Bolsonaro é refutado em estudo técnico de radares
Falas do presidente sobre a anulação de radares de velocidade, proferidas nas redes sociais, foram contrariadas por um estudo técnico do Dnit
Por AutoPapo 08/05/19 às 21h00Falas do presidente sobre a anulação de radares de velocidade, proferidas nas redes sociais, foram contrariadas por um estudo técnico do Dnit
Por AutoPapo 08/05/19 às 21h00Um estudo técnico do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) contradiz falas de Jair Bolsonaro de anular radares. A visão do presidente foi emitida em vídeos no Facebook e postagens no Twitter, em março. Segundo técnicos, número de lombadas eletrônicas deve aumentar, reportou a Folha de São Paulo.
Nos tweets de Bolsonaro, ele disse que não seriam instalados mais radares de velocidade nas rodovias federais. O presidente também afirmou que os que já existiam não seriam mais atualizados e deixariam de funcionar no futuro.
“Após revelação do @MInfraestrutura de pedidos prontos de mais de 8.000 novos radares eletrônicos na rodovias federais do país, determinei de imediato o cancelamento de suas instalações. Sabemos que a grande maioria destes têm o único intuito de retomo financeiro ao estado”, escreveu o presidente.
Agora, um levantamento do Dnit feito em abril e revelado em matéria da Folha de São Paulo, afirma o contrário. De acordo com o estudo, 8.031 faixas de trânsito precisam de novos radares de velocidade.
Atualmente, 265 aparelhos monitoram 560 faixas nas rodovias federais do país. Por enquanto, o departamento já autorizou a instalação de 516 novos radares de velocidade, apesar das falas de Bolsonaro.
O presidente já havia sido refutado antes. Dez dias depois de Bolsonaro afirmar que cancelaria a instalação de radares, uma juíza determinou contra a decisão. Diana Wanderlei, da 5ª Vara Federal em Brasília, definiu que a União deveria manter os radares em funcionamento.
Além disso, a magistrada também determinou que novos radares deveriam ser instalados, e contratos com fornecedores, renovados.
“Advirto à parte ré da necessidade da conclusão de estudos técnicos realizados, a demonstração de planejamento de efetiva implementação de políticas públicas que sejam melhores do que as até então vigentes, quanto à utilização dos medidores de velocidade, em especial, em vista à diminuição da mortalidade causada por acidentes nas rodovias federais do Brasil”, argumentou Diana Wanderlei.
A magistrada respondia, então, a uma ação popular contra as falas do presidente. Agora, o estudo do Dnit termina de esclarecer a questão, e deve servir como base para as futuras decisões. Os dados foram apresentados à administração durante uma audiência que, além do Dnit, contou a Advocacia-Geral da União e o Ministério da Infraestrutura.
Em uma proposta de conciliação, foi sugerido que ao menos 30% das 8.031 faixas desprotegidas recebam novos radares. A meta deve ser concluída em até 60 dias. O governo tem até sexta-feira (10) para examinar as informações e se posicionar.
Enquanto isso, especialistas afirmam que as estatísticas brasileiras escondem um cenário ainda pior do que apontam. A razão é que, por aqui, só são consideradas mortes decorrentes de acidentes que ocorrem imediatamente.
Em outros países, uma vítima pode ser levada para um hospital e morrer posteriormente, por consequência de suas lesões. Em alguns casos, chegam a ser contabilizados óbitos que ocorrem até um ano após o acidente.
O levantamento do Dnit também mostrou que, em São Paulo, 35 trechos críticos estão sem monitoramento; no Rio de Janeiro, são 106 trechos críticos, e em Minas Gerais, 488.
Discordo da matéria da folha, nao precisa de mais radares nas rodovias, isso só mais uma forma de arrecadar dinheiro, simples assim.