Carro é para servir, não para ser servido: não seja um escravo dele

Alguns motoristas colocam muitas regras e limitações no uso de seus carros e não fazem com eles o essencial para um entusiasta: se divertir

mulher abracando carro novo
Seja um apaixonado pelo seu carro, mas não crie uma relação abusiva (Foto: Shutterstock)
Por Felipe Boutros
Publicado em 18/06/2023 às 17h11

O assunto quente no setor automotivo é o carro popular, mas muitos colegas muito bons de serviço já falaram desse assunto com muita propriedade. Então eu, humildemente, vou abordar outra pauta aqui para os meus três leitores.

Há alguns dias, participei da expedição chamada “Jeep Destinos”, pela chamada Rotas das Emoções – do Delta do Parnaíba (PI) a Jericoacara (CE). Nela, rodamos por cerca de 300 km em muitas dunas em carros 4×4 da marca feitos no Brasil (Commander, Compass e Renegade) sem qualquer modificação mecânica – apenas os pneus foram levemente esvaziados para 20 libras, para aumentar a capacidade de tração na areia fofa, uma técnica conhecida de off-road.

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Mas enfim, voltando ao tema da coluna, além de experimente a capacidade fora-de-estrada destes modelos, que a maioria dos consumidores só usa na cidade, eu pensei muito em como um carro pode ser um elemento de integração familiar ou de amigos.

Conversando com o meu amigo, o maior segredeiro do Brasil, o jornalista Marlos Ney Vida, do Autos Segredos, que concluímos como tem pessoas que são “escravos” de seus carros: eles servem, não são servidos. Claro que tem que cuidar, afinal, estamos falando de um patrimônio, muitas vezes, de uma centena ou mais de reais. Mas até que ponto vale a pena?

jeep compass em trilha rota das emocoes
Rota das Emoções: muita areia no caminho

Não quero dar pitaco

“Ah pronto, agora o jornalista quer falar como eu devo ou não cuidar do meu carro e usá-lo”.

Quem sou eu, camarada… Eu o estou convidando para uma reflexão.

Me lembrei do pai de um amigo meu que forrava o enconsto de braço do carro dele com uma toalhinha. Legal, né, ajudar a preservar a foração original. Mas esse amigo meu questionou o pai dele:

” Se você não ficar com esse carro para sempre, quer dizer só que você está cuidando para o próximo dono curtir, né?”

Isso aí colocou um “triplex na minha cabeça”. Qual o propósito de não curtir o seu carro em todos os pequenos detalhes? Eu ficava zoando o meu amigo Alexandre Carneiro, do Vrum, quando ele tinha um Focus 2.0 Duratec, o MK1 ainda, com a película que vem de fábricacobrindo o som e ele respondia com satisfação que era um “Zé Frisinho”. O que aconteceu? Vendeu o carro também com o visor do rádio imaculado.

Lavar o carro no fim de semana é curtição? Claro que é! Vai lá nos cantinhos onde o lava-jato não se preocupa. Às vezes envolve algum amigo ou familiar… Reforço que não estou incentivando o descuido com o seu carro.

Mas não deixe de curtí-lo! Viaje, aproveite. Sujou? Hoje tem muitas empresas que deixam os carros como novos. Faça passeios longos. Tem um 4×4, coloque na trilha, entre em grupos de amantes do off-road. Use o seu carro como um instrumento de diversão, não seja um refém dele.

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2 Comentários
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IVAN VASCONCELLOS 19 de junho de 2023

Felipe, se você acha que tem três leitores, se enganou. Tem pelo menos quatro 😉 Gosto dos seus artigos, são isentos, concisos e diretos.
Mas voltando ao tema, ainda tem aquele amigo que diz.”Você comprou esse carro? Vai perder dinheiro na revenda!”
Ora, se me agrada dirigir o carro, se me agrada o visual, se está dentro das minhas possibilidades financeiras, é razoável deixar de comprar apenas pela possível desvalorização e que nem sempre se concretiza?
E eu respondo. Comprei porque gosto dele, atende a todas as minhas exigências e além do mais, não sou revendedor de carros pra ficar me preocupando com isso!
Resumindo, um carro além de tudo o que você já comentou deve cumprir também a tarefa de te fazer feliz, né?

AutoPapo
Felipe Boutros 19 de junho de 2023

Olá, Ivan! Muito obrigado pelo seu feedback!
E sobre a escolha do seu carro, suas palavras são precisas! Perfeita a sua observação.
Grande abraço

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