Indústria brasileira desperta para o carro elétrico ‘sem querer querendo’

Aos trancos e barrancos, e sem direcionamento claro, país cria o embrião de um futuro polo de produção de veículos elétricos, baterias e matérias-primas

Carros elétricos recorde de vendas setor automotivo mundial
Eletrificação no Brasil é digno de novela (Foto: Shutterstock)
Por Leonardo Felix
Publicado em 18/03/2023 às 11h03

Enquanto China, Estados Unidos e Europa despertavam para o carro elétrico nos últimos anos, o Brasil parecia dormir em berço esplêndido. Não que o gigante tenha acordado com muito entusiasmo – desculpe pelos trocadilhos infames com o Hino Nacional –, mas é fato que o país, aos trancos e barrancos, parece mais desperto ao tema.

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A mais notória das notícias é a de que a BYD deve mesmo assumir o antigo complexo da Ford em Camaçari (BA). Com investimento de R$ 3 bilhões, a gigante chinesa e uma das maiores referências mundiais em produção de veículos eletrificados deve dividir o espaço em três fábricas: de carros híbridos e elétricos; de ônibus e caminhões elétricos; de processamento de lítio para baterias.

A parte não tão boa é que, ao que tudo indica, a mesma BYD desistiu de adquirir também a planta da Stellantis em Campo Largo (PR), que era responsável pelo fabrico dos extintos motores E.Torq e, muito provavelmente, deve ser fechada.

E há outros passos sendo dados. A WEG, empresa nacional já muito bem estabelecida no mercado de motores elétricos, anunciou um aporte de R$ 100 milhões para construir uma unidade de produção de baterias para veículos elétricos em Jaraguá do Sul (SC), mesma cidade de sua sede.

torre dagua da fabrica weg em santa catarina
WEG fará aporte na ordem de R$ 100 milhões em suas instalações para viabilizar carro elétrico no Brasil (Foto: WEG | Divulgação)

Dentro do mesmo ciclo de investimentos, a marca vai ampliar o atual prédio onde confecciona motores elétricos. O projeto deve ser concluído no primeiro semestre de 2024, e prevê uma capacidade de oferta de mais de 1 GWh de bancos de baterias por ano, incluindo módulos, células de íons de lítio, sistemas de gerenciamento eletrônico, refrigeração e segurança.

São duas etapas dentro do cronograma de investimentos, que somam R$ 100 milhões: a primeira, que envolve a ampliação imediata do prédio de fabricação atual; e a segunda, que prevê a conclusão da nova fábrica de packs de baterias para o 1º semestre de 2024.

Já para este ano deve ficar pronta a fábrica de ônibus elétricos da Eletra em São Bernardo do Campo (SP). São R$ 22 milhões provisionados para criar uma linha capaz de montar até 150 veículos mensalmente, sendo 1.800 ao ano. De lá, sairão produtos da família e-Bus.

Insumo para carro elétrico no Brasil

Por fim, a mineradora brasileira Sigma iniciará a produção de lítio no Vale do Jequitinhonha em abril, com promessa de extrair 270 mil só este ano. Além disso, já captou R$ 800 milhões para triplicar a capacidade em 2024, chegando a 768 mil toneladas anuais.

“E vamos conseguir escalar nossa produção sem comprometer os padrões rígidos de sustentabilidade: sem uso de químicos poluentes no processo de purificação, com empilhamento a seco e com recirculação da água que captamos e tratamos do rio Jequitinhonha”, promete a CEO da companhia, Ana Cabral-Gardner.

Esses e outros projetos indicam que, sim, a indústria nacional começa aos poucos a acordar para esta nova realidade chamada eletromobilidade. E precisamos, pois a chance de o bonde passar e ficarmos catastroficamente para trás é enorme.

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2 Comentários
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Alex 20 de março de 2023

A pessoa que escreveu esse post não tem a mīnima noção sobre a economia no Brasil.

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lorenzo allisio 19 de março de 2023

Ibrido sim, totalmente eletrico ainda não.

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