Montadoras brasileiras se tornam fazendeiras na Argentina
Para não perder dinheiro, filiais brasileiras investem em terrenos, salas e até fazendas para driblar bloqueio de remessas
Para não perder dinheiro, filiais brasileiras investem em terrenos, salas e até fazendas para driblar bloqueio de remessas
Montadoras sempre tiveram um olhar especial para fazendeiros. Afinal, o setor agrícola investe em veículos para manter a produção. Mas montadoras se tonarem fazendeiras é algo novo. E é o que está acontecendo na Argentina.
Filiais brasileiras de marcas que exportam carros para o mercado argentino passaram a investir em imóveis na terra dos hermanos. Mas não se trata de uma estratégia de diversificar investimentos com especulação imobiliária, mas uma forma de assegurar o dinheiro dos automóveis enviados para lá.
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Isso porque o dinheiro arrecadado das exportações, fica retido por até 360 dias por lá. É possível gastar a grana em solo argentino, mas não transferir para outros países. A regra do Banco Central argentino entrou em vigor no final de junho de 2022. Trata-se de uma forma gerar lastro na delicada saúde financeira na terra de Papa Francisco.
E para evitar prejuízos com a oscilação cambial. As filais brasileiras têm aposta na compra de imóveis. Na lista há de salas a até fazendas. Mas não significa que fabricantes estão criando gado para suprir a demanda por couro dos bancos ou plantando grãos para produzir biocombustível ou fibras ecológicas. As montadoras se tornaram fazendeiras para não deixar que inflação corroa seu dinheiro.
Quem explica é o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. “As marcas têm aplicado esse dinheiro em fazendas para neutralizar emissões de carbono. Outra maneira é comprar imóveis para estabelecer sedes próprias, o que reduz custo com alugueis, além de preservar caixa e não correr risco a eventual desvalorização cambial”, explica o executivo.
Não seria nada mal “cultivar” bife de chorizo. É ou não é?
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