Híbrido flex: tem muita lorota e hipocrisia nessa história

Na busca da mobilidade livre de emissões, vários desafios surgem todos os dias, assim como soluções, uma delas é a do híbrido flex

placas gasolina recarga portal
Combinação do motor flex e elétrico só é eficaz com uso de etanol (Foto: Shutterstock)
Por Boris Feldman
Publicado em 18/10/2023 às 19h03

O tema do momento no setor dos automóveis do mundo inteiro é a eletrificação. A maioria dos brasileiros não tem condição de comprar um carro elétrico. O mais barato, hoje, já passa muito dos R$ 100 mil.  Além disso, quando você compra um carro elétrico, ele provavelmente terá que ser o segundo carro da família pela dificuldade da recarga.

O outro problema que envolve o carro elétrico é que ele vem sendo apregoado pelo mundo como a solução para as emissões de carbono. Aquele CO2 que sai pelo escapamento, que provoca o efeito estufa.

VEJA TAMBÉM:

Acontece que o carro elétrico só é solução para isso, no momento da recarga, se vem de uma eletricidade limpa, porque lá na Europa, por exemplo, vem de usina de diesel, carvão para recarregar a bateria. Aqui no Brasil, uma boa solução, dizem, é o carro flex, porque ele pode ser abastecido com etanol. E muito melhor ainda o híbrido flex, que aí ele tem o motor elétrico e tem o motor a combustão.

Acontece que é uma lorota essa história de que o híbrido flex é a solução. Não é! Porque o flex pode ser abastecido com gasolina ou etanol. E as estatísticas já foram muito claras: 70% de quem abastece o carro no Brasil o faz com gasolina, não com etanol. Então, que história é essa? Se o flex está queimando gasolina, não está limpando o ambiente não. Não está reduzindo a emissão de CO2 não.

Então é preciso ficar muito clara essa lorota de que o motor flex é bom para o ambiente, não deixa a emissão de CO2 influenciar o efeito estufa que aquece a terra. O flex é muito bom desde que abastecido com etanol. Se não é hipocrisia, é mentira, é lorota.

Newsletter
Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

TikTok TikTok YouTube YouTube Facebook Facebook X X Instagram Instagram

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, procure o AutoPapo nas principais plataformas de podcasts:

Spotify Spotify Google PodCast Google PodCasts Deezer Deezer Apple PodCast Apple PodCasts Amazon Music Amazon Music
SOBRE
30 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Comentários com palavrões e ofensas não serão publicados. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Avatar
Silvio Wanesco Vieira da Silva 6 de fevereiro de 2024

Se já tem 27% álcool na gasolina e vai para 30% então daqui no Brasil tem mais álcool na “gasolina” com as fraudes o dono posto já vende álcool na bomba dizendo que é gasolina e cobrando o preço mais caro, meu flex só boto álcool e não é porque sou ecologistas é porque é menos suscetível a adulteração. GASOLINA É MISTURADA COM ÁLCOOL E OUTROS SOLVENTES QUE ESTRAGA O MOTOR.

Avatar
Antonio 22 de novembro de 2023

Kkkkkk Aqui é braziiuuuuuu, o país do (*) do mundo mesmo.
Tanto investimento e tecnologia pra desenvolver um combustível limpo, 100% verde e eficiente pra NÃO vender pro consumo daqui. Com o preço inviável e a politicagem suja dos ditos “empresários/usineiros” conseguiram matar a própria galinha dos ovos de ouro que tinham !!!
O país dá um passo pra frente e 3 pra trás, há uns 100 ANOS que isso é assim. ÉPACABÁ.

Avatar
Jorge Missak Tcharkhetian 15 de novembro de 2023

País do etanol tem que incentivar o seu uso.as etanol puro e não misturado como ocorre na gasolina. Aí melhora o meio ambiente. Falta estrutura para se ter um carro elétrico. Tem que ser produzido em série para baratear os preços já que usa menos componentes do que motores à combustão.

Avatar
Carlos 26 de outubro de 2023

O Brasil possui um potencial enorme para ser um dos principais produtores de hidrogênio verde do mundo. Soma-se este ao fato de já ser um grande produtor de álcool, já bastaria para eliminar boa parte do carbono emitido pelos veículos sem mudar EM NADA a frota veicular atual.
Com o hidrogênio verde abundante a preços competitivos, pode-se produzir gasolina sintética e diesel HVO com carbono neutro, o que eliminaria a necessidade de eletrificação visando minimização do efeito estufa.
Mas, a onda de “greenwashing” para eletrificação está muito forte e corremos o risco de não aproveitarmos essas vantagens inerentes de nosso país (sol e vento abundantes) para fazermos uma transição para uma matriz energética limpa que seja compatível com a realidade local (país de dimensões continentais, com baixa renda e infraestrutura precária).
É errado adicionar elétricos no nosso mercado? De forma alguma. Para carros urbanos, principalmente taxis e ubers, são uma alternativa muito interessante, pois podem aliar custo menor de rodagem/km e manutenção mais barata (por ter menos peças móveis e menos desgastes de pastilhas de freio, por exemplo). Híbridos são um alternativa para quem quer ter um elétrico para a cidade e um convencional para a estrada.

Avatar
Cesar Costa 21 de outubro de 2023

Lorota é a matéria. A energia elétrica na Europa não vem do diesel ou carvão como foi dito aqui, é mentira. Grande parte vem Usinas de ciclo combinado de gás, que poluem muito menos que os carros a combustão, ´só para conhecimento, o ciclo Otto dos motores a combustão dos carros tem 30% de rendimento (muito baixo) e de um Ciclo Combinado de uma Usina a gás é de 97%. então dizer que carro eletrificado é um engodo É MENTIRA.

Avatar
José 23 de outubro de 2023

O gás natural é uma das fontes de energia utilizada para geração de energia na Europa, mas não é o principal.
É falsa a informação de que na Europa, a grande parte da energia gerada viria de usinas do tipo ciclo combinado.
Atualmente na Europa, a maior parte da energia ainda é gerada pelas usinas nucleares e hidrelétricas. Depois delas vem as solares, eólicas, gás e também o carvão.
As usinas solares e eólicas estão avançando na Europa, ultrapassando usinas de ciclo combinado.

Avatar
Cesar Costa 23 de outubro de 2023

A Europa é heterogênea na matriz energética. Países como Alemanha, França e Itália tiveram uma produção grande energia nuclear até aproximadamente 2010, quando o lixo nuclear virou um grande problema, então eles migraram para os ciclos combinados devido a grande oferta de gás da Rússia. Com o evento da guerra da Ucrânia eles reativaram algumas usinas nucleares, mas está longe de ser a fonte mais importante. As energias limpas como eólica e solar tiveram um grande avanço, Portugal por exemplo bateu o recorde de geração de energia eólica mês passado. Os Países Baixos e os Nórdicos a tempos tem a energia eólica bastante importante. Então dizer que minha informação era falsa é bem típico de um apedeuta. Estudar faz bem. O meu comentário é rebatendo a informação de que se usa carvão como matriz principal na Europa. Esse é meu ultimo comentário aqui porque não jogo xadrez com pombos.

Avatar
Rafael 20 de outubro de 2023

Quero ver quanto tempo vai a lorota de carro elétrico pensando em sustentabilidade quando passar os 10 anos de uso dos carros, quero ver onde serão descartadas todas essas baterias, e outra, o Brasil está muito longe em ter infraestrutura para atender a demanda de carros elétricos.

Avatar
Gabriel 21 de outubro de 2023

Quando os fabricantes se derem conta de que serão obrigados por lei a reciclar as baterias a um custo similar ao que tiveram para construí-las, o discurso vai mudar rapidinho.

Avatar
Jose Luiz De Martini 20 de outubro de 2023

Entendo que para uso urbano o carro eletrico puro pode ser boa solução, porém hoje ainda melhor é o hibrido, mas plug-in, vc recarrega em casa, uma bateria pequena, para uns 50 km de autonomia e com o motor a combustão fica livre para longos deslocamentos ou necessidade de maior potencia, já que para uso tipicamente urbano motores de menos de 50 kW são suficientes. Além disto a reposição da bateria após 8/10 anos não inviabiliza a sobre vida do veiculo. Por exemplo a bateria original do Prius custa 25 mil reais. (conta de padeiro 200 reais por mes), para quem usa muito compensa.

Avatar
Gilberto C Oliveira 20 de outubro de 2023

Caso não haja evolução, esse sistema de baterias lítio polímero atual, não terá esse ciclo de vida de 7 ou 8 anos. Essas baterias tem uma vida útil dentro de um certo número de ciclos(carregamento), e cada dia mais a resistência interna delas aumenta, diminuindo sua capacidade. Acho cedo demais poder afirmar que esse pacote de baterias dure 7 ou anos. Pessoalmente, não creio que o futuro dos automóveis esteja amarrado à essas baterias…mas tudo é especulação, mesmo dentro das fábricas.

Avatar
Mister Gasosa 20 de outubro de 2023

A solução então para o Brasil é um carro híbrido com motor de emergência que funciona movido apenas a etanol, ou seja, a sua taxa de compressão é máxima para etanol (12,5 a 14,5:1)

Avatar
Gabriel 20 de outubro de 2023

A tração primária elétrica já está pronta desde o final do século 19; os carros eletricos só estão demorando a vingar por causa das ramificações do simples fato de que baterias não armazenam eletricidade. Enquanto não resolviamos isso, a idéia era fazer uma ponte com os biocombustíveis e a eletrificação parcial; mas aí veio a Tesla e criou uma corrida armamentista entre as montadoras, para ver quem consegue produzir o carro elétrico com a maior quantidade de baterias, os motores mais potentes para arrastar essas baterias, as bugigangas tecnológicas mais chamativas para compensar o alto preço dos carros, e os sistemas de direção autônoma mais complexos para compensar a distração dos motoristas com todas essas bugigangas.

Avatar
Jairo 20 de outubro de 2023

Mesmo com energia vindo de fontes “sujas” tirando-se todos os carros a combustão substituindo-os por elétricos ainda acho que valeria à pena.Quanto aos híbridos acho que só valeriam de verdade se fossem movidos somente a alcool.Boris gostaria de pedir a você que fizesse um comentário sobre esta prática prejudicial que a BYD esta fazendo com seus clientes que compraram carros antes da queda de 40 mil no preço.Song e Yuan plus que eram 269.990, e baixaram para 229.800.Dando enorme prejuízo a quem comprou.

Avatar
Daniel 20 de outubro de 2023

Não esqueça da poluição do carro elétrico em sua produção principalmente as baterias para seu descarte e reciclagem ou você que um elétrico com mais de 10 anos de usao vai ter a mesma bateria?

A emissão de carbono do Elétrico em sua produção é muito maior que o veiculo a combustão, veja o impacto ambiental de uma mina de lítio (item extremamente necessário as baterias )

Avatar
Jovi 20 de outubro de 2023

Quanto à BYD: trouxa é quem compra carro achando que é investimento, ou mesmo pensando na revenda. Carro é prejuízo, é passivo financeiro, tem que ser um dinheiro que não fará falta. 5% do patrimônio, no máximo, porque pode, sim, acontecer de desvalorizar da noite para o dia.

Avatar
Natan 20 de outubro de 2023

O problema não é ser flex e ser abastecido na Gasolina, o problema é o custo do Etanol, precisa haver incentivo por parte dos governos para que fique mais barato e haja incentivo para sua utilização.

Avatar
Marcos Camargo 20 de outubro de 2023

Os defensores das causas ambientais já calcularam o impacto ambiental da utilização das baterias de lítio dos carros elétricos. Tanto na devastação do ambiente na mineração para produção do lítio, como no descarte destas baterias. Acho que é uma causa complexa a necessidade da utilização de energia limpa, mas é importante não perder a capacidade de pensar e questionar se estamos tomando as melhores decisões.

Avatar
Georges 20 de outubro de 2023

O futuro são carros movidos a hidrogênio.Apesar de consumrem muita energia para a produção as renováveis estão aí para serem utilizadas. Tem aquela gasolina sintética também, mesma observação de energia necessária para a produção. Os elétricos só seriam uma opção se a reciclagem das baterias atingisse um nível de excelência.Autonomia de 100~200km? E vai recarregar onde?

Avatar
D. Antirrhopus 2 de novembro de 2023

O risco de explosão com hidrogênio é algo aterrador. Eles tem umas tecnologias para tentar reduzir o problema, mas é sempre um risco. Meio que “Hindemburgs” sobre rodas. Gasolina e etanol não são explosivos, oferecem as concentrações de energia/peso mais ideais possíveis dentro da física conhecida, infelizmente. Baterias elétricas tem o problema da perda de vida/autonomia e peso massivo, além de também terem maior risco de incêndio, incêndio bem pior do que com combustíveis tradicionais. A meu ver a eletrificação é ideal para coisas onde se possa dispensar a bateria ou ser uma bateria menor, auxiliar, mais barata, menos pesada. O problema dos transportes para o ambiente fatalmente deve envolver uma expansão histórica no transporte público, que pode ser eletrificado sem bateria. Até porque, se quisermos acabar com o carro pessoal como meio de transporte hoje, era só dar um carro para cada pessoa, aí não tinha trânsito que andasse.

Avatar
Daniel 20 de outubro de 2023

Onde eu assino?

Avatar
Santiago 20 de outubro de 2023

A questão então não é a tecnologia híbrido-flex, e sim a oferta de etanol e também a necessidade de se melhorar tecnicamente a relação dos motores com este combustível.
As tecnologias híbridas podem não ser a solução definitiva, mas são a melhor opção que nós já temos pra hoje, e um início mais honesto para uma verdadeira transição energética (que não acontecerá da noite para o dia).

Avatar
José Maria dos Santos 19 de outubro de 2023

Na verdade, a defesa dos híbridos flex tem uma razão de ser: estudos mostram que, nos dias de semana, a grande maioria das pessoas não rodam rodam mais que 50 km ao dia, podendo usar só a parte elétrica, ficando o motor à explosão se para aos fins de semana, quando ocorrem viagens. Assim, a rodagem elétrica é considerável! Os custos dos hídridos flex caem bastante frente, aos 100% elétricos. E o motor a explosão não deixa o motorista na mão em caso de descarga total nas baterias, como nos 100% elétricos.

Avatar
Paulo Machado 19 de outubro de 2023

Boris, você vive no século passado. Pensa como estando no século passado. Resfresta a tua mente… Você é contra tudo que é novo, novidade, evolução. Você gosta mesmo é do fukinha feiozo e antiquadro.

Avatar
Gustavo 19 de outubro de 2023

Pois é, se o governo ajudasse mais a desenvolver maior produção de álcool com incentivos poderíamos rodar 100% com álcool nos motores híbridos e aí sim melhoraria muito a poluição mas ainda sou contra a total eletrificação, seria apenas transferir a poluição para os produtores da energia que iria abastecer a frota veicular.

Avatar
Gabriel 20 de outubro de 2023

Tem que tirar o álcool da gasolina e das garras da Cosan, para ele voltar a custar menos da metade do preço da gasolina, e o GNV voltar a custar menos da metade do preço do álcool, como deve ser. Do jeito que está, a fração de álcool anidro na gasolina custa mais que a fração de gasolina em si. Quando o álcool for retirado da gasolina, o custo de produção da gasolina vai baixar, e a oferta de álcool vai aumentar. Se a cosan quiser dominar a oferta de algum combustível, que produza butanol — o combustível perfeito para carros flex.

Avatar
Georges 20 de outubro de 2023

O custo de produção da alcolina independe do álcool, que é simplesmente adicionado ao coquetel depois dela pronta.

Avatar
João Paulo 19 de outubro de 2023

Realmente o etanol é uma boa opção. E melhorar o consumo desses motores também é uma boa estratégia. Hoje quem abastece com etanol prioriza o desempenho. Já a gasolina possibilita uma melhor autonomia.

Avatar
Victor Hugo 19 de outubro de 2023

A melhor solução pra mim é a volta do pró álcool que hoje em dia poderia ter um pró biodiesel ou nem isso. Os caminhões a álcool fracassaram por causa do excesso de consumo. E antes do diesel virar unanimidade os primeiros caminhões eram a gasolina mesmo. As locomotivas hoje são diesel elétricas. Um gerador diesel provê energia e os motores das rodas das locomotivas são elétricos com excelente torque… O flex surgiu para o problema da entressafra do álcool. Oras o governo pode fazer muitas coisas. Primeiro aumentar o imposto sobre o açúcar para desincentivar seu consumo que provocava obesidade e diabetes. Alimentos com excesso de açúcar existem porque o açúcar é muito barato. Segundo zerar o imposto sobre o álcool para incentivar seu uso em prol das emissões zero. Isso já ajudava a não faltar álcool. Terceiro o carro flex usa gasolina se o álcool faltar ou não for vantajoso mas o carro híbrido plugin pode usar eletricidade pra recarga se o álcool faltar ou não for vantajoso…
E o híbrido a álcool pode ser usado até em caminhões álcool elétricos…. Pra quê biodiesel? Pode usar um grupo gerador eficiente a álcool. Até nas locomotivas. Ou nas nossas termelétricas…

Avatar
Gilberto C Oliveira 20 de outubro de 2023

As idéias são muitas, mas para cada uma delas a ganância se sobrepõe. Basta lembrar do incentivo ao álcool, onde usineiros deitaram e rolaram, não pagaram suas dívidas junto ao governo e foram os primeiros a desmoralizar o projeto. O governo taxar com maiores alíquotas o açucar, é algo que deve ser melhor analisado, pois boa parte da produção é exportada, dentro dos valores internacionais, gerando muito mais lucro que a produção de etanol. Enfim, nunca houve um projeto sério, qualquer que seja , tudo é pensado exclusivamente em maior arrecadação a curto prazo.

Avatar
Deixe um comentário