Itália quer brecha para esportivos no banimento dos motores à combustão

A proposta veio do ministro italiano da transição ecológica, que defende uma exceção para os esportivos de baixo volume na lei europeia

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Os supercarros são poluentes, porém representam uma parte muito pequena no quadro geral (Foto: Lamborghini | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 06/09/2021 às 14h50
Atualizado em 06/09/2021 às 15h25

Não é novidade que a Europa quer banir os motores à combustão em 2035. E muitos fabricantes já se preparam para isso, anunciando que até 2030 venderão apenas elétricos no Velho Continente. Mas os italianos, apaixonados por velocidade, querem negociar com a União Europeia uma brecha nessa legislação para os esportivos.

A iniciativa veio do próprio governo italiano. O ministro da transição ecológica, Roberto Cingolani, comentou em entrevista para a Bloomberg TV que esses carros precisam de tecnologias especiais para a transição.

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Os esportivos seriam os mais afetados

Carros como a Ferrari 812 Superfast e o Lamborghini Aventador possuem grandes motores V12 de aspiração natural e, consequentemente, uma alta emissão de poluentes. Cingolani, que é um ex-diretor da Ferrari, argumenta que o volume de vendas desses carros é baixo demais perante o resto do mercado automotivo europeu.

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A Ferrari tem elétricos em seus planos, porém ainda existe demanda para os supercarros com motores V8 e V12 (Foto: Ferrari | Divulgação)

O presidente da Associação dos Fabricantes Automotivos, Oliver Zipse, concorda com a decisão dos italianos:

Para fabricantes muito pequenos, que quase não tem participação no quadro maior das emissões, existem bons argumentos para considerar essa exceção.

Essa tentativa de proteger os esportivos não significa que a Itália se opõe ao futuro sem motores à combustão proposto pela UE. O país vem investindo em um programa de gigafábricas para a produção de baterias em larga escala e na criação de novas tecnologias de baterias de alto desempenho.

Ferrari e Lamborghini, que contam com o apoio de grandes conglomerados do ramo automotivo, possuem carros elétricos em seus planos e já oferecem modelos híbridos. Fabricante menores como a Pagani e a Mazzanti seriam os mais afetados por essa obrigatoriedade dos elétricos. A União Europeia está considerado a exceção sugerida pelos italianos.

Conheça o supercarro híbrido da Ferrari que tenta conciliar as baixas emissões com o alto desempenho:

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8 Comentários
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Ricardo R 7 de setembro de 2021

Todos são iguais perante a Lei.

Mas uns são mais iguais do que outros.

Já vi isso acontecer em algum lugar abaixo da Linha do Equador e finito. Tenho dito.

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zéeee 6 de setembro de 2021

Uma coisa me intriga… todos esses elétricos, claro, movidos a bateria, consumirão energia elétrica para que as mesmas sejam recarregadas, acredito eu que pelo menos dia sim e dia não, talvez num futuro distante existirão baterias de longa duração. Mas o que me intriga mesmo? Ah, os governos terão capacidade para atender toda essa demanda por energia que será criada? Até onde sei energia elétrica nao se estoca, é gerada, transmitida e utilizada. E o engraçado que sempre ao ler notícias sobre isso, ninguém toca no assunto. Será que estão colocando o carro “na banguela” e quando acabar a descida a gente vê o que faz?

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Marcio Marteloti 8 de setembro de 2021

EXATAMENTE!!! Eu me faço exatamente a mesma pergunta. Já tivemos várias crises de energia, não há capacidade reserva para a demanda de, por exemplo, todos chegarem no início da noite em suas casas e colocar seu carro para “abastecer”. Comentário lúcido e pertinente, parabéns, Zéeee.

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Zéeee 8 de setembro de 2021

Obrigado Márcio, grande abraço.

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Ernesto Pichler 6 de setembro de 2021

Não é todo carro a combustão que polui a atmosfera com CO2 fóssil. Carros a álcool não poluem. Deveriam ser permitidos.

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AVELINO 6 de setembro de 2021

CONCORDO PLENAMENTE COM O ERNESTO .

PARABÉNS POR SUA OPINIÃO.

AFINAL ESPIRTIVO PURO SANGUE SEM RONCO , TÔ FORA .

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AVELINO 6 de setembro de 2021

PARABÉNS AO ERNESTO.

ESPORTIVO PURO SANGUE SEM RONCO, TÔ FORA.

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Sir.Alves 6 de setembro de 2021

Excelente ideia, uma ótima saída para os esportivos de verdade a Europa! Rodar com etanol! Além do aumento do torque. Aqui no Brasil, esse será o caminho mais plausível, pelo menos nas próximas duas décadas…HÍBRIDOS, pois 100% elétricos são absurdamente caros.

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