uma pole e quatro pódios ao longo de sua vida útil.

Contudo, os planos não saíram conforme o esperado e os ingleses desenvolveram um carro horrível para a temporada de 2000 que tinha, principalmente, problema na distribuição de peso.

Para os anos seguintes, a situação não melhorou e a equipe trocava de dirigente da mesma forma que os clubes brasileiros trocam de técnico quando estão em uma má fase. Sem um plano a longo prazo os resultados continuaram ruins e a Jaguar deixou o certame no final de 2004, dando lugar à Red Bull.

Em sua trajetória, a escuderia conseguiu apenas dois pódios.

BMW

Robert Kubica foi o responsável pela única vitória da BMW na Fórmula 1
Robert Kubica foi o responsável pela única vitória da BMW na Fórmula 1

A montadora alemã também teve diferentes passagens pela Fórmula 1. Uma delas de sucesso na década de 80, quando forneceu motores para a Brabham entre 1982 e 1987 e ajudou Nelson Piquet a conquistar o bicampeonato em 1983.

Contudo, o período turbulento foi nos anos 2000, quando voltou produzindo unidades de potência para a equipe Williams. No início, as coisas estavam indo bem e entre 2000 e 2004 o casamento rendeu 10 vitórias e dezenas de pódios.

Porém, a Williams sempre teve o desejo de ser uma equipe independente, e a BMW queria alçar vôos maiores na F1. Por isso, em 2006 a aliança foi desfeita e a marca alemã comprou parte da equipe Sauber.

Assim, entre 2006 e 2009 o time acumulou alguns feitos interessantes, como o segundo lugar no Campeonato de Construtores de 2007 e a vitória de Robert Kubica no Canadá em 2008.

Em 2009 a temporada não foi nada boa: apenas dois pódios e o sexto lugar no Campeonato de Construtores. Com as expectativas não sendo atingidas, a montadora decidiu deixar de lado o projeto na Fórmula 1.

Peugeot

Peugeot estreou na Fórmula 1 em 1994, fornecend motores para a McLaren
Peugeot estreou na Fórmula 1 em 1994, fornecend motores para a McLaren

As temporadas de 1992 e 1993 da Fórmula 1 foram completamente dominadas pelos carros da Williams que eram equipados com a lendária suspensão ativa e os potentes motores da montadora francesa Renault.

Essa hegemonia estimulou a conterrânea Peugeot a ingressar na maior categoria do esporte a motor em 1994. E assim como alguns dos nomes citados nessa lista, a marca do leão chegou com uma proposta promissora para ser fornecedora de motores na categoria.

Para isso, ela contratou Jean-Pierre Jabouille, ex-piloto, engenheiro aeronáutico que já havia trabalhado com a Renault em anos anteriores. Jabouille ficou com o cargo de consultor no desenvolvimento do motor V10 da Peugeot.

Equipes como a Benetton e a Jordan mostraram interesse pela propulsão francesa, mas quem firmou contrato com a novata foi a McLaren. O desempenho do motor francês não era ruim, mas as constantes quebras fizeram Ron Dennis, chefe de McLaren na época, romper o contrato com a fabricante no final daquela temporada.

A Peugeot seguiu de 95 a 97 com a Jordan, mas os problemas na confiabilidade persistiram. Entre 1998 e 2000 a marca do leão se juntou à equipe Prost, que foi quando as coisas pioraram de vez e ao longo das três temporadas, o time somou apenas 10 pontos.

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1 Comentário
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Cristiano 29 de setembro de 2022

Lembrando que a Honda também teve equipe própria na F1 nos anos 1960.

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