Esses são os carros que vieram com GNV de fábrica

Conversões para rodar com gás natural veicular são bastante comuns, mas os fabricantes já ofereceram kit GNV de fábrica até recentemente

chevrolet astra multipower sedan traseira parado
Opção de combustível era o que não faltava para o Astra Multipower (Foto: Chevrolet | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 12/10/2022 às 17h03

Instalar um kit de GNV traz algumas vantagens financeiras, como um menor custo por quilômetro rodado e descontos no IPVA — que chega a 62,5% no estado do Rio de Janeiro, por exemplo. Mas vem sempre aquela desconfiança sobre adaptar algo na mecânica do carro, já que o GNV não vem de fábrica.

Se você é desses que prefere ter o veículo todo original de fábrica, mas sente uma atração pelas economias trazidas pelo gás natural, nem tudo está perdido. Alguns carros já saíram de fábrica com alterações e preparados para receber o kit gás.

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Nenhum deles saíram da linha de montagem com o kit completo, a instalação fica por conta do consumidor. Mas a preparação para o GNV já inclui mudanças na mecânica para que o motor trabalhe melhor com esse combustível e tenha maior durabilidade.

Atualmente o GNV não está mais valendo a pena

Antes de iniciar a lista, vamos lembrar que hoje não é mais possível comprar carros novos preparados para receber kit GNV de fábrica. O motivo para isso pode ser a diminuição da procura pelo combustível alternativo.

Nos últimos meses a gasolina e o etanol receberam mais reduções nos preços que o GNV. Atualmente é preciso rodar mais quilômetros para valer a pena ter instalado o kit gás.

1. Fiat Siena Tetrafuel

O Fiat Siena é um carro que sempre fez sucesso com taxistas. Seu porta-malas grande e a simplicidade dos motores Fire formam uma combinação que agrada a quem trabalha transportando pessoas. E esse público é um dos maiores usuários do GNV, já que rodam muito e sentem mais a economia gerada pelo uso do combustível.

O Siena Tetrafuel foi lançado no auge da popularização dos motores flex. O “tetra” em seu nome era em alusão aos quatro combustíveis que o sedã poderia usar: Gasolina sem adição de etanol, a gasolina brasileira com sua porcentagem do combustível vegetal, etanol e o gás natural veicular.

A preparação para o motor poder trabalhar com o GNV inclui um coletor de admissão diferente, quatro bicos injetores extra para o gás natural, nova geometria de válvulas e um cabeçote reforçado para lidar com a temperatura mais alta da queima desse combustível. Além disso, o carro já vinha de fábrica com molas traseiras e freios recalibrados para aguentar o peso do cilindro.

O Siena Tetrafuel também vinha com o kit gás instalado na fábrica e mostrava informações do nível de GNV no próprio computador de bordo. A Fiat divulgava a potência de 81 cv com etanol, 80 cv com gasolina pura ou brasileira e 68 cv com GNV. Em comparação, o Siena 1.4 flex comum produzia 86 cv com etanol e 85 cv com gasolina.

2. Fiat Grand Siena GNV

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O motor Fire predisposto para rodar com gás natural trazia reforços para não ter problemas que são comuns nas adaptações (Foto: Fiat | Divulgação)

O Grand Siena continuou a tradição de seu antecessor no transporte de passageiros. A predisposição para GNV entrou como opcional em 2021, próximo ao fim da produção do modelo. Ela usava recursos que já haviam sido utilizados pelo Siena Tetrafuel, porém o kit gás precisava ser instalado em uma oficina independente.

O pacote incluía o coletor de admissão e cabeçote reforçados, os quatro bicos injetores dedicados ao GNV, válvulas otimizadas e um manual de instalação para a oficina que instalar o kit. Não havia a transição automática do gás natural para o combustível líquido o mostrador do nível do combustível alternativo era separado do painel de instrumentos, diferente do que ocorria no Tetrafuel.

A Fiat não divulgou dados de potência e desempenho do sedã quando funcionando com gás natural.

3. Chevrolet Astra Multipower

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O Astra Multipower foi o primeiro flex a aceitar o gás natural (Foto: Chevrolet | Divulgação)

A Chevrolet foi rápida ao entrar no bonde dos carros flex, seguindo a Volkswagen rapidamente. E para se destacar, aproveitou para lançar uma versão do Astra sedã já com gás natural de fábrica. Por rodar com três combustíveis, ele foi batizado como Multipower.

A Bosch auxiliou a General Motors nessa tarefa. Fora os cilindros no porta-malas, essa versão só pode ser identificada pelo discreto acessório em um porta-objetos do painel que mostra o nível de GNV e traz uma chave para alternar entre os combustíveis. As molas traseiras são diferentes para compensar o peso extra do sistema.

O fabricante ainda fez questão de colocar uma divisória acarpetada para esconder os cilindros. O Multipower produz 127 cv com etanol, 121 cv com gasolina e 106 cv com GNV. A aceleração de zero a 100 km/h feita em 9,1 segundos com etanol cai para 13 segundos com o gás segundo a Chevrolet.

4. Ford Ranger

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O motor 2.3 16v da Ranger recebeu reforços (Foto: Ford | Divulgação)

A Ford inovou sendo a única marca a oferecer um kit GNV homologado de fábrica para uma caminhonete. A média Ranger equipada com o motor 2.3 Duratec a gasolina e tinha apelo para uso em frotas.

Na picape o medidor do nível e o botão para alternar o combustível ficavam integrados ao painel, mas o nível era mostrado por quatro LEDs. No motor haviam modificações no cabeçote, nas válvulas e nas sedes das válvulas, para garantir durabilidade e não ter problemas típicos das conversões.

O motor 2.3 produz 150 cv com gasolina e com o GNV cai para 133 cv. Já o torque vai de 22,2 kgfm para 19,5 kgfm. A suspensão não foi alterada, ou seja, a capacidade de carga acabou sendo desfalcada e caía para 720 kg.

5. Volkswagen Santana

volkswagen santana azul traseira gas natural
O rei dos pontos de táxi não poderia ficar de fora (Foto: Volkswagen | Divulgação)

O Volkswagen Santana nasceu como um carro desejado nos anos 80, marcado pela luxuosa versão Executivo. Mas em seu fim de vida o sedã médio sobrevivia como o favorito dos taxistas e até recebeu downgrades como bancos do Gol.

Como táxi e GNV andam lado a lado, o Santana teve uma oferta da pré-disposição para o kit gás de fábrica. Esse opcional era disponível apenas para o motor 1.8 AP. Um detalhe interessante é que o marcador de gasolina do painel passa a indicar o nível de gás natural quando alternava o combustível

6. Toyota Etios

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A Toyota oferecia a facilidade de já sair da concessionária com o kit (Foto: Toyota | Divulgação)

O Toyota Etios, assim como o Siena e o Santana, é mais um sedã que fez sucesso transportando pessoas. Em 2020, apenas um ano antes do compacto sair de linha, o fabricante passou a oferecer um kit GNV certificado. O cliente podia escolher entre levar o carro na oficina credenciada ou já sair da concessionária com o kit instalado.

Esse kit credenciado não traz nada dedicado como outros carros da lista. Cabeçote, coletor de admissão e molas da suspensão não eram alteradas. A vantagem ficava pelo carro não perder a garantia de fábrica e o kit GNV trazia garantia de 3 anos ou 100 mil km.

Bonus: Scania GNV

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Até caminhão entra na brincadeira (Foto: Scania | Divulgação)

Todos esses carros com kit gás de fábrica ou certificação para isso já saíram de linha. Mas no mercado de caminhões é possível comprar um Scania zero-KM movido a GNV. O fabricante sueco desenvolveu uma variação de seus motores de 9 e 13 litros que queimam apenas o gás natural.

É possível identificar esses caminhões de longe devido ao conjunto de cilindros amarelos nas laterais, onde ficariam os tanques de óleo diesel. Esses motores Scania movidos a GNV trabalham no ciclo Otto, portanto não possuem tanque de diesel para rodar caso acabe o gás dos cilindros.

Sendo de fábrica ou adaptado, fique atento na hora de abastecer:

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2 Comentários
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Natalino 20 de junho de 2023

Não consigo entender o porque a melhor solução de combustível não foi a frente mesmo com os investimentos dos governos em gasodutos que agora estão como as ferrovias……

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Ricardo Rocha 21 de fevereiro de 2023

Faltou mencionar a linha TriFlex da VW. Gol, Parati e Kombi eram oferecidos também com preparação para instalação do kit GNV.

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