Atrasados no Brasil: 10 carros com gerações anteriores às nacionais

Às vezes, os automóveis podem ser comercializados por décadas em outros países antes de desembarcarem por aqui

seis geracoes do opel kadett na pista de frente
Kadett teve várias gerações antes de chegar ao Brasil (foto: Opel | Divulgação )
Por Alexandre Carneiro
Publicado em 17/10/2021 às 08h37
Atualizado em 11/08/2022 às 16h25

A globalização causou efeitos interessantes na indústria automobilística. Às vezes um produto pode demorar bastante tempo para chegar a determinados mercados. O Brasil não é exceção: muitos carros bastante conhecidos por aqui já eram comercializados por décadas em outros países, a ponto de existirem até gerações pregressas.

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10 carros com gerações anteriores às nacionais

O AutoPapo enumerou 10 carros que tiveram gerações anteriores no exterior antes de chegarem ao Brasil. São modelos com diferentes características, de diversos fabricantes, mas todos tiveram pelo menos uma linhagem produzida no país. Confira!

1. Chevrolet Kadett

O Kadett tem uma história pra lá de antiga. Na Europa, o primeiro veículo a utilizar esse nome data de 1936, mas a produção foi encerrada precocemente em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial. Porém, a Opel relançaria o modelo, completamente reprojetado, em 1962: a partir daí, existiram outras quatro gerações sequenciais dos carros da gama.

O mercado brasileiro conheceu justamente a última geração mundial, conhecida como “E”, lançada mundialmente em 1984 e nacionalmente em 1989. O que muita gente não sabe é que o veículo que a Chevrolet chamou por aqui de Chevette era, na verdade, o Kadett C europeu.

2. Chevrolet Corsa

Quando chegou ao Brasil, em 1994, o Corsa já circulava na Europa há mais de uma década. É que aquela geração com design redondinho, então recém-lançada também no velho continente, era a segunda em âmbito mundial: ela sucedeu a primeira safra do hatch compacto, comercializada pela Opel entre 1982 e 1993.

O primeiro Corsa tinha aparência bem retilínea, típica dos carros dos anos de 1980, e em nada lembra as duas gerações posteriores, justamente as que foram comercializadas no mercado brasileiro. Curiosamente, o modelo saiu de linha por aqui, mas seguiu em produção no velho mundo: naquele continente, o hatch já foi reprojetado três vezes desde então.

3. Volkswagen Polo

Antes mesmo de lançar o Gol no Brasil, a Volkswagen já produzia o Polo na Europa: a primeira linhagem do compacto data de 1975! A gama só chegou ao país em 1997, quando já estava na terceira geração, com o sedã batizado de Classic, importado da Argentina. Em 2002, a marca alemã nacionalizou a safra seguinte, incluindo a configuração hatch.

A linha Polo sofreu um hiato no mercado local entre 2014 e 2017: naquele ano, a Volkswagen lançou a atual geração, que segue no mercado até hoje. Curiosamente, entre as duas safras nacionais, existiu mais uma na Europa, que foi a quinta para aquele continente.

4. Volkswagen Golf

Outro dos carros da Volkswagen que demorou a chegar ao Brasil foi o Golf. O tradicional hatch médio da marca alemã existe na Europa desde 1974 e, a partir de antão, teve duas gerações por lá e só desembarcou no país em 1994. Na época, o modelo era importado e já estava na terceira linhagem.

A Volkswagen nacionalizou a quarta geração do Golf em 1998 e seguiu com a produção local até 2014: o fabricante chegou a fazer uma reestilização exclusiva para os países sul-americanos. Durante esse período, existiram duas linhagens no exterior. Por aqui, a marca alemã acabou pulando diretamente para a sétima safra global, cuja produção foi encerrada em 2020. O modelo segue vivo na Europa, onde já foi novamente reprojetado.

5. Ford Escort

Você sabia que o primeiro Golf veio ao mundo para competir com o Escort? Pois é, o médio da Ford é ainda mais antigo que o da Volkswagen: o lançamento do primeiro modelo ocorreu em 1967. Em 1974 veio uma nova linhagem, também desconhecida por aqui. O veículo só chegou ao Brasil em 1984, quando já estava na terceira geração.

A boa notícia é que, a partir daí, o modelo nacional acompanhou a trajetória do similar europeu. Foram mais quatro gerações desses carros até a despedida em 2003. No mundo todo, essa gama deu lugar à do Focus. Curiosamente, a Ford voltou a utilizar o nome Escort em um hatch médio vendido na China.

6. Ford Galaxie

Nos Estados Unidos, a Ford adotou a insígnia Galaxie pela primeira vez em 1959 para designar as configurações intermediárias da gama Fairlane. Contudo, já em 1962, esse nome passou a batizar toda uma linha independente de veículos. Somente a geração seguinte, lançada por lá em 1965, é que chegou aqui um ano depois.

Lembrado até hoje como um dos carros mais luxuosos já fabricados no Brasil, o Galaxie seguiu no mercado local até 1983 e, apesar de ter passado por atualizações, nunca ganhou novas gerações propriamente ditas. Por sua vez, os consumidores estadunidenses ainda receberam uma linhagem posterior.

7. Dodge Dart

Assim como o Galaxie, o Dart também teve antecessores nos Estados Unidos. O modelo, que ocupava posição de entrada na gama Dodge por lá, apareceu em 1960 e, em 1967, já estava na quarta geração. Foi exatamente essa linhagem que chegou ao Brasil, no ao de 1969.

A partir de então, a gama só passou por evoluções pontuais: por lá, a produção chegou ao fim em 1976, enquanto, por aqui, houve uma sobrevida até 1981. Entretanto, vale lembrar que, entre 2012 e 2016, a Dodge voltou a utilizar o nome Dart em um sedã vendido na América do Norte, mas sem relação com os modelos anteriores.

Dirigimos um Dodge Dart 100% original: assista ao vídeo!

8. Nissan March

O último dos carros do listão também teve várias gerações antes de chegar ao Brasil. A primeira delas veio ao mundo no já longínquo ano de 1982. As duas safras seguintes surgiram com intervalos de exatamente uma década, em 1992 e em 2002. Em 2010, foi a vez da quarta linhagem do March (também chamado de  Micra em alguns mercados) estrear em âmbito global.

Foi exatamente esse modelo que trouxe a gama March ao Brasil, em 2011. O modelo passou a ser produzido no país em 2014, mas teve carreira curta e saiu de linha em 2020. No exterior, há um modelo de quinta geração, que deu origem ao atual Versa.

9. Toyota Corolla

Para contar a história completa do Toyota Corolla, seria necessário escrever um livro. Afinal, o modelo surgiu originalmente em 1966 e não parou mais de evoluir. A atual geração, produzida tanto no Brasil quanto no exterior, é a décima segunda desde então.

Quando o modelo chegou ao país, ainda importado, em 1994, já estava na sétima safra. Em 1998, A Toyota começou a fabricar o sedã por aqui, já na linhagem seguinte. No Brasil, os modelos seguintes foram lançados em 2002, 2008, 2014 e 2019, respectivamente. Neste ano, chegou a configuração Cross, com carroceria do tipo SUV.

10. Honda Civic

Concorrente tradicional do Toyota Corolla, o Honda Civic tem uma trajetória um pouco mais recente, mas também bastante extensa. Tudo começou em 1972, com o nascimento do primogênito da família. Exatamente duas décadas depois, em 1992, o modelo desembarcou por aqui como importado, quando já estava na quinta geração.

A nacionalização ocorreu em 1997, quando a gama já havia sido reprojetada outra vez. Novas gerações vieram em 2001, 2006, 2011 e 2015, na ordem. No exterior, o modelo já está na décima primeira linhagem, mas a Honda deve encerrar a produção no Brasil para focar nos carros das gamas City e HR-V.

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12 Comentários
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Eduardo 19 de outubro de 2021

E aquele corola 4 olhos?

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Polvo 18 de outubro de 2021

Lindo esse Dodge Dart de 1960.

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Rodrigo MARTINIANO 17 de outubro de 2021

Eu gostaria de ressaltar a minha ‘Brasilinha’ branca 1800, comando P3, carburadores (dois WEBER ’40’, espetaculares então!), ‘catraca’ em dois dentes descendentes na frente, painel CRONOMAC completíssimo, para-brisas degradée, interior todo preto, e que ‘ralou’ um Passat TS entre BH e RJ, a ponto de o cara do Passat ficar ‘pau-da-vida’ comigo e com minha namorada, hoje minha querida mulherzinha, Professora Simone! Temos foto da ‘Brasilinha’, parados num posto, justamente a caminho do RJ.
Olha: eram ótimos tempos!
A VW me vedeu um up! muito bom, que tem muita potência, mais que a ‘Brasilinha’, porém nunca o ronco forte dois dois carburadores WEBER ‘engolindo mistura’ e alegrando a gente!
E TORQUE, NÉ!
UM 1800 VW ‘COMANDADO’ falava alto até com Dodge!
Claro, era um diabo-que-o-carregue, MAS QUE É QUE SE IMPORTA!
Se o amigo Boris permitir, fica a música daquela época, inclusive das “SEIS PISTAS”…
Aí vai: DIRE STRAITS – – – Wild West End – – –
ALGUÉM LEMBRA DAS “SEIS PISTAS”?
Abraços,
Rodrigo do Passat azul, já em 1988…

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Rodrigo MARTINIANO 17 de outubro de 2021

O Boris: não precisa publicar, OBVIAMENTE! A mulherzinha gosta de correr de carro, tem um VOYAGE HIGHLINE COMPLETÍSSIMO e turbo (feito por mim). ELA DISSE QUE A GENTE TA VELHO D+ PARA CORRER DE CARRO POR AÍ…

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Rodolfo 17 de outubro de 2021

Meu vizinho tinha uma Puma GTE azul… isso era no final da década de 80. Até hoje tenho vontade de ter uma. Imagine uma dessas com a mecânica da sua Brasileia ou quem sabe com o kit 2.300 cc.

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Rodrigo MARTINIANO 17 de outubro de 2021

Rodolfo: além do KIT MAHLE 1800, na época existiam outros, por exemplo o VICSA 2000, bem como uma série de preparos alternativos. Por contra-exemplo, e embora DESINDICADO pelo mecânico-chefe da oficina onde trabalhei, quando estudante de Engenharia, por dupla carburação em motores VW a ar de coletor simples (ALIÁS, ENTRADA SIMPLES NO CABEÇOTE) era MANCADA! iMPRSCINDÍVEL O COLETOR DUPLO E OS CABEÇOTES COM DUPLA ENTRADA,, que ‘enxergavam’ (‘enxergam’) as velas-de-ignição.
No KIT MAHLE 1800 era obrigatório trocar os cabeçotes de entrada simples (UM FURO) por outros de entrada dupla (DOIS FUROS), sob pena de o KIT não instalar corretamente, e, como não existia PROCON, após comprado o KIT é que a MAHLE lhe avisaria sobre o cabeçote, pois o KIT SIMPLESMENTE NÃO ‘MONTAVA’.
Eu ‘apanhei’ de um Fuscão 1500 ’72, por contrariar meu querido mecânico, o Vando Floriano, e instalar dupla-carburação no referido VW-1500.
Por oportuno, o chamado ‘KITÃO 2000 VICSA’ nada tinha de restrições aos furos únicos dos motores VW.
ALIÁS, NEM MESMO A VOLKSWAGEN TEVE, lançando carros duplo-carburados, justamente – convenha que nada a ver – a álcool, com o álcool.
MAS, ESTAVA ‘QUEIMADO’ O MOTOR VW-ÁLCOOL TWIN!
Logo a seguir, se me permite, meu pai teve um Fusca 1600 ÁLCOOL, aí sim evoluído!
SÓ POSSO DECLARAR, DEVO DECLARAR, ERA UM Fusca cinzento rápido, MUITO RÁPIDO!
Eu tive um Opala, um Dodge Dart 4 (quatro marchas / ERA DO VELHO), e um Puma (ERA DE MEU IRMÃO).

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Rodolfo 17 de outubro de 2021

Rodrigo,
Muito obrigado pelas dicas do motor 1.800 e 2.000 cc.
Abraços

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Rodrigo MARTINIANO 17 de outubro de 2021

Rodolfo,
Por nada, e eu tenho um ami em minha terra natal, Ponte Nova – MG, onde sobre de meu primo aiinda roda um FUSCÃO 1500, o ótimo carro que tive, a
o *c daki n\o ajud\………………

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Rodolfo 18 de outubro de 2021

“Rodolfo,
Por nada, e eu tenho um ami em minha terra natal, Ponte Nova – MG, onde sobre de meu primo aiinda roda um FUSCÃO 1500, o ótimo carro que tive, a
o *c daki n\o ajud\………………”
Seu fusca devia ser muito bonito. E eu tive um Gol GL 1.8AP ano 1990 que estava na família desde 1996 e rodava com ele e inclusive viajava, por ano rodava uns 5000 km, ia colocar placa preta, mas por pressão da família tive que vendê-lo em 2019 com 29 anos de uso e 242.000 km.

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Roberto de Carvalho 20 de outubro de 2021

Em 1976 tive a oportunidade de guiar um Puma gt 69 com motor 2.3 ,dois carburadores duplos Mazola 40mm ,ignição por magneto e cárter seco. O carro era uma fera tinha um desempenho que realmente era muito violento e inspirava cuidados pois os freios eram a tambor nas quatro rodas .Motores a ar trabalhados geram bastante potência e a despeito que muitos não ficam assim tão frágeis.

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ivan 17 de outubro de 2021

faltou o toyota corolla com farol redondo que não deu certo por aqui.

AutoPapo
Alexandre Carneiro 18 de outubro de 2021

Olá, Ivan!
Caro, consideramos que o Corolla teve diferentes gerações somente quando foi completamente reprojetado. E esse não é o caso da configuração que você citou: trata-se da geração identificada pelo código E110, que se tornou nacional em 1998, porém já com uma reestilização que alterou o formato de grade e faróis.
Abraço!

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