Traçado oval e maior velocidade já registrada na F1: curiosidades GP Itália

O autódromo de Monza, palco do GP da Itália de F1, já proporcionou inúmeros momentos importantes para a história do automobilismo mundial

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O traçado oval de Monza tinha uma curva com 30º de inclinação (Imagem: Reprodução)
Por Bernardo Castro
Publicado em 10/09/2022 às 15h33

Marcando a última etapa da rodada tripla após as férias de verão, a Fórmula 1 desembarca em Monza, casa da Ferrari, para disputar o GP da Itália.

O autódromo de Monza é considerado o templo da velocidade e do automobilismo e desde que a F1 nasceu em 1950, deixou de sediar a principal categoria do esporte a motor apenas em 1980, período que passou por reformas.

Com uma tradição que ultrapassa os 70 anos é de se esperar que o local já foi palco de inúmeros que, de certa forma, contribuíram para a formação da história do automobilismo. Por isso, o AutoPapo listou cinco curiosidades sobre o GP realizado no autódromo de Monza.

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Primeiro título do Brasil na Fórmula 1

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A Lótus preta foi uma das pinturas mais icônicas da Fórmula 1 (Foto: Getty Images)

Uma das pistas mais tradicionais da F1 presenciou a conquista do primeiro título mundial do Brasil – o terceiro país com mais triunfos na categoria.

O ano era 1972 e o protagonista da história foi Emerson Fittipaldi, a bordo da Lotus Type 72D. Apesar de ter vencido o campeonato com duas corridas de antecedência, o piloto brasileiro quase não conseguiu competir no GP da Itália daquele ano.

Na quarta-feira que antecedia o fim de semana de atividades na pista, o motorista do caminhão que transportava o carro da Lotus capotou após dormir na estrada e destruiu o carro de Fittipaldi.

A equipe britânica precisou buscar outro chassi em Londres e levá-lo até a Itália. No entanto, existia a preocupação do carro ‘reserva’ não andar tão bem, não estar bem acertado, devido à correria para transporte.

A Lotus até conseguiu colocar o carro na pista para a classificação, mas um problema maior deu as caras no dia da corrida. Pouco antes da largada, foi detectado um vazamento no tanque de combustível, o que levantou dúvidas se teria tempo de fazer os reparos necessários até a hora de alinhar o carro no grid.

Por competência dos mecânicos, o tempo foi o suficiente e o resto é história…

Wilson Fittipaldi, também conhecido como Barão, é pai de Emerson e narrou a vitória do filho na época:

GP da Itália tem a média de velocidade mais alta do calendário

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O Mercedes W11 de 2020 guiado por Lewis Hamilton detém a média de velocidade por volta mais alta da F1 (Foto: Reprodução)

Monza não é chamado de templo da velocidade à toa. O palco do GP da Itália é caracterizado por suas retas e curvas de raio longo que proporcionam uma volta praticamente inteira com o pé embaixo.

Essa característica coloca o autódromo italiano como o mais rápido da história da Fórmula 1, com uma média de velocidade de 264,3 km/h, registrado por Lewis Hamilton durante uma volta no treino classificatório para o GP da Itália de 2020.

Nenhum outro circuito ultrapassou a média dos 260 km/h em uma volta. O que chegou mais próximo dessa marca foi Silverstone, quando Keke Rosberg cravou 259.005 km/h na classificação do GP da Inglaterra de 1985.

As retas de Monza também proporcionaram a Juan Pablo Montoya alcançar a velocidade mais alta já registrada em um carro de F1. Em 2005, a bordo do McLaren MP4-20 equipado com motor Mercedes, o colombiano cravou no velocímetro 372,6 km/h.

Corrida mais rápida da Fórmula 1

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Ferrari F2003 detém o recorde de corrida mais rápida da F1 (Foto: Reprodução)

Além dos recordes de velocidade o GP da Itália também é detentor da corrida mais rápida da F1. O regulamento da categoria diz que as corridas devem ter, aproximadamente, 300 km de extensão e estabelece um limite de 2 horas para que esse percurso seja concluído.

Em 2003, Michael Schumacher venceu a corrida em Monza após completar as 53 voltas (aproximadamente 300 km)  em 1h14min, com uma média de velocidade de 247 km/h.

Aquela foi a quinta vitória de Schumacher no ano e a disparada do alemão rumo ao hexacampeonato mundial.

‘Oval’ de Monza

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Inclinação curva de Monza mostrada no filme Grand Prix (Foto: Reprodução | Filme Grand Prix)

O circuito italiano teve diferentes traçados até chegar ao formato que conhecemos atualmente. Hoje o circuito é extremamente veloz, mas era ainda mais rápido no passado antes de receber modificações pensando no aumento da segurança dos pilotos.

Na década de 1960 o templo do automobilismo contava com um traçado oval (4,2 km) e um misto (5,7 km). O mais interessante disso é que os trechos eram interligados a partir da reta principal, então os organizadores do evento podiam ‘fundir’ as duas partes e criar um traçado de quase 10 km de extensão. Detalhe: era pé embaixo praticamente o tempo inteiro

O trecho oval contava com duas curvas com inclinação de 30º e raio de 320 metros. A título de comparação, a elevação das curvas de Zandvoort, na Holanda, chegam a 18º.

Em 1961 Von Trips sofreu um acidente fatal e matou 15 expectadores quando passava pela reta que ia em direção à curva Parabólica. Apesar de não ter acontecido nos trechos de curvas inclinadas, a Fórmula 1 decidiu que, por questões de segurança, o trecho não seria mais utilizado pela categoria.

Em 1966 os pilotos fizeram algumas filmagens no trecho oval para gravas as filmagens do filme Grand Prix, que mostram um pouco do que era percorrer aquele trecho em altas velocidades.

Bônus: Em Monza, Drugovich pode ser primeiro brasileiro campeão da F2

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Drugovich pode se sagrar campeão no GP da Itália (Foto: Felipe Drugovich | Instagram)

Antes chamada de GP2, a Fórmula 2 é o último degrau de acesso à Fórmula 1 e acompanha o maior certame do automobilismo mundial como evento suporte em algumas etapas do calendário.

Felipe Drugovich tem feito uma temporada muito forte. Até agora foram 9 pódios, 5 vitórias e 3 pole positions, e foi o único piloto que pontuou em todas as etapas do ano.

Os resultados consistentes colocam o brasileiro como líder do campeonato com 69 pontos de vantagem para o segundo colocado, Théo Pourchaire. A vantagem é grande o suficiente para que Felipe seja campeão antes de chegar na etapa final em Abu Dhabi.

Vale lembrar que a Fórmula 2 tem duas corridas por final de semana. A primeira é realizada no sábado – que vale menos pontos que a principal, realizada no domingo.

O francês não teve uma classificação boa na tarde de sexta-feira e foi apenas o 14º mais rápido, o que significa que ele largará fora da zona de pontos (oito primeiros) no sábado. Caso ele não pontue, termine atrás de Drugovich ou termine o sábado com pelo menos 66 pontos de desvantagem, o brasileiro será considerado campeão.

Caso Théo consiga prorrogar a festa brasileira, Drugovich precisa sair da Itália no domingo com, no mínimo, 40 ponto de vantagem em relação a Pourchaire para se sagrar campeão de forma antecipada.

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