Carros chineses em 2022: o que vem para o Brasil?

Veja os lançamentos de marcas já conhecidas dos consumidores e de outras que vão estrear no ano que vem no mercado brasileiro

byd han frente
BYD Han: dois motores elétricos e mais de 400 cv de potência (Fotos: Divulgação)
Por Fernando Miragaya
Especial para o AutoPapo
Publicado em 15/11/2021 às 12h19

Os carros chineses botaram as asinhas de fora para valer. Depois de um início tenebroso no fim dos anos 2000, com carros de baixa qualidade, os fabricantes de lá aprenderam a lição e começaram a vender carros com motores melhores, mais bem equipados e seguros, com boa dose de tecnologia – e com direito até a uma bela leva de elétricos.

O ano novo que se aproxima reserva muitas novidades de marcas de origem ou com projetos da China. Entre os carros chineses de 2022, tem fabricantes que debutam no Brasil, modelos conhecidos remodelados, veículos elétricos e até marca de luxo.

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BYD Tan

byd tan 2

O SUV elétrico vai marcar a retomada da venda de carros de passeio da BYD no país. O modelo será apresentado à imprensa no fim deste mês de novembro, mas sua estreia comercial se dará em março, com pré-venda iniciada entre janeiro e fevereiro de 2022. O utilitário é pouca coisa maior que um Toyota SW4: tem 4,87 m de comprimento, 1,95 m de largura, 1,72 m de altura e 2,82 m de entre-eixos.

A proposta é atuar no segmento premium. O Tan terá preço na casa dos R$ 500 mil, e apostará em cabine sofisticada e lista de equipamentos farta, com direito a itens de auxílio ao motorista, como piloto automático adaptativo, frenagem autônoma, assistente ativo de faixa, entre outros.

O conjunto tentará fazer jus ao investimento. O Tan usa dois motores elétricos, um em cada eixo, com potência total de 516 cv, torque máximo combinado de 67 kgfm, 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e velocidade máxima de 180 km/h

A autonomia é de 500 km pelo ciclo NDEC (europeu) e na pré-venda será oferecido com carregador do tipo Wallbox, com tempo de recarga de cerca de 10 horas.

Uma curiosidade. Na Ásia, o SUV elétrico de luxo se escreve Tang, nome de uma importante dinastia da civilização chinesa. No Brasil, a filial vai abolir o “gê” A alegação oficial, segundo fontes, será a de que fala-se “Tã” em mandarim, e o “g” criaria confusão. Mas o pessoal também quer evitar piadinhas com o nome do famoso refresco em pó.

BYD Han

byd han

A BYD dará sequência a sua ofensiva de carros de passeio elétricos com um sedã médio-grande, que tem lançamento previsto para entre abril e junho de 2022. Também terá proposta premium, com preços por volta dos R$ 480 mil, muitos equipamentos, tração integral e dois motores elétricos com potência combinada de mais de 400 cv e torque acima dos 60 kgfm.

No desempenho, o 0 a 100 km/h fica em 3,9 segundos, enquanto a máxima chega a 185 km/h. No tamanho, o Han (nome de outra dinastia chinesa) se assemelha ao porte do falecido Ford Fusion. São 4,98 metros de comprimento e 2,92 m de entre-eixos.

Caoa Chery Tiggo 5x

caoa chery tiggo 5x 2022

A marca sino-brasileira é uma das que prepara muitos carros chineses para 2022. Entre eles, a remodelação do Tiggo 5x, SUV compacto que disputa vendas no topo da categoria, com versões do Honda HR-V e do Volkswagen T-Cross. O modelo já mudou na China e chegará renovado aqui no início do ano que vem.

O SUV passará por mudanças no desenho e na cabine. Na dianteira, ganhará faróis mais esticados e a grade hexagonal ficará maior e adotará pequenos nichos cromados. Na traseira, uma barra vai interligar as lanternas (que não mudam) e o nome da marca aparecerá por extenso no lugar do símbolo da empresa.

Na cabine, promessa de mudança de revestimentos do painel frontal e da forração das portas. O SUV vai receber nova central multimídia com tela de 7” e quadro de instrumentos 100% eletrônico em um display de mais de 10”.

O motor será o mesmo 1.5 turbo, mas a caixa de dupla embreagem – uma derivação da questionada transmissão Ford Powershift – dará lugar ao câmbio CVT com nove marchas virtuais, que vem sendo adotado sistematicamente na linha Caoa Chery brasileira (vide Arrizo 5, Arrizo 6 e o Tiggo 3x).

Caoa Chery Tiggo 7 Pro

caoa chery tiggo7 pro

Outro que vai passar por uma profunda remodelação é o Tiggo 7. Se no irmão menor a grade hexagonal ganha nichos cromados deitados, aqui os filetes internos da entrada de ar serão verticais. Os faróis terão forma de asa, com base reta pontuada por um filete de LEDs com a função de luzes diurnas.

O para-choque também muda, assim como os faróis auxiliares. Eles ficarão em um acabamento vertical e com lentes bipartidas, como se formassem degraus. Na traseira, lanternas com seções remodeladas e unidas por uma barra, além de para-choque redesenhados.

No conjunto mecânico, a Caoa Chery vai manter o motor 1.5 turbo de 150/147 cv, mas o Tiggo 7 é outro que vai adotar a transmissão continuamente variável (CVT), com sete marchas simuladas.

Caoa Chery Tiggo 8 Pro

caoa chery tiggo 8 pro

O maior e mais sofisticado SUV da marca será um dos primeiros carros chineses de 2022 a serem lançados. Esta reestilização do Tiggo 8, contudo, não mata o atual SUV médio, lançado no segundo semestre do ano passado. O novo e o “velho” conviverão numa boa nas concessionárias da Caoa Chery.

Chamado de Tiggo 8 Pro, o SUV adotará o design já aplicado na China, com grade maior e nichos que dão um efeito 3D – e onde a marca da Chery parece flutuar. Os faróis terão cortes mais definidos em um estilo mais “Toyota/Honda” de ser.

Além disso, o Tiggo 8 Pro virá mais equipado para se posicionar entre o irmão sem plástica e o Exeed LX, do qual falaremos mais adiante. O motor, contudo, será o mesmo para o trio: 1.6 turbo com injeção direta, 187 cv e 28 kgfm. Aqui, o câmbio automatizado de dupla embreagem banhado a óleo e com sete marchas pode ser mantido.

Caoa Exeed LX

caoa exeed lx 2022

A marca de luxo da Chery terá seu primeiro modelo vendido por aqui entre os carros chineses de 2022. O SUV será produzido em Anápolis (GO) sobre a base do Tiggo 7, só que em um patamar acima em termos de design, acabamento e equipamentos.

Na cabine, já é possível notar que o Exeed quer brigar com marcas premium. O painel trará duas telas integradas, de 12,3” cada, uma com o quadro de instrumentos eletrônico e outra com a central multimídia – em um esquema que remete ao sistema MBUX da Mercedes-Benz.

O controle do ar-condicionado automático bizona é do tipo soft touch, já visto em modelos da Land Rover. Já o câmbio automático é operado por uma pequena tecla no console central, que é bastante elevado. O revestimento dos bancos terá opções de cores e aquecimento na frente. Equipamentos de condução semiautônoma também farão parte do pacote do Exeed LX.

JAC e-J7

jac e j7 3

Depois da renovação de sua linha de SUVs elétricos, a chinesa abriu a pré-venda do e-J7 (conhecido em outros mercados como iC5). O sedã médio elétrico já pode ser reservado por R$ 259.900, mas será lançado oficialmente em janeiro e as primeiras unidades só serão entregues em março de 2022.

Fruto de uma parceria com a Volkswagen na China, o carro chinês é empurrado por um motor de 192 cv e 34,6 kgfm de torque. A JAC Motors fala em autonomia de 402 km e acredita que o e-J7 vai peitar sedãs premium a combustão, como Audi A5 Sportback Prestige Plus e BMW 320i GP.

Great Wall Poer

great wall poer

A Great Wall é outra marca a estrear seus modelos de carro chinês no Brasil em 2022. A maior montadora do país asiático comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) e vai começar os trabalhos em meados do ano que vem.

Bom explicar primeiro que a Great Wall tem diversos braços e marcas, para cada um dos segmentos em que atua. Por aqui, um dos primeiros veículos será a picape da gama Poer. Trata-se de um modelo de porte médio para brigar com Toyota Hilux e cia

Na China, a Poer é negociada com dois motores a combustão. Um 2.0 turbo a gasolina de 190 cv e 36,7 kgfm e outro turbodiesel de 163 cv e 40,8 kgfm – há ainda uma opção elétrica de 200 cv. O câmbio é sempre automático de oito marchas, a tração pode ser 4×2 ou 4×4 e a capacidade de carga passa de 1 tonelada.

Great Wall Haval H6

great wall havak h6

A gigante chinesa também vai começar atacando outro segmento que cresce e tem margens boas, o de SUVs médios. O H6 – da Haval, a divisão de utilitários esportivos da Great Wall – será apresentado no segundo semestre de 2022 de olho em Jeep Compass, Volkswagen Taos e Toyota Corolla Cross.

O SUV acabou de ser remodelado na China. O carro chinês mede 4,61 metros no comprimento e 2,69 metros no entre-eixos, e tem até uma variante Coupé, com linha de cintura estendida e vidro espia depois da porta traseira.

Great Wall Wey Macchiato

great wall wey macchiato

A Wey é a marca de luxo da Great Wall que vai querer concorrer no Brasil com modelos de marcas premium e, claro, bater de frente com a Exeed da Caoa Chery. O Macchiatto já foi registrado pela montadora no INPI e seria uma espécie de vitrine tecnológica da empresa no mercado nacional.

O SUV de luxo é produzido na China sobre a arquitetura modular DHT híbrida, a mesma do Haval H6. Lá, o modelo combina motor 1.5 aspirado de 102 cv a um elétrico de 136 cv – no total, são 192 cv e 25,5 kgfm. Chegará só no fim de 2022.

Carro chinês: você já tem um e não sabe? Boris Feldman comenta. Veja o vídeo:

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16 Comentários
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Carlos Wenceslau 1 de fevereiro de 2022

A vida dos Chineses (tem novos chegando por ai) só traz benefícios para nós, consumidores brasileiros. Eles trazem novas tecnologias e sofisticação que os alemães, americanos, italianos e franceses não se preocupam em nos dar… já os orientais com mais tempo aqui no Brasil, capricham mas cobram alto demais. Não gosta dos carros chineses? Duvida da qualidade? Tudo bem, mas saiba que eles vão te ajudar, pois a concorrência será dura daqui pra frente e o povo não é besta, pois eles oferecem sim, MAIS por MENOS!

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Hélcio B Silva 24 de novembro de 2021

Vem coisas boas da China, inclusive carros, mas vem tanta coisa ruim, que o termo “Made in China” assusta. Empresários sem escrúpulos, de lá e de cá, se unem e mandam para o Brasil lotes defeituosos, que seriam descartados. Como poucos consumidores prejudicados guardaram as notas fiscais, o prejuízo é certo e o lucro deles enorme! Enquanto uma bateria de celular pode ser recarregada milhares de vezes, outros produtos chineses aceitam 3, 4 ou cinco recargas. É lixo demais para nosso pobre e sofrido meio ambiente. Os chineses teriam um mercado maior e melhor se controlassem a qualidade do que sai de seus portos.

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RICARDO MILLEI 21 de novembro de 2021

Nada de Chines. Tudo q vem da China devia ser descartado ou proibido aqui. Nossa carne p eles nao e ruim? Os carros deles sao piores q qq coisa movel. Nao me surpreenderia um deles se incendiar explodir devido a componentes de qualidade duvidosa

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Carlos Alberto Meirelles 19 de novembro de 2021

Torcendo para que venham muitos carros ELÉTRICOS chineses.

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Hélcio B Silva 24 de novembro de 2021

Vem sim, mas aos poucos. Os fabricantes chineses colocam tudo que podem em acessórios para atrair o consumidor, e nossos dirigentes colocam tudo que podem em impostos sobre importados.

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Zéee 18 de novembro de 2021

Não tenho 500 mil para comprar um carro, mas se tivesse NUNCA compraria um chinês. Por muito menos disso, compraria um Volvo XC60 e tenho certeza que estaria muito mais seguro.

AutoPapo
AutoPapo 18 de novembro de 2021

Olá, Zéee. Tudo bem? Você sabia que, hoje, a Volvo é controlada pela Geely, uma montadora chinesa?

Obrigado e abraço

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Antonio de Souza 17 de novembro de 2021

Só bomba! Nenhum presta

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Ney Verdandi 17 de novembro de 2021

Hoje um acidente fatal na cidade de Santos-SP, o condutor de um Tiggo 8, perdeu o controle do veículo, atingiu a guia e um poste de sinalização da ciclovia, ficando com o veículo tombado lateralmente. Como o carro estava com avaria de pequena monta, fui ver de perto. O impacto foi no para lamas do lado do motorista e na mesma roda, que sequer desprendeu. O condutor morreu por falta de acionamento dos airbags, tendo o tórax atingido o volante e a cabeça o para-brisas, que chegou a estufar para fora. Basta assistirem o crash test do Tiggo 8, aqui mesmo e tirarem suas conclusões.

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Antônio Carlos 15 de novembro de 2021

China, vem com toda tecnologia, para desbancar essas montadoras que a anos mantiveram o monopólio deste mercado. Apresentem o que tem de melhor da tecnologia automotiva chinesa!!! Estamos igual ao Cristo. De braços abertos esperando por vocês!!!

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Sir.Alves 18 de novembro de 2021

China! Mostre como toda essa ‘tecnologia não durável’ dá problema na hora que o motorista mais precisa…

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jorge luis bogdanov kussarev 15 de novembro de 2021

Mas…
Já combinaram com os russos ?
Esse negócio de marca desconhecida chegar por aqui e querer bancar produto premium…
Quem tem $ não vai querer gastá-lo com um aventureiro e depois ficar a ver navios, com carro sem peças, sem assistência ou sem confiança para o próximo dono do carro,quando for vender…
Eu sinceramente não sei. Além do quê, SUV tem tudo a mesma cara, um mais caro que o outro !

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Sir.Alves 18 de novembro de 2021

Pois é amigo, Deixa os aventureiros comprarem e depois no pós-venda verem o péssimo negocio que fizeram, brasileiro só apreende com os próprios erros, e não com os dos outros… lembro de um amigo comprou um JAC zero na época do auge da JAC, e estava bombando no mercado… isso há alguns anos.. vendeu o carro de raiva, perdendo horrores e foi pra Toyota e nunca quer ouvir falar de carro de marca oriunda da China…

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Francisco jr 21 de novembro de 2021

Pois é vc e um mal informado quando chegou a jac ninguém queria pois hoje todos querem o tigo que também é de marca chinês.
O problema é que brasileiro igual a vc fica lambendo saco de indústrias que nem se interessam pelo Brasil

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Toni Gomes 21 de novembro de 2021

Já tive o Tiggo 1, e até hoje somente tenho boas lembranças daquele carro.
Problema de alguns brasileiros, é que não aceitam a superioridade da China, em relação aos americanos, etc.
A grana e o gosto é seu…. Compra quem quer.

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alvaro da rocha macedo filho 21 de novembro de 2021

Tive um lifan 340 por 10 anos. Comprei zero e vendi com 60mil km . Tinha um BMW para viajar o Lifan para trabalhar. Nunca tive qualquer problema com o carro. Tudo funcionava perfeitamente. Custo X benefício perfeito

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