Colani Truck, a história do caminhão mais estranho do mundo

Alguns designers se tornam famosos por criar verdadeiras obras de artes, seja o visual de um computador, relógio, moto, carro e até mesmo caminhão. Mas se alguns fazem isso, outros se tornam famosos por digamos seguir um caminho diferente, único e até polêmico. E se tem alguém que era “bão demais da conta” em fazer isso, era o Luigi Colani.

Luigi Colani (1928 – 2019), que não era italiano e também nem se chamava Luigi (ele adotou como nome artístico, já que soava melhor que Lutz, seu nome de batismo), foi um designer alemão inovador e polêmico. Ele ficou conhecido pelo seu estilo “biodinâmico”, que apostava em curvas suaves, formas alongadas e arredondadas e em elementos que não eram nada práticos.

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Durante sua carreira, Colani desenhou de carros a computadores. Mas em 1977 ele resolveu fazer a sua leitura pessoal de como seriam os caminhões em 2001, o caminhão do futuro. E o resultado foi o Colani Truck, que também poderia ser chamado de “2001 Freight Train Of The Year”. Era um protótipo com grande foco em aerodinâmica com as suas formas estranhas, fossem elas funcionais ou não.

Colani tinha aerodinâmica de supercarro

O Colani ficou pronto em 1978 e contou com a colaboração de 19 empresas, entre elas a Fiat, que cedeu um chassi, a Pirelli com pneus e rodas e a Fichtel und Sachs, que ficou a cargo de equipamentos hidráulicos. A proposta principal de Colani era criar um caminhão com o coeficiente aerodinâmico (Cx), também chamado de coeficiente de arrasto (Cd) com um valor próximo ou igual a 0,40.

Apenas para comparação, uma Lamborghini Aventador tem 0,38 de Cd. Para chegar a um resultado tão baixo, Colani desenhou um modelo com curvas longas e extremamente suaves. Além disso, deixou a cabine bem próxima ao implemento e usou de carenagens laterais, algo bem comum nos dias de hoje.

Já no posto do motorista, Colani desenvolveu um para-brisa do tipo bolha e um limpador em hélice, o que faz parecer com a logo da Mercedes-Benz. A posição do motorista também era única, já que ele sentava ao centro e tinha uma maior visibilidade (agora sabemos da onde o Tesla tirou essa ideia para o SEMI). E para a segurança, Colani desenhou um sistema em que a cabine recua para trás por meio de trilhos e atuadores hidráulicos absorve parte do impacto, em caso de colisão.

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Ao longo dos anos, algumas unidades foram construídas e com melhorias no seu visual. A segunda versão mesmo conseguiu reduzir o Cx de 0,40 para 0,38, mesmo do Lamborghini. Com isso a sua média de consumo de combustível era de 26,7 Litros a cada 100 km rodados.

Cada modelo era construído usando chassi de algum caminhão. A primeira unidade era Fiat, porém da segunda em diante podiam ser Mercedes-Benz ou DAF (esse mais comum). Duas unidades acabaram ficando famosas, uma por ser transformada em um motorhome de luxo e único. Já a outra unidade se tornou peça publicitária e marketing para uma empresa. Afinal, um caminhão desses chama bastante atenção.

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