Polo e Seal são os grandes destaques do mercado em 2023

Mercado de automóveis trouxe surpresas interessantes em 2023, com estreantes que conquistaram espaço e antigos líderes que se consolidaram ainda mais

byd seal de lado portal
BYD Seal estrou com muita potência, acabamento sofisticado e preço agressivo (Foto: BYD | Divulgação)
Por Fernando Calmon
Publicado em 19/01/2024 às 17h03

Algumas surpresas marcaram o mercado de automóveis e comerciais leves em 2023. Pelo menos uma delas se trata da repetição de um cenário interessante. Pelo terceiro ano consecutivo uma picape, a Fiat Strada, foi o modelo mais vendido. Claro que uma picape de cabine dupla e quatro portas é um produto que paga menos imposto, sem ficar tão distante de um SUV no uso diário. Somada as versões direcionadas ao transporte de bens levou a uma posição de mercado que ninguém imaginava desde seu lançamento em 1998.

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Esse resultado elevou o segmento de picapes pequenas de 7,5% para 9,6% do total de 16 em que a coluna divide o mercado brasileiro. Os 2,1 pontos percentuais extras foram a maior expansão ocorrida no ano passado e com apenas quatro modelos (Strada, Saveiro, Montana e Duster). Híbridos vieram em seguida (2,1% para 3,4%) e os elétricos em terceiro (0,4% para 0,8%).

Outra conquista foi do Polo que pela primeira vez assumiu a posição de automóvel de passageiros mais vendido no Brasil, depois de 21 anos de mercado (lançado em 2002). Desbancou o Onix que dominava entres os hatches compactos, o mais concorrido em volume e com 10 modelos de 10 fabricantes.

Volkswagen Polo Track
O Polo Track assumiu papel do Gol e colocou compacto na liderança entre os carros de passeio (Foto: Volkswagen | Divulgação)

Mais um fato inédito: uma marca chinesa, BYD, liderou com o Seal entre sedãs grandes. Mas não foi o primeiro elétrico a conquistar essa posição em um nicho, pois o Taycan teve a primazia em 2021. Já o também chinês Dolphin, líder folgado entre os elétricos, é um hatch de porte médio, tipo de carroceria atualmente sem representatividade no Brasil.

O T-Cross continuou como SUV mais vendido, porém com o Tracker quase empatado. A posição de domínio mais absoluto – 80% das vendas entre sedãs médio-compactos – foi mantida pelo Corolla.

Ranking da coluna tem critérios próprios e técnicos com classificação por silhuetas. Referência principal é distância entre eixos, além de outros parâmetros. Sedãs de topo (baixo volume) e monovolumes (oferta reduzida) ficam de fora. Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos (mínimo de dois) e de maior importância dentro do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.

  • Hatch subcompacto: Mobi, 53%; Kwid, 46%. Sem alteração.
  • Hatch compacto: Polo, 24%; Onix, 22%; HB20/X, 19%; Argo, 14%; 208, 6%; C3, 5,6%; Yaris, 5% ; City, 2,33%; Stepway, 1,7%. Polo, novo líder.
  • Sedã compacto: Onix Plus, 32%; Cronos, 22%; HB20S, 13%; Virtus, 12%; Yaris, 9%; City, 5%; Versa, 4%; Logan, 2%. Sobe pressão sobre Onix Plus.
  • Sedã médio-compacto: Corolla, 80%; Sentra, 8%; Jetta, 4%. Corolla disparado na frente.
  • Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 69%; Mercedes Classe C, 12%; Audi A5/S5/RS5, 8%. Ampla folga dos BMW.
  • Sedã grande: Seal, 49%; Panamera, 24%; Taycan, 15%. Elétrico Seal chegou e venceu.
  • Esportivo: BMW M3/M4, 44%; Mustang, 38%; BMW M2, 7%. BMW recupera liderança.
  • Esporte: 911, 56%; 718 Boxster/Cayman, 27%; F-Type, 5%. Firmíssimo território Porsche.
  • SUV compacto: T-Cross, 13%; Tracker, 12,2%; Creta, 12,1%; Nivus, 10%; Kicks, 9%; HR-V, 8,8%; Renegade, 8,7%; Pulse, 8,4%; Fastback, 7%; Duster, 5%; Tiggo 5x, 3%. Liderança apertada do T-Cross.
  • SUV médio-compacto: Compass, 42%; Corolla Cross, 30%; Taos, 11%. Compass mantém posição.
  • SUV médio-grande: Commander, 22%, SW4, 18%; H6, 12%. Líder com menos folga.
  • SUV grande: BMW X5/X6, 23%; Cayenne, 16%; XC90, 13%. BMW volta a liderar.
  • Picape pequena: Strada, 57%; Saveiro, 22%; Montana, 14%. Strada inabalável.
  • Picape média (carga 1.000 kg): Toro, 27%; Hilux, 24%; S10, 14%. Mais aperto para a Toro.
  • Híbridos: Corolla Cross, 16%; H6, 14%; Corolla, 11%. Liderança mais apertada.
  • Elétricos: Dolphin, 38%; C40/XC40, 15%; Yuan Plus, 10%. Novo dono da situação.

Esclarecimento sobre importação de linhas de produção usadas

O programa governamental recém-lançado Mover – Mobilidade Verde e Inovação – ainda exigirá uma série de medidas complementares ao longo de 2024, mas nada referente à importação de linhas de produção usadas como foi interpretado erroneamente em publicação na internet. Na realidade a legislação brasileira continua a proibir esse tipo de procedimento.

Entretanto, há comentários de bastidores que em um futuro ainda não previsível é natural que a produção de veículos com motores a combustão tenda a diminuir na Europa e em outros mercados de alto poder aquisitivo. Isso ocorrerá na medida em que a produção de veículos elétricos suba ao ponto de tornar-se antieconômica a fabricação simultânea de motores a combustão.

Dessa forma, especula-se que o Brasil poderia assumir essa produção de motores tradicionais sob escala competitiva para exportação. De que maneira isso seria feito e a partir de quando ainda não há a menor ideia. É algo cogitado apenas em conversas informais de bastidores.

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