Supercarros com motor a combustão ganham sobrevida na Europa

Prazo dos supercarros movido a combustão foi estendido em 6 anos e, se comprovada a eficácia do combustível sintético, poderão se produzidos para sempre

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Pagani é uma das montadoras que ganharam mais tempo de produção com motor a combustão (Foto: Pagani | Reprodução)
Por Bernardo Castro
Publicado em 06/07/2022 às 15h32

A tentativa de colocar um fim aos motores a combustão na União Europeia têm se tornado uma grande novela. O grupo político estabeleceu 2035 como o fim da propulsão movida a combustível fóssil, mas Bulgária, Itália, Portugal, Romênia e Eslováquia tentaram adiar o acordo alegando que, para ninguém sair prejudicado “períodos de transição adequados e adaptados precisam ser estabelecidos.”

Agora, a União Europeia parece ter se tornado um pouco mais flexível quanto a essas restrições e definiu que as fabricantes que produzem em baixa escala, como Ferrari, McLaren, Pagani, etc. terão um tempo a mais até completar a eletrificação da sua gama de supercarros.

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As montadoras que vendem menos de 10 mil carros ou 22 mil vans na Europa terão mais tempo para reduzir suas emissões. Inicialmente essas marcas que comercializam em menor escala teriam que cumprir limites de emissões mais rígidos até 2029. Agora, o prazo para elas acabarem com o motor a combustão se estendeu, também, até 2035.

O anúncio pode até ser considerado uma concessão à Itália, que foi um dos países mais firmes ao se posicionar a favor da prorrogação do fim dos motores a combustão.

Mas a vitória também foi da European Small Volume Car Manufacturers Alliance (ESCA), que é representada por Aston Martin, McLaren, Rimac, Pagani, Bugatti e Ineos. De acordo com o grupo, as regras não poderiam ser válidas às fabricantes de supercarros porque o ciclo de vida deles é mais longo e seu impacto geral no meio ambiente é muito menor quando comparado a carros populares, por exemplo.

Além disso, para Phillippe Houchois, analista automotivo global do banco de investimentos Jefferies, colocar grandes baterias em superesportivos não é algo completamente viável e poderia ter até impactos negativos. Afinal, esses modelos rodam muito pouco e o impacto resultado na fabricação de uma bateria elétrica não compensaria o baixo nível de emissões do veículo.

Combustível sintético é uma esperança para os motores a combustão

Dessa forma, forçar as fabricantes de supercarros a eletrificar sua gama o mais rápido possível pode trazer graves consequências ao meio ambiente e, por isso, a transição será feita de forma gradual.

Então essas montadoras precisarão agir rápido, caso não queiram perder o motor a combustão. Isso porque o combustível sintético – que já vem sendo trabalhado pela Porsche – pode ser uma solução de zerar as emissões de C02. Mas sua eficácia deve ser comprovada até 2026.

“Em 2026, a Comissão avaliará os progressos realizados no sentido de atingir as metas de redução de 100% das emissões e a necessidade de rever essas metas tendo em conta os desenvolvimentos tecnológicos, nomeadamente no que diz respeito às tecnologias híbridas plug-in e a importância de uma solução viável e socialmente equitativa transição para zero emissões.”

Com isos, a União Europeia pretende fazer um balanço para entender se a indústria está no caminho para atingir o objetivo proposto, permitindo o combustível sintético ou o hidrogênio como fonte de energia. Mas, para isso, o setor automotivo tem que comprovar que essas tecnologias não emite CO2.

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