Autopeças falsificadas colocam em risco a vida de ocupantes

Por ano, as peças automobilísticas de origem duvidosa geram um prejuízo de R$ 3 bilhões para o Brasil; o maior problema, no entanto, é insegurança

Várias peças de carros reunidas em uma imagem shutterstock
Por Laurie Andrade
Publicado em 19/07/2018 às 18h35
Atualizado em 03/10/2019 às 19h09

No mundo, a falsificação de peças automotivas gera um prejuízo de U$ 12 bilhões (R$ 46 bilhões 295 mil, em conversão direta), segundo estimativa da Comissão Federal de Comércio (Federal Trade Commission, com sede nos EUA). Apenas no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira do Combate à Falsificação (ABCF), R$ 3 bilhões em arrecadação são perdidos anualmente em razão das autopeças falsificadas.

O setor automobilístico só perde para os cigarros. As autopeças sem procedência são mais baratas, cerca de 30%, afirma a ABCF. A economia, no entanto, não vale a pena, já que coloca em risco a vida de motoristas, passageiros e terceiros.

A maior parte (60%) das autopeças falsificadas chegam ao Brasil pelo Paraguai ou direto da China. Ainda segundo a Associação, os profissionais do ramo das oficinas mecânicas conseguem perceber que a peça não é original, mas optam por usá-las em razão do baixo custo.

“Com cadeias produtivas mais globais e complexas, até mesmo as fabricantes podem não estar cientes que componentes do carro não atendem especificações de engenharia e outras normas no produto final,” diz Rod Jones, gerente de investigação da Underwriters Laboratories (UL), empresa que inspeciona e certifica fabricantes de acordo com as normas do Inmetro e Anatel.

Materiais, rótulos falsificados e o uso errado de marcas registradas são algumas das estratégias utilizadas pelos criminosos para fazer com que suas peças entrem no mercado. Globalmente, O Departamento Americano de Comércio estima que produtos falsificados respondam por 5% a 7% do comércio mundial.

“Além do impacto financeiro, produtos falsificados também podem machucar pessoas. Componentes de má qualidade, como velas de ignição que superaquecem, colocam os motoristas e quem mais estiver no carro em risco. E claro, caso essa peça venha de fábrica pode acabar com a reputação da fabricante em questão”, explica a assessoria da UL.

COMO EVITAR A Associação Nacional das Fabricantes de Autopeças (Anfape), por meio do diretor-executivo, Roberto Monteiro, explica que é importante pedir que o mecânico devolva a peça retirada do carro e apresente a que será utilizada: “Dessa forma, o consumidor terá certeza da procedência da nova peça e não se surpreenderá em eventuais circunstâncias desagradáveis”.

Outro medida importante é solicitar um orçamento dividido entre mão de obra e peças. O consumidor pode, também, solicitar o valor do serviço com a utilização de peças originais e também com as peças similares, aquelas de marca própria, disponibilizadas pelo mercado independente mas com selo do Inmetro.

No Brasil, R$ 3 bilhões são perdidos por ano em razão das autopeças falsificadas. Saiba como evitar o uso dos componentes que colocam a vida em risco.

Como diferenciar as peças do mercado de reposição:

  • Autopeças similares: são reconhecidas no mercado em que atuam, possuem a devida identificação de procedência, ou seja, a própria marca, e dão garantia. São aquelas produzidas pelas empresas independentes, encontradas nos varejos, ou seja, nas lojas de autopeças.
  • Autopeças originais: produzidas pelos mesmos fornecedores das montadoras.
  • Autopeças falsificadas: são fruto utilização indevida de marcas alheias ou de contrabando (entram no país sem o recolhimento de impostos). Não oferecem garantia de procedência nem passam por testes para serem certificadas.
  • Autopeças usadas: são demandadas de atividades de desmanche.

As definições acima foram disponibilizadas pela Anfape.

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