Conheça 5 carros sem graça, mas com bom motor

Equilíbrio é tudo na vida e nos carros; algumas vezes os fabricantes exageram e fazem modelos com motor que excede as capacidades ou proposta do carro

toyota camry xle azul claro parado perto de gramado visto de cima
Parece um carro de vovô, mas anda muito (Foto: Toyota | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 14/05/2022 às 10h08

Em nosso trabalho de avaliar carros aqui no AutoPapo, precisamos analisar o conjunto todo. Porém, muitas vezes, algum ponto se destaca mais que outros: o acerto de suspensão é muito bom, mas falta motor. O carro é confortável, mas não possui “mimos”. Um item que sempre damos atenção é o motor, pois ele é o “coração” do carro.

O propulsor precisa ser condizente com a proposta do veículo, não apenas nos números de potência e torque como também na forma que eles são entregues. Para um esportivo, não é problema precisar de altas rotações para encontrar a potência máxima; já um SUV familiar precisa ter um bom torque para tirar o peso maior da inércia.

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Mas os fabricantes não podem criar um motor específico para cada carro, e acabam usando o que tem disponível. Isso acaba criando algumas combinações exóticas, como foi o Renault Captur que foi lançado com um 1.6 subdimensionado para o seu peso e o antigo 2.0 com câmbio automático de quatro marchas que proporcionava desempenho similar ao 1.6.

Mas e quando o motor supera as capacidades do carro? Essa lista é sobre isso. Separamos alguns carro relativamente sem sal e com motores que seriam melhores aproveitados em outro modelo.

1. Honda HR-V Touring 1.5 turbo

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Motor forte e escapamento duplo fazem parecer que o HR-V Touring é esportivo, mas o acerto era confortável (Foto: Honda | Divulgação)

O Honda HR-V fez sucesso no Brasil por oferecer um bom espaço interno, as soluções modulares do Fit e a fama de confiável da marca. Mas a experiência de dirigir o SUV não é envolvente como a de um Civic, por exemplo. O HR-V prima pelo conforto.

Sua versão topo de linha, a Touring, recebeu o motor 1.5 turbo de 173 cv em 2019. Esse motor é o mesmo que era usado no Civic topo de linha que levava o mesmo sobrenome. O salto em desempenho foi enorme, deixando quase todos os concorrentes comendo poeira – exceto o Citroën C4 Cactus THP.

Mas o acerto do chassi continuou o mesmo, voltado para quem prioriza uma tocada mais tranquila. O preço também era salgado, já que o motor vinha importado. O modelo pareceu interessante para quem pretendia blindar o carro, já que com o motor mais forte o ganho de peso não afetaria o desempenho.

2. Fiat Linea T-Jet

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Seria o Linea T-Jet para o pai de família que queria um esportivo mas não pode deixar as responsabilidades de lado? (Foto: Fiat | Divulgação)

A estratégia da Fiat com o Linea na época do lançamento foi ousada: ela tentou colocar o sedã derivado do compacto Punto como um concorrente de médios. E para chamar atenção, colocou equipamentos inéditos no país como o navegador GPS integrado, um clube para os proprietários e o acabamento em bege no interior das versões de topo.

O motor 1.9 16v já entregava desempenho similar ao dos sedãs médios, mas a Fiat foi além e ofereceu o 1.4 turbo com câmbio manual. Esse conjunto chegou no sedã antes de equipar o Punto, e trazia junto um acerto mais firme de suspensão. Isso contrastava com o interior de acabamento claro e toda a proposta de conforto do carro.

Uma vantagem do Linea T-Jet hoje é ser mais fácil de encontrar um usado bem conservado. O Punto T-Jet com sua decoração esportiva, cores fortes e porte menor atrai quem quer gosta de preparação ou dirige de forma mais agressiva.

3. Renault Duster TCE

Dentre os SUV compactos atuais, o Renault Duster é o que mais se assemelha a um SUV tradicional – aquele com chassi separado da carroceria – e na posição de dirigir. Sentado ao volante do carro você realmente se sente em um utilitário. Mas a sua condução não traz nada de esportividade.

O motor 1.3 turbo TCE veio para suceder o antigo 2.0, e foi uma adoção bem vinda pois o 1.6 aspirado sentia o peso do veículo. Ao dirigir o Duster mais potente, a sensação é de que o motor “sobra”, pois o desempenho em acelerações e retomadas é muito bom.

Nos países vizinhos, o Duster é oferecido com esse motor turbo aliado a um câmbio manual de seis marchas e tração integral. Com isso a proposta do carro muda, já que o torque do motor aliado a tração integral fazem dele um SUV valente nas trilhas.

4. Toyota Camry V6

toyota camry xle azul claro parado com montanhas ao fundo
O Camry é um sofázão que acelera rápido, mas seu motor brilha mais nos carros da Lotus (Foto: Toyota | Divulgação)

Existe uma discreta categoria de sedãs grandes de marcas generalistas equipados com motor V6 que oferece uma alternativa menos chamativa aos modelos de marcas premium como Mercedes-Benz e BMW. Hoje a única oferta desse segmento específico é o Hyundai Azera, já que o Honda Accord vem apenas como híbrido.

Uma opção tradicional era o Toyota Camry, sedã que liderou o mercado de carros dos EUA por muitos anos. O fabricante japonês nunca escondeu que os seus sedãs são carros para quem quer conforto, trazendo direção leve e suspensão macia.

Desde a geração lançada em 2006 que o Camry usa o motor V6 2GR, um 3.5 que produzia 284 cv. Na última geração que veio para o Brasil, esse motor rendia 310 cv. Ele é usado até hoje pela Lotus: já equipou o Exige e o Evora, hoje está no Emira.

No Camry o desempenho é forte em linha reta, mas como o carro roda macio e isolado do mundo, a sensação de velocidade é pouco sentida. O Hyundai Azera compartilha dessa característica, mas o Camry chama mais atenção pelo desempenho superior.

5. Ford EcoSport 2.0 com injeção direta

Novo EcoSport Titanium Exterior 26
O 2.0 com injeção direta rendia 176 cv, mas combina melhor com o Focus (Foto: Ford | Divulgação)

A evolução mais expressiva nos SUVs modernos foi no acerto de suspensão. Quem anda em um modelo atual nem imagina que o EcoSport trazia um aviso no quebra-sol sobre o risco de capotamento devido o centro de gravidade alto. Na segunda geração do modelo que inaugurou segmento de SUVs compactos no Brasil,  a estabilidade melhorou, mas estava longe de ser referência.

A última atualização recebida pelo EcoSport foi trocar o motor 1.6 pelo 1.5 tricilindrico Dragon, enquanto o 2.0 Duratec com injeção multiponto foi trocado pela versão de injeção direta já usada pelo Focus. Além disso, o famigerado câmbio PowerShift de dupla embreagem deu lugar a uma tradicional caixa automática com conversor de torque.

O 1.5 Dragon já trazia um bom equilíbrio entre desempenho e consumo para o SUV. Já o 2.0 de 176 cv e 22,5 kgfm parecia um pouco demais para o carro. O conjunto era mais adequado para o Focus, mas o médio morreu sem oferecer o câmbio automático.

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6 Comentários
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Rafael 21 de maio de 2022

Faltou a Chevrolet Equinox 2.0 Turbo de 262cv.

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Usarno 21 de maio de 2022

É sem graça mas está paguinho!!!

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Marco Antonio 19 de maio de 2022

Eu tenho um Fluence Privilege 15/16 desde zero e não consigo me imaginar em outro carro na mesma categoria. Aliás, não vejo similar algum aqui no Brasil.
A Renault parou de fabricá-lo desde 2018 e eu fiquei órfão, pois o Fusion também encerrou e era outro que me agradava.
Sabe informar se existe alguma expectativa do retorno do Fluence???

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Rafael 21 de maio de 2022

O sedã que encaixaria mais próximo do Fluence futuramente, seria o novo Nissan Sentra. Sei que o Sentra atual compartilha muitas coisas com o sedã da marca francesa. O novo Sentra já para estar no Brasil, mas o lançamento do novo Versa, parece ter ofuscado os planos da Nissan com o Sentra.

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Rogerio 16 de maio de 2022

Te que Multar e Preender a Carteira de Motorista do Bolsonaro. Tem Que Respeitar as Leis. Que Exemplo….

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Aldo 15 de maio de 2022

Esse cara é muito ruim. Credo.

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