Destruição de pedágio é executada por prefeito do Rio

Marcelo Crivella mandou escavadeiras para destruir instalações depois de publicar rompimento de contrato no Diário Oficial

prefeito do rio crivella destruicao praca de pedagio linha amarela
Por AutoPapo
Com Agência Brasil
Publicado em 28/10/2019 às 19h00

O prefeito do Rio de Janeiro (RJ), Marcelo Crivella, ordenou a destruição da praça de pedágio da concessionária Lamsa, na noite de domingo (27). As instalações controlavam o acesso à Barra da Tijuca. A prefeitura da cidade notificou a concessionária Lamsa, que administra o contrato da Linha Amarela, sobre o rompimento unilateral da concessão.

A medida foi publicada no Diário Oficial do município na sexta-feira (25). A linha amarela é uma via expressa que liga a Ilha do Fundão, na zona norte, à Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.

Na noite de domingo, funcionários da prefeitura estiveram na praça de pedágio, retiraram os funcionários e destruíram as cabines e cancelas. Segundo nota da prefeitura, a administração da Linha Expressa passa para a Secretaria Municipal de Transportes. Durante a operação, também foram desligadas a energia elétrica, câmeras de segurança e sensores.

Destruição de pedágio é criticada por concessionária

Porém, na manhã desta segunda-feira (28), a Lamsa obteve uma liminar na justiça favorável ao restabelecimento da operação de pedágio da Linha Amarela. “O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, sem base jurídica, determinou a destruição da praça de pedágio da Lamsa, na noite deste domingo (27), um ato que colocou em risco a segurança dos colaboradores e usuários da via expressa”, informou a concessionária, em nota.

Marcelo Crivella mandou escavadeiras para destruição de pedágio depois de publicar rompimento de contrato com Lamsa no DOU

A empresa “repudia veementemente a decisão ilegal e abusiva do poder municipal” e afirma que o prefeito Crivella “rompeu todos os limites do bom senso e da legalidade” quando ordenou a destruição do pedágio, e afirmou que ele “não pode cancelar um contrato de concessão unilateralmente dessa forma”.

“A destruição da praça de pedágio, um ato violento praticado contra a Lamsa, seus colaboradores e a população do Rio de Janeiro, representa um ataque à segurança jurídica brasileira, pilar de um ambiente de negócio sadio, capaz de atrair investimentos privados para a cidade e fonte da criação de emprego e renda para a população”, declarou a concessionária.

Lamsa é suspeita de cobranças indevidas

No fim do ano passado, a prefeitura havia anunciado que uma auditoria no contrato com a Lamsa encontrou cobranças até 60 vezes maior por serviços na Linha Amarela, como a movimentação de placas num total de R$ 223,9 milhões.

Na ocasião, a prefeitura chegou a suspender a cobrança do pedágio em um dos sentidos da via, mas a concessionária obteve liminar para retomar a cobrança. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) está em fase de conclusão na Câmara dos Vereadores para analisar o Termo Aditivo nº 11, assinado pela prefeitura com o consórcio Lamsa para a realização de obras na via para os Jogos Olímpicos de 2016.

Segundo a comissão, houve sobrepreço nos valores, que passaram de R$ 97 milhões para R$ 225 milhões. Segundo o prefeito, que concedeu entrevista coletiva na sexta-feira (25), os prejuízos causados aos cofres públicos com o contrato com a empresa, celebrado em 2004, chegam a R$ 1,5 bilhão, além de cobranças indevidas dos usuários que somam R$ 300 milhões.

Foto | Reprodução do YouTube

Newsletter
Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

TikTok TikTok YouTube YouTube Facebook Facebook X X Instagram Instagram

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, procure o AutoPapo nas principais plataformas de podcasts:

Spotify Spotify Google PodCast Google PodCasts Deezer Deezer Apple PodCast Apple PodCasts Amazon Music Amazon Music
6 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Comentários com palavrões e ofensas não serão publicados. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Avatar
Luiz Carlos Guimarães Guimarães 29 de outubro de 2019

Prefeito Marcelo Crivella,nota 10 pela sua atitudes, Jair Messias Bosonario, prometeu que iria desativar todos pedágios do brasil,pedágios impede Direitos de ir vir…

Avatar
Julio 29 de outubro de 2019

A prefeitura do Rio, tomou uma atitude correta. Cobrar pedágio entre via que ligam um bairro ao outro na mesma cidade não têm lógica nenhuma.

Avatar
NSS 29 de outubro de 2019

Julio, atitude certa!?!?. O prefeito do Rio, com a atitude de destruir um bem alheio, deu o exemplo aos cariocas de que, qdo eles se sentirem lesado por alguém, faça a sua própria lei e a cumpra com as próprias mão. Vc tem carro? No caso positivo, quamdo vc estiver no trânsito e, involuntariamente, causar dano em algum veículo, prepare-se psicologicamente e fisicamente, pois o dono do veículo danificado poderá vir pra cima de vc, com uma barra de ferro, e destruir o seu veículo. O “seu” prefeito autorizou a todos os cariocas, não apenas vc. Entendeu a atitude “certa” do prefeito?

Avatar
Jorge Santana 28 de outubro de 2019

Quem conhece a dita cuja sabe, o pedágio de R$ 7,50 cobrado em ambos os sentidos, em uma via urbana de poucos quilômetros (cruza alguns bairros na mesma cidade) é absurdo e injustificável. A prefeitura da cidade não é nenhum primor, mas nesse alvo ela está mirando certo, tomara que ela acerte.

Avatar
Jorge Luiz Santana 28 de outubro de 2019

Quem conhece, sabe que é incabível uma via urbana (entre bairros na mesma cidade), de poucos km, cobrar um pedágio de R$ 7,50 em ambos sentidos. As alternativas a essa via, na verdade nem podem ser consideradas como alternativas.

Avatar
Mari 29 de outubro de 2019

Você tá certíssimo já pagamos de mais e ganhamos tão pouco que mal da pra vivermos parabéns prefeito

Avatar
Deixe um comentário