Algumas inovações funcionam bem no laboratório, mas na prática…

Transmissão automatizada, correia dentada, joystick e pneu runflat são algumas das tecnologias que nem sempre funcionam bem no mundo real

Ford Fiesta 1.0 litre EcoBoost now available with Ford Powershift six speed automatic transmission 2
Quem não se lembra do tenebroso câmbio PowerSHIT, da Ford? (Foto: Ford | Divulgação)
Por Boris Feldman
Publicado em 12/02/2023 às 15h03
Atualizado em 23/04/2024 às 17h20

As fábricas de automóveis, quando lança um novo modelo, ou um novo componente, um novo motor, uma caixa de marchas, eles têm dezenas, centenas de engenheiros especializados que projetam, conferem, testam levam para as pistas, levam para as estradas, para simular tudo aquilo que poderá acontecer depois que o carro tiver à venda.

Além da simulações de estradas e pistas tem até de computador, que aí simula eletronicamente o que pode acontecer com o automóvel. E mesmo assim elas erram, e muitas vezes erram feio.

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Você está lembrado de uma caixa de marchas que era automática, mas não era automática, era chamada automatizada?

Teve na Fiat, chamava Dualogic, teve na Volkswagen, chamava i-Motion, teve na Renault, teve na GM, cada um de um nome diferente.

Deu tanto problema, tanta confusão, porque na verdade o câmbio era manual, só a passagem das marchas que era computadorizada. E aí é que a porca torceu o rabo e todo mundo já desistiu dessa automatizada.

Inovações lero-lero

Mas não é só isso não. Coisas mais simples como a corrente de aço, igual aquelas de bicicleta, que as fábricas colocam no motor entre o eixo virabrequim e o eixo comando lá em cima, para um girar o outro, a correia de aço metálica que dura quase que a vida toda do carro, e mais seis meses, foi substituída pela Correia de borracha, a tal correia dentada.

shutterstock correia dentada comando duplo de valvulas
A correia dentada foi uma “inovação” que só foi benéfica para as montadoras (Foto: Shutterstock)

Que é mais barata, mas as fábricas a alegam apenas que é por um problema de ruído. A de borracha mais silenciosa, sem dúvida. Mas só que ela exige manutenção.

A maioria obriga o motorista a trocá-la a cada 60 mil km, 70 mil km, 80 mil km e se ele andar em um trecho com pó de minério ela vai para o espaço é muito antes.

Já estão voltando para corrente metálica.

E que é mais? Pneu runflat, aquele que roda mesmo furado, murcho, é ótimo na Europa. Aqui no Brasil chegaram a colocar, a Ford colocou no EcoSport, mas ele não funciona nas nossas estradas, ele rompe, rasga. Não foi devidamente testado no Brasil. Eu acho que nunca foi testado no Brasil, ele só roda bem no primeiro mundo.

Por falar em caixa de marchas, ou melhor, voltando à caixa automatizada, alguém está lembrado da Powershift da Ford? Que fracasso hein!? Deu tanto problema que ela ganhou apelido né, o pessoal mudou para ‘Powershit’.

Quantas vezes, quantos quilômetros, essa Powershift foi testada e nada!? Há muitos anos teve uma famosa fábrica de carros Premium que testou freios elétricos. Olha a coragem, hein!? Que a hora que falhava esse freio elétrico, e falhou, o motorista recorria a quê? Jogar uma Âncora para parar o carro?

Freio elétrico… Eu hein, eu não tinha coragem.

Além do freio elétrico, outras investidas da eletrônica, joystick: 600 funções. Chegou a ter uma Mercedes Benz com aquele joystick no console. Os motoristas não sabiam nem 10% do que significava e como funcionava aquela traquebanda.

Então, as fábricas, em geral, acertam. Mas quando eram, erram feio.

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3 Comentários
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Alan barcha 13 de fevereiro de 2023

A GM está deixando a desejar tiraram do Onix a pressão dos pneus e pasmem colocou uma bússola,tiraram a regulagem dos faróis e tbm a luz de neblina traseira e tbm vc não pode usar Cel com Android tem que comprar o módulo pela bagatela de 2.000,00 Reais a próxima compra não comprarei um GM!!!

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Marcelo 15 de fevereiro de 2023

A GM é burr@. O meu carro veio com aquele concierge onstar inútil deles. Imagina o custo daquele retrovisor com botões na produção. Aí eles vão e sacrificam coisas mais úteis e bem mais baratas: tipo uma iluminação no porta-malas, que não tem, ou uma iluminação melhor no habitáculo. Podia ter uma para o banco traseiro, podia ter sensor de temperatura, subida de banco por alavanca ao invés de roldana. Enfim, todas essas coisas são soluções mais baratas e eficientes, com melhor proveito do motorista que o concierge inútil. Isso porque o meu carro é 2018. Imagina os mais novos, que não tem Bluetooth mais, etc outros cortes lá.

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Fábio 13 de fevereiro de 2023

Hoje os freios não usam uma bomba hidráulica que funciona de forma elétrica? Qual seria a principal diferença de um freio exclusivamente elétrico?

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